terça-feira, 18 de setembro de 2012

Chefe de grupo religioso extremista de Uganda manda matar elefantes

Elefante morto sem as presas de marfim. Foto: Care2
Matar elefantes pode ser a mais nova fonte de receita para Joseph Kony, líder da Lord’s Resistance Army ou LRA (“Exército de Resistência do Senhor”, grupo sectário do norte de Uganda). As informações são da Care2.
Vários fugitivos recentes do LRA, grupo que circula na África Central matando moradores e escravizando crianças, disseram que Joseph ordenou aos seus “combatentes” para matar tantos elefantes quanto possível e enviar-lhe as presas.
Segundo o The New York Times: “Joseph quer marfim”, disse uma jovem mulher que foi sequestrada no início deste ano perto de Garamba e não quis ser identificada pois ainda está apavorada. “Eu ouvi os rebeldes dizerem muitas vezes: ‘Precisamos de marfim para enviar para Kony’”, comenta a mulher.
Ela disse que, em seus quatro meses de cativeiro, viu os membros do grupo matarem 10 elefantes, e em seguida envolverem as presas em sacos de pano e enviarem a Joseph, que estava no seu esconderijo. A mulher fugiu em uma noite na qual os rebeldes haviam se embebedado, conforme a reportagem.
Outros fugitivos recentes disseram que o grupo matou no mínimo 29 elefantes desde Maio, e compraram armas, munição e rádios com o dinheiro recebido pelo “serviço”.
Se essa informação for verdadeira, pode-se dizer que Joseph Kony tenha se tornado parte do frenesi de caça que está ocorrendo atualmente na África.
Número recorde de elefantes mortos
O continente está em meio a um abate “épico” de elefantes. No ano passado, os níveis de caça ilegal na África foram os mais elevados desde 2002, quando começou a ser monitorado internacionalmente e com registros detalhados.
Em 2011, a quantidade de marfim ilegal apreendido a nível mundial foi de 38,8 toneladas, ultrapassando o recorde mundial. Como resultado, grupos de conservação acusaram caçadores de estarem acabando com dezenas de milhares de elefantes por ano, mais do que em qualquer momento nas últimas duas décadas, com um comércio clandestino de marfim cada vez mais armado e militarizado.
Não são apenas foras-da-lei como Joseph que estão envolvidos. De acordo com o The New York Times, membros de alguns exércitos africanos treinados pelo governo americano e que são mantidos por milhões de dólares de contribuintes – como os Exércitos de Uganda e do Congo, e o recém independente Exército do Sudão – também são suspeitos de participação na caça de elefantes e no comércio de marfim.
A grande maioria do marfim ilegal é destinada à China e, embora os chineses tenham cobiçado o marfim há séculos, nunca foram tão capazes de pagar por ele como têm sido agora. No último ano, mais de 150 cidadãos chineses foram presos na África, do Quênia à Nigéria, por estarem contrabandeando marfim. E há crescentes evidências de aumento da caça de elefantes em áreas mais abastadas, onde chineses estão construindo estradas.
Uma decisão de 1989 marcou a proibição do comércio internacional de produtos derivados de elefantes. Mas agora os elefantes voltaram a ser assassinados, o marfim está em alta e algumas populações de elefantes estão em acentuado declínio mais uma vez. Conservacionistas dizem que a atual matança em massa dos elefantes na África pode ser considerada até pior que a dos anos 80, quando os caçadores mataram mais da metade dos elefantes, antes do advento da proibição internacional do comércio de marfim.
Elefantes estão em extinção
Alguns cientistas acreditam que, se a caça e o comércio não forem controlados, as populações de elefantes estarão extintas dentro de oito anos, até 2020.
Há uma proposta de legalização do comércio de marfim como “uma forma de combater a caça dos elefantes africanos”.
Se você considera isso uma péssima idéia, assine a petição para o CITES (Convenção de Tratamento Internacional de Espécies Ameaçadas), para manter a proibição do comércio de marfim e para que seja investido mais na luta contra a caça ilegal.
fonte: anda

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