domingo, 1 de julho de 2012

16% dos trabalhadores de laboratórios têm alergia a animais




Rato em laboratório: as alergias respiratórias são as mais comuns, pois as proteínas eliminadas pelos animais ficam suspensas no ar e são aspiradas pelos trabalhadores
São Paulo – Mais de 16% dos pesquisadores e funcionários que atuam em biotérios elaboratórios desenvolvem alergias às proteínas eliminadas na urina, na saliva ou nos pelos dos animais. Embora a exposição constante a esses alérgenos coloque os trabalhadores em risco de desenvolver doenças como asma, apenas 19,4% usam máscara de proteção de forma rotineira.
Rato de laboratório tem seu comportamento afetado por fungicida
Os dados são de uma pesquisa feita na Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto, da Universidade de São Paulo (FMRP/USP), coordenada pelo professor Elcio dos Santos Oliveira Vianna e financiada pela FAPESP.
A equipe investigou 455 trabalhadores, entre funcionários, estagiários e estudantes de graduação e pós-graduação, que lidam diretamente com cinco espécies de animais: ratos, camundongos, cobaias, coelhos e hamsters.
“Para aumentar a abrangência do estudo foram incluídos voluntários que atuam nos laboratórios e biotérios da USP de Ribeirão Preto e também da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp)”, disse Vianna.
Outros 387 trabalhadores dessas duas instituições foram recrutados para compor o grupo controle. “Nesse caso, escolhemos funções com baixa exposição a substâncias alergênicas, como as da área administrativa, motoristas e técnicos de informática”, explicou Vianna.
Os cientistas submeteram voluntários dos dois grupos a testes cutâneos para ver quantos reagiam aos alérgenos mais comuns, como proteínas de ácaros, fungos, grama, cachorro, gato e barata. Em seguida, outro teste cutâneo foi feito com alérgenos dos cinco animais de laboratório.
No teste de alergia geral, o índice de sensibilização foi semelhante nos dois grupos. Já no teste específico para animais de laboratório, o grupo exposto apresentou índice de 16,4% de sensibilização, enquanto o grupo controle apresentou índice de 3%.

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