domingo, 21 de outubro de 2012

Instituto de Saúde Norte-Americano engana humanos e chimpanzés


Chimpanzé aprisionado em biotério. Foto: Humane Society/Reprodução
Uma notícia que parece boa foi veiculada dias atrás pelo Instituto de Saúde Norte-Americano (NIH), um órgão do Governo dos EUA que controla a pesquisa com chimpanzés e outros animais e financia laboratórios e centros de tortura médica, para pesquisar novas drogas contra doenças que afetam a população humana. Cento e dez chimpanzés que estavam no centro de tortura New Iberia seriam aposentados, 10 deles iriam para o Santuário Federal Chimp Haven e os outros 100 para outro centro de tortura camuflado, o Texas Biomedical Research Institute.
A mídia interpretou isso como uma vitória dos ambientalistas que lutam pela libertação dos quase 1.000 chimpanzés usados em pesquisa médica na América do Norte. Porém, a verdade é outra. Se a decisão fosse transparente, os 110 chimpanzés deveriam ir para o Santuário Chimp Haven, e não para outro laboratório, onde sempre poderão ser reativados para uso na investigação médica.
A Dra. Theodora Capaldo, que preside o Projeto R&R e a organização NEAVS, denunciou esta atitude enganadora do NIH anunciada como algo inédito pelo diretor Francis Collins, que se nega a aposentar definitivamente e enviar a um Santuário as centenas de chimpanzés que ainda estão sob a posse do Governo Norte-Americano.
O excesso de chimpanzés de laboratórios teve sua origem em 1986, quando o NIH começou a reproduzir descontroladamente adultos, para obter bebês que pudessem ser usados na pesquisa de uma vacina contra o HIV, sem previamente testar que os chimpanzés são resistentes ao HIV. Além dessa reprodução descontrolada, forneceram fundos em altas quantias para que laboratórios farmacêuticos iniciassem projetos de pesquisa, usando os primatas e ainda continuam alocando recursos para esse fim.
No fim do Governo Clinton, foi aprovada a Ata do Chimpanzé (Chimp Act), que era uma medida para retirar todos os chimpanzés da pesquisa. Mas ela foi modificada na última hora pelo “lobby do NIH”, que permitia regressar os aposentados à ativa no caso de necessidade.
Segundo explica a Dra. Capaldo, existe um entendimento que define os critérios de aposentadoria dos chimpanzés que ainda restam em laboratórios de propriedade federal (475), assim como os de propriedade de laboratórios farmacêuticos (500), que tampouco têm interesse em mantê-los na pesquisa. As regras para serem aposentados seriam as seguintes:
1) Quando seja determinado que não são mais necessários;
2) Quando não estiverem em nenhum programa de pesquisa médica nos últimos 10 anos;
3) Os idosos e aqueles que tem uma longa história de uso em pesquisa e que padecem de doenças crônicas ou graves, induzidas pelas pesquisas a que foram submetidos no passado.
O NIH e os laboratórios farmacêuticos que têm chimpanzés devem subscrever esta regra, se na realidade desejam ser transparentes e não enganar a população do seu país, fingindo que protegem a quem na realidade desejam continuar explorando.
Fonte: Projeto Gap

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