A associação
Animal defende o fim da exceção criada há 10 anos para legalizar o
espetáculo "demoníaco" das touradas com touros de morte em Barrancos,
que considera "vergonhosa" e o resultado de "uma enorme cobardia
política".
"A Animal defende que esta vergonhosa exceção à lei,
que é o resultado de uma enorme cobardia política e nunca devia ter sido
concedida, deixe de estar em vigor", disse à agência Lusa a presidente
da associação, Rita Silva.
Segundo a responsável, "o espetáculo (de touradas com
touros de morte) de Barrancos é verdadeiramente demoníaco, assustador,
horrível. É a perseguição de animais pelas ruas seguida da sua morte
lenta para gáudio de pessoas".
Em declarações recentes à Lusa, o presidente da Câmara
de Barrancos, António Tereno, tinha dito que a polémica sobre as
touradas com touros de morte na vila pertence ao passado e "nada verga" a
comunidade local no cumprimento da tradição.
"Em nome dos animais, a Animal também não verga e esta
polémica não é coisa do passado", reage Rita Silva, referindo que a
associação está "a trabalhar muitíssimo" para "proibir, de uma vez por
todas, a exceção criada para Barrancos", mas também para "proibir a
tauromaquia em Portugal".
Recolha de assinaturas
Segundo Rita Silva, a Animal está a promover a recolha
de assinaturas para uma petição que pede à Assembleia da República para
aprovar e implementar uma nova Lei de Proteção dos Animais, porque a
atual "é vergonhosa".
A petição, que deverá ser entregue no final do próximo
mês de setembro, pede que a nova lei considere todos ou o maior número
possível de pontos do projeto-lei de revogação e de instituição de uma
nova Lei de Proteção dos Animais apresentado pela Animal e que inclui o
pedido de proibição das touradas em Portugal.
"Sabemos que vamos ter de negociar muito na questão das
touradas, que é o assunto mais polémico do projeto-lei, mas queremos
acabar com a exceção (de Barrancos) a uma lei que é muito clara e diz
que não há touradas de morte em Portugal e ponto final e não queremos
que as touradas de morte se legalizem em mais locais e que haja mais
exceções", sustenta Rita Silva.
Sempre com data certa nos últimos quatro dias de
agosto, as festas de Barrancos, por incluírem touradas com a morte dos
touros na arena, geraram contestação, sobretudo de associações de defesa
dos animais, e atraíram muitos milhares de visitantes, no final da
década de 1990 e até 2001.
Após várias décadas com Barrancos a 'saltar' a lei, a
Assembleia da República aprovou, em 2002, um regime de exceção que
legalizou a tradição local de touradas com a morte dos touros na arena,
que até 2001 geraram contestação, sobretudo de associações de defesa dos
animais, e atraíram muitos milhares de visitantes.
Fonte:expresso.sapo.pt
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