sexta-feira, 31 de agosto de 2012

Os Cães Sentem Mesmo os Nossos Problemas

Escrito por Carlos Gandra
Os cães talvez tenham maior empatia connosco do que qualquer outro animal, incluindo nós próprios. Confortar pessoas angustiadas, por exemplo, pode estar mesmo implementado no cérebro canino.

Foto: Getty Images  
Um recente estudo, publicado na Animal Cognition, concluiu que os cães podem ser realmente os melhores amigos do Homem, sobretudo se a pessoa estiver de alguma forma angustiada. Essa pessoa angustiada nem precisa de ser alguém que o cão conheça previamente.
“Eu penso que existem bons motivos para suspeitar que os cães são mais sensíveis ás emoções humanas que qualquer outra espécie” disse a co-autora Deborah Custance à Discovery News. “Nós domesticamos os cães por um longo período de tempo e fizemos uma criação seletiva para eles se comportarem como nossos companheiros. Assim, os cães que responderam de forma sensível ás nossas pistas emocionais tiveram maiores chances de serem os escolhidos como animais de estimação e de criação” concluiu.
Custance e a colega Jennifer Mayer, ambas do departamento de psicologia da University of London Goldsmiths College, expuseram 18 cães a 4 encontros separados de 20 segundos cada com humanos, entre os quais se encontravam tanto os donos como estranhos.
Numa das experiências, as pessoas emitiram sons a simular aflição e fizeram de conta que estavam a chorar. A maioria dos cães tentou confortar a pessoa, independentemente de ser o próprio dono ou um estranho. Os cães atuaram de forma submissa, aninhando-se e lambendo as pessoas. As investigadoras afirmam que este comportamento é consistente com empatia, preocupação e tentativa de dar conforto.
Vê também: Em autocontrole, os cães são iguais a nós
Sobre o que irá dentro da cabeça de um cão, existe outro estudo recente, publicado na PLoS ONE, que demonstra que o cérebro dos cães reage assim que eles observam pessoas. Neste caso, os investigadores treinaram os cães para responder a sinais gestuais que indicavam se iriam receber comida ou não. O núcleo caudado do cérebro dos cães, uma área associada à recompensa nos humanos, mostrou ativação quando os cães sabiam que iam receber comida.
“Estes resultados indicam que os cães prestam muita atenção aos gestos humanos” disse o líder da investigação Gregory Berns, diretor do Emory Center for Neuropolicy.
Apesar de este último estudo ter tido como amostra de recompensa a comida, Custance e Mayer pensam que os cães, ao longo de milhares de anos de domesticação, foram tantas vezes recompensados pela sua aproximação a pessoas angustiadas que isso pode ter ficado implementado nos seus cérebros.
O fenómeno pode, em certos casos, ter um elemento do subconsciente. Consideremos o que acontece quando uma pessoa boceja e um cão está por perto. “Os cães bocejam contagiados pelo bocejo humano” disse Matthew Campbell, professor assistente do derpartamente de psicologia da universidade da Geórgia. “Nós selecionamos os cães para estar sintonizados connosco emocionalmente”.
Custance e Mayer querem, agora, determinar quanta empatia conseguem ter os lobos. “Seria interessante ver como os lobos que têm sido criados junto às pessoas responderiam numa destas experiências. Será que eles se comportam como cães domésticos ou mostram menor resposta a um ser humano a chorar? Seria fascinante descobrir” concluiu Custance.
Via Discovery News


Fonte: mundodosanimais.pt
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