Estão suspensas as aulas práticas envolvendo dissecação de animais no Colégio Luterano Concórdia, em Canoas, na Região Metropolitana de Porto Alegre. A medida foi confirmada pela diretora da escola em depoimento à delegada Sabrina Deffente na tarde desta segunda-feira (22).
“Obtive uma promessa informal, mas ainda assim farei uma solicitação judicial pedindo a interdição do laboratório até o término das investigações”, afirma a delegada.
O inquérito foi aberto pela 3º Delegacia de Polícia da cidade para apurar o uso de animais como felinos e aves em aulas de biologia para alunos do Ensino Médio. As imagens de estudantes segurando partes de gatos mortos – como cabeça, patas e pele – foram publicadas pelos próprios alunos no Facebook na última sexta-feira (19) e causaram revolta entre internautas e entidades de proteção aos animais.
De acordo com a delegada, a diretora confirmou que a escola não tem licença para realizar atividades de ensino com animais mortos. Ela teria dito à polícia que está no cargo há cerca de três meses, mas que essa prática ocorre há mais tempo na instituição, que oferece cursos de nível Fundamental, Médio e Técnico – este nas áreas de Informática e Química.
O uso de animais para atividades de ensino e pesquisa passou a ser permitido para instituições de nível médio apenas para cursos técnicos da área Biomédica a partir de aprovação da lei 11.794/2008, chamada Lei Arouca, sancionada em outubro de 2008. Mesmo assim, sob supervisão do Conselho Nacional de Controle de Experimentação Animal (Concea), órgão ligado ao Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação.
Procedência dos animais é questionada
Além da diretora, também já prestaram depoimento alguns alunos e a presidente da Associação de Proteção aos Animais de Canoas (Aprocan), Eliane Tavares. Foi ela quem deu visibilidade ao caso após reproduzir as fotos dos gatos mortos em seu perfil na rede social, depois de ser contatada pela mãe de uma aluna. Ela questiona a finalidade das aulas e também a procedência dos animais.
Além da diretora, também já prestaram depoimento alguns alunos e a presidente da Associação de Proteção aos Animais de Canoas (Aprocan), Eliane Tavares. Foi ela quem deu visibilidade ao caso após reproduzir as fotos dos gatos mortos em seu perfil na rede social, depois de ser contatada pela mãe de uma aluna. Ela questiona a finalidade das aulas e também a procedência dos animais.
“Em escola de 2º Grau, é a primeira vez que eu vejo alguém fazer esse tipo de trabalho em laboratório, até porque acho que não tem muita utilidade. Isso é de se questionar, porque hoje existem métodos alternativos de estudo” diz Eliane.
Em nota divulgada no último sábado (20), a escola informou que não realiza experiência com animais vivos e que os animais usados em sala de aula foram vítimas de atropelamento, recolhidos na rua e armazenados em refrigeração. O método é questionado pelo diretor do Hospital de Clínicas Veterinárias da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS), professor Marcelo Meller Alievi.
O próximo objetivo da investigação é justamente apurar a origem dos animais. Conforme a delegada Sabrina Deffente, a versão de que os animais foram atropelados, até o momento, não tem sustentação. Ela diz já ter informações sobre uma possível origem dos animais usados em sala de aula, mas que ainda precisam de confirmação.
fonte: G1
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