Artigos publicados nos últimos anos têm relacionado gatos a todo tipo
de coisa, de câncer a psicose, mas novos estudos sugerem que os
bichanos são benéficos para a saúde humana, e podem até reduzir o risco
de câncer e outras doenças.
Depoimentos publicados na revista Biology Letters, por exemplo, contrariam a crença de que gatos provocam câncer cerebral em seres humanos.
Marion Vittecoq e seus colegas do Centro de Pesquisas Tour du Valat concluíram que os gatos não devem ser responsabilizados pelo câncer humano. Na verdade, os estudos mostram exatamente o oposto.
A pesquisadora afirmou ao Discovery Notícias que “estudos sobre a ligação entre o câncer e o contato com gatos ou não revelaram nenhuma associação, ou demonstraram um risco reduzido de câncer nos tutores”.
Como exemplo, Vittecoq e o co-autor Frédéric Thomas citam um estudo do Instituto Nacional de Saúde realizado por GJ Tranah. Ele descobriu que os donos de cães e gatos apresentavam risco reduzido de contrair o linfoma não-Hodgkin. Quanto maior a duração do contato com o animal de estimação, menor a chance de sofrer deste tipo de câncer.
As razões pelas quais cães e gatos beneficiam a saúde humana ainda são um mistério, mas outro estudo recente fornece algumas pistas intrigantes. Ele constatou que crianças que têm animais em casa sofrem de menos doenças do trato respiratório.
“Nossos resultados apoiam a teoria de que, durante o primeiro ano de vida, os contatos com animais são importantes, possivelmente levando a uma melhor resistência a doenças infecciosas respiratórias durante a infância”, escreveu Eija Bergroth na revista Pediatrics.
Inúmeros outros estudos demonstram os benefícios que ter um animal traz à saúde mental, sobretudo para estudantes, idosos e pessoas com doenças crônicas. Em tais casos, os animais podem proporcionar grande consolo e companheirismo.
Os gatos ganharam má reputação ao longo dos anos, mas por razões diferentes. Uma delas se baseia em superstições antigas e risíveis, como “gatos pretos dão azar”. A outra, no entanto, refere-se a uma discussão científica sobre a ligação entre o câncer e o parasita protozoário Toxoplasma gondii.
Em uma pesquisa anterior, Vittecoq e Thomas determinaram que há uma correlação positiva entre o parasita e a incidência de câncer no cérebro. Os felinos podem hospedar o parasita, o que gerou o frenesi na mídia – “gatos fazem mal à saúde” – ao longo dos últimos meses.
Mas os próprios autores indicam que os gatos foram erroneamente difamados, já que outros estudos defendem os benefícios que trazem. Ademais, a ligação entre o parasita e o câncer ainda não foi firmemente estabelecida.
Thomas explicou que “os seres humanos geralmente se infectam pelo consumo de carne mal cozida de ovelhas, que contém as fases assexuadas do T. gondii” ou através de contato com solo contaminado (nada que uma boa higiene não resolva). Outros estudos mostram que a ingestão do parasita via água contaminada, frutas, legumes e leite de cabra cru podem ocasionar a infecção. As vias de transmissão são similares à da bactéria E.coli.
Victoria Benson, da Unidade de Epidemiologia da Universidade de Oxford, também abordou a questão na última edição da revista Biology Letters.
Benson e sua equipe estão realizando o chamado de “Million Women Study” (Estudo de Um Milhão de Mulheres), uma enorme compilação de dados sobre mulheres de meia-idade no Reino Unido. Os cientistas não encontraram nenhuma ligação entre a incidência de câncer no cérebro e o contato dessas mulheres com gatos.
“No entanto, isso não descarta a possibilidade de que uma infecção por T. gondii de outra fonte seja associada à incidência de câncer cerebral”, escreveu Benson.
Se essa outra fonte, que pode até ser outro parasita, for identificada, Thomas afirma que poderia “proporcionar um meio de reduzir o risco de câncer no cérebro, sobretudo em países como a França, onde a incidência de câncer cerebral e T. gondii é elevada”.
Fonte: Discovery Notícias
Depoimentos publicados na revista Biology Letters, por exemplo, contrariam a crença de que gatos provocam câncer cerebral em seres humanos.
Marion Vittecoq e seus colegas do Centro de Pesquisas Tour du Valat concluíram que os gatos não devem ser responsabilizados pelo câncer humano. Na verdade, os estudos mostram exatamente o oposto.
A pesquisadora afirmou ao Discovery Notícias que “estudos sobre a ligação entre o câncer e o contato com gatos ou não revelaram nenhuma associação, ou demonstraram um risco reduzido de câncer nos tutores”.
Como exemplo, Vittecoq e o co-autor Frédéric Thomas citam um estudo do Instituto Nacional de Saúde realizado por GJ Tranah. Ele descobriu que os donos de cães e gatos apresentavam risco reduzido de contrair o linfoma não-Hodgkin. Quanto maior a duração do contato com o animal de estimação, menor a chance de sofrer deste tipo de câncer.
As razões pelas quais cães e gatos beneficiam a saúde humana ainda são um mistério, mas outro estudo recente fornece algumas pistas intrigantes. Ele constatou que crianças que têm animais em casa sofrem de menos doenças do trato respiratório.
“Nossos resultados apoiam a teoria de que, durante o primeiro ano de vida, os contatos com animais são importantes, possivelmente levando a uma melhor resistência a doenças infecciosas respiratórias durante a infância”, escreveu Eija Bergroth na revista Pediatrics.
Inúmeros outros estudos demonstram os benefícios que ter um animal traz à saúde mental, sobretudo para estudantes, idosos e pessoas com doenças crônicas. Em tais casos, os animais podem proporcionar grande consolo e companheirismo.
Os gatos ganharam má reputação ao longo dos anos, mas por razões diferentes. Uma delas se baseia em superstições antigas e risíveis, como “gatos pretos dão azar”. A outra, no entanto, refere-se a uma discussão científica sobre a ligação entre o câncer e o parasita protozoário Toxoplasma gondii.
Em uma pesquisa anterior, Vittecoq e Thomas determinaram que há uma correlação positiva entre o parasita e a incidência de câncer no cérebro. Os felinos podem hospedar o parasita, o que gerou o frenesi na mídia – “gatos fazem mal à saúde” – ao longo dos últimos meses.
Mas os próprios autores indicam que os gatos foram erroneamente difamados, já que outros estudos defendem os benefícios que trazem. Ademais, a ligação entre o parasita e o câncer ainda não foi firmemente estabelecida.
Thomas explicou que “os seres humanos geralmente se infectam pelo consumo de carne mal cozida de ovelhas, que contém as fases assexuadas do T. gondii” ou através de contato com solo contaminado (nada que uma boa higiene não resolva). Outros estudos mostram que a ingestão do parasita via água contaminada, frutas, legumes e leite de cabra cru podem ocasionar a infecção. As vias de transmissão são similares à da bactéria E.coli.
Victoria Benson, da Unidade de Epidemiologia da Universidade de Oxford, também abordou a questão na última edição da revista Biology Letters.
Benson e sua equipe estão realizando o chamado de “Million Women Study” (Estudo de Um Milhão de Mulheres), uma enorme compilação de dados sobre mulheres de meia-idade no Reino Unido. Os cientistas não encontraram nenhuma ligação entre a incidência de câncer no cérebro e o contato dessas mulheres com gatos.
“No entanto, isso não descarta a possibilidade de que uma infecção por T. gondii de outra fonte seja associada à incidência de câncer cerebral”, escreveu Benson.
Se essa outra fonte, que pode até ser outro parasita, for identificada, Thomas afirma que poderia “proporcionar um meio de reduzir o risco de câncer no cérebro, sobretudo em países como a França, onde a incidência de câncer cerebral e T. gondii é elevada”.
Fonte: Discovery Notícias
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