Por Robson Fernando de Souza (da Redação)
Para muitas pessoas, matar é mais fácil, barato e conveniente do que fazer um gerenciamento humanitário de situações ecológicas delicadas. É o caso da providência tomada pelo governo da província argentina de Chubut, na região da Patagônia, que iniciou semana passada uma operação para matar as gaivotas que vivem por ali.
O pretexto é que as aves, com suas bicadas, estariam ferindo de morte diversas baleias no centro turístico da Península Valdés, local de acasalamento e berçário desses cetáceos. Eduardo Maza, secretário de Ambiente e Controle de Desenvolvimento Sustentável, afirma que “esse problema entre as gaivotas picadoras e as baleias existe há mais de 20 anos, mas agora decidimos enfrentar a situação, que está afastando as baleias daqui”.
Diz-se que as baleias estão morrendo pela infecção provocada pelas feridas das picadas por parte das aves. E por isso está sendo promovida uma campanha de extermínio, com lanchas especiais que carregam atiradores armados com espingardas de balas de ar comprimido. Afirma-se que eles atiram “apenas” nas gaivotas que estão picando as baleias.
A matança deve durar entre 30 e 60 dias, e as aves assassinadas terão seus corpos levados a laboratório para que se descubra, por autópsia, por que estão picando os cetáceos. Afirma-se que a operação vai continuar se conseguir diminuir esse comportamento das gaivotas.
Mas já há teorias sobre a causa das picadas. A ONG Vida Silvestre alerta que a raiz do problema é a proliferação de lixões e o lançamento de restos de pesca no mar por parte de barcos pesqueiros locais, o que tem tido a consequência de atrair as gaivotas. E as autoridades locais prometem combater tanto os lixões quanto o despejo de resíduos pesqueiros.
Estudos ambientais bem dirigidos poderiam apontar a causa desse que parece ser um sintoma de desequilíbrio ecológico, mas, como foi dito, os especistas acham que a “melhor” solução é matar geral, desrespeitando o direito das gaivotas à vida e provavelmente causando ainda mais desequilíbrio no ecossistema local.
Com informação de: anda
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