A Polícia Militar admitiu ontem que a alimentação dos cães vem sendo racionada desde a última quinta-feira. Vazado à imprensa, um documento interno da Diretoria de Apoio Logístico da PM determinou que o volume diário de ração fosse limitado a 400 gramas por animal “até que se normalize o abastecimento de ração no Canil Central,” sediado em Curitiba. A redução da cota de alimentação dos cachorros provocou a reação de entidades policiais e da Sociedade Protetora dos Animais de Curitiba (Spac). O caso é mais um episódio que aponta para a escassez de recursos das forças de segurança do Paraná.
Além do Canil Central – que abriga 38 cães de busca e salvamento e farejadores de drogas –, a medida afeta outras 15 unidades policiais espalhadas pelo estado. Enquanto vigorar o racionamento, os animais ficarão “baixados”, ou seja, não participarão de operações. “Só deverão ser utilizados em casos excepcionais”, consta da orientação da PM.
A Associação de Defesa dos Direitos dos Policiais Militares (Amai) e a Associação dos Praças dos Paraná (Apra) prepararam ofícios que serão encaminhados ao Comando da PM, pedindo informações sobre a limitação. A Spac também cobrou respostas e acompanha o caso de perto.
Segundo a Apra apurou no Canil Central da PM, a cota de 400 gramas de ração diária corresponde, em média, à metade do que os cães consomem normalmente.
A professora de Medicina Veterinária da PUC-PR, Ana Paula Sarraff, diz que, sem dados como peso e estado corpóreo de cada cachorro, é difícil prever o impacto que a dieta forçada pode provocar. Ainda assim, ela ressalta que não é “recomendável” manter o racionamento por um longo período. Em nota, a PM informou que a situação deve se normalizar no início de março, quando será licitado um novo estoque de ração.
Nota da Redação: Além de explorar os animais para policiamento, o governo do Paraná submete os cães a uma dieta igualmente forçada, e de maneira irresponsável corta verbas para a alimentação destes. O descaso de governos com os animais é tragicamente corriqueiro, mas esta ação deliberada, que certamente traz mais prejuízos ainda aos animais, é inaceitável e merece a atenção do Ministério Público.
Fonte: Gazeta do Povo
De: anda.jor
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