segunda-feira, 27 de agosto de 2012

Número de casos de maus-tratos a animais cresce no noroeste paulista

O drama dos animais que sofrem maus-tratos está longe de ter um fim. Ainda falta conscientização por parte das pessoas e políticas públicas que assegurem os direitos dos bichos. Mas na contramão do abandono e das agressões, estão os protetores dos animais, que enfrentam uma luta quase solitária.
Nem mesmo quem deveria, como os órgãos públicos, dá um bom exemplo. Como é o caso do cavalo Gaúcho. Nem de longe ele lembra mais o cavalo sadio, forte, que há mais de uma década trabalha com carroceiro Roberto de Almeida. “Agora ele só está a carcaça, ele era bem gordo”, afirma.
O pior é que o Gaúcho ficou assim após passar 20 dias em um curral da prefeitura de São José do Rio Preto (SP). O animal havia sido recolhido, após escapar do terreno onde ficava sob os cuidados do carroceiro. “Ele foi para lá sem ração, sem água, o curral que ele foi preso estava só no cimento. A Polícia Ambiental viu e tirou fotos”, diz.
Os casos de maus-tratos de animais estão cada vez mais comuns. Quem não se lembra do cãozinho Titã, de Novo Horizonte (SP), que foi enterrado vivo pelo tutor. Hoje o Titã está bem, ganhou um novo lar e é tratado com muito amor e carinho.

Cavalo que foi levado para o curral da prefeitura de Rio Preto (Foto: Reprodução / TV Tem)
O mesmo aconteceu com o vira lata Fraldinha. Ele vivia na rua e quase chegou a ser sacrificado, mas a artista plástica Mafalda Chaves, quando ficou sabendo que o bicho precisava de uma família, não pensou duas vezes: adotou o animal. “Ele foi atropelado e tem uma placa da operação. Disseram que ele não iria andar, iria andar na cadeirinha de rodas. Mas hoje ele está sadio”, afirma.
Mafalda ainda tem o Estrelinha e mais dois gatos. Todos foram retirados da rua. “Me dá desespero vê-lo na rua. Eu quero acolher todo mundo, mas o espaço é pequeno. Então a gente tenta fazer o máximo”, explica.
O Nino também tem uma história triste, de muito sofrimento. Durante meses foi maltratado pelo ex-tutor e ainda foi atropelado. Agora sob os cuidados da veterinária Paula Cesarino ele está se recuperando, a veterinária adotou o cão. “Ele precisou tomar muito suplemento vitamínico, cálcio, vitamina D. Ele ficou com deficiência de cálcio e com frouxidão nos ligamentos por causa do acidente e da má alimentação”, afirma.
Já a protetora de animais Cláudia Cerqueira atualmente tem oito cães e 11 gatos. Desses, ela não abre mão, mas pela internet, pelas redes sociais a empresária busca famílias que queiram adotar animais abandonados. “A gente vai mandando para as pessoas resgatarem estes animais que sofrem de maus-tratos e divulgando fotos para arranjar uma casa nova”, diz.
Maltratar animais é crime, a pena é de três meses a um ano de prisão além de multas. Mas para quem luta pela causa, as leis não são cumpridas porque falta uma delegacia especializada, que já existe em algumas cidades.
A assessoria de imprensa da prefeitura de Rio Preto disse que vai apurar o caso e tomar providências em relação ao cavalo do carroceiro Roberto de Almeida.
Em relação à criação de uma delegacia especializada para atender casos de maus tratos, entidades protetoras dos animais fizeram abaixo assinado no começo do ano pedindo pelo serviço. O estado disse que não tem recursos para esse fim e pediu às delegacias já instaladas, mais atenção ao problema.
Assista à reportagem aqui.
Fonte: G1

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