segunda-feira, 27 de agosto de 2012

Hospital de cães e gatos está a todo vapor

Sergio Tomisaki/Diário SP Vale o sacrifício! Os donos dos animais chegam no local por volta das 5h Vale o sacrifício! Os donos dos animais chegam no local por volta das 5h
Graças à mobilização de ONGs protetoras dos animais, bichos de estimação que morreriam sem receber nenhum tipo de tratamento por falta de dinheiro para custear as despesas agora têm uma chance de sobreviver.
Ao menos esse é o objetivo do primeiro hospital veterinário público de São Paulo, que começou suas atividades em julho e já atende a uma demanda maior do que a sua capacidade. “Sem poder pagar pelos serviços de uma clínica veterinária particular, um pedaço dessas pessoas morria junto  com seus bichos”, diz Renato Tartalia, diretor do hospital.
Não foi simples fazer o hospital acontecer. Demorou mais de dois anos para o projeto da clínica para os bichos sair do papel. A abertura  significou um passo importante para quem não tem recursos.
Em um imóvel apertado, de cerca de 140 metros quadrados, uma equipe de 25 veterinários socorre cães e gatos doentes. São 120 atendimentos diários, todos casos de urgência. Uma assistente social “barra” quem não se encaixa na exigência número um: não ter condições mesmo de pagar um veterinário particular.
Para  o trabalho, a Prefeitura  fechou um contrato com a Anclivepa-SP (Associação Nacional de Clínicos Veterinários de Pequenos Animais de São Paulo), no qual destina R$ 600 mil mensais para o atendimento médico dos pets.
A unidade no Tatuapé, na Zona Leste, está em uma instalação provisória e se mudará em breve para um imóvel maior em dois meses. Infelizmente, muitos dos casos atendidos no local ocorrem por negligência dos donos dos animais, seja por não terem dado vacinas, porque não castraram o animal ou porque o bicho vive solto na rua e acaba atropelado.
“Todo mundo está trabalhando com o coração. Os profissionais que trabalham aqui ganham R$ 23,50 por hora. As clínicas pagam  o dobro. A nossa intenção é fazer a verba render. Representamos uma iniciativa que precisa dar um bom exemplo para continuar”,  diz o diretor.
Para conseguir ser atendido, o dono do animal precisa pegar uma senha. Para isso, o público chega por volta das 5h.
“Valeu a pena, pois cheguei aqui com o Bill defecando sangue. Estou desempregado há cinco meses e essa era a única forma de tentar fazer algo por ele”, conta Rogério Dias.
O atendimento é das 8h às 18h, no número 3 da Rua Professor Carlos Zagotis. O telefone é (11) 2227-0858.
Universidades têm preços mais em conta
Algumas universidades da Grande São Paulo oferecem atendimento de emergência ou consulta em diferentes especialidades para animais com preço mais barato. Por determinação do Conselho Regional de Medicina Veterinária, elas não podem oferecer serviços de graça para   não concorrer com os profissionais formados, mas  os valores cobrados são, em média, 30% menores do que os cobrados  pelas clínicas particulares.
Nessa lista de instituições estão a USP (Universidade de São Paulo),  a Unip (Universidade Paulista), a Universidade  Metodista de São Paulo e a Universidade Anhembi Morumbi. “Atendemos de 70 a 80 casos por dia. O nosso objetivo é formar alunos e prestar um serviço de qualidade”, diz Fabricio Lorenzine, da Anhembi Morumbi, onde o atendimento é feito de segunda a sexta-feira, das 8h às 21h.
No hospital-escola da Anhembi Morumbi, animais de grande porte, como cavalos e vacas, também são atendidos. Entre as especialidades do local, estão a fisioterapia, a dermatologia e a endocrinologia.
DEPOIMENTO
Raquel Romani_
‘Salvaram o  meu Negão’

A dona de casa Raquel Romani, 44 anos, permaneceu por três dias em pé ao lado do cachorro Negão, que tem 8 anos.  “Chegamos todos os dias às 6h, mas valeu a pena. Salvaram o meu Negão.” O cão dela teve insuficiência renal e gastrite.
fonte: diariosp

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