sábado, 8 de dezembro de 2012

Ursos são queimados e agredidos a pedradas em vilarejo indiano



Por Kalyne Melo (da Redação)
Urso vítima da perseguição humana (Foto: Sky News)
Animais estão sendo apedrejados e queimados por agricultores, após comerem grãos em área de antiga floresta.
Aldeões indianos estão agredindo ursos em Nova Délhi: por vezes tomados pela fúria de terem suas plantações destruídas, apedrejam e tentam queimar os animais.
Mais de 300 especialistas do mundo todo se encontraram para debater a melhor forma de proteger os ursos. Os temas variaram da importância do urso na cultura indiana à quantidade de ursos de Gobi (deserto da Mongólia) ainda existentes.
Na Índia, os animais têm tradicionalmente enfrentado tempos difíceis, sendo ou domados e usados como “ursos dançarinos” ou atacados por humanos em conflitos por espaço e comida cada vez mais limitados.
Comparado ao tigre ou ao elefante, os esforços para preservação do urso indiano têm sido, na melhor das hipóteses, esporádicos. A ministra do meio ambiente, Jayanthi Natarajan, declarou na 21ª International Conference on Bear Researcch and Management (Conferência Internacional de Pesquisas e Controle sobre Ursos, em tradução livre) que os ursos têm sido tratados como um primo pobre do país. “Em nossos esforços de conservação, certas espécies acabaram recebendo mais atenção do que outras. Os ursos são animais que não têm recebido o foco que merecem,” completou.
Na Caxemira, região atualmente administrada pela Índia, o conflito entre humanos e animais tem se tornado mais violento, devido aos habitantes locais continuarem a ampliar suas fazendas em direção à floresta que antes era o habitat dos ursos. “Os ursos estão entrando nos pomares e comendo maçãs e pêssegos. Eles vão ao milharal e comem o milho,” disse Vivek Menon, conselheiro do Fundo Internacional de Bem-Estar Animal. “À medida em que se aproximam dos agricultores, as pessoas vêm sofrendo com ataques”, contou. “Cerca de 10% dos leitos no principal hospital de Srinagar estão reservados para serem ocupados, a qualquer momento, por pessoas atacadas por ursos.” Menon ainda acrescenta que, uma vez que os ursos são os maiores carnívoros do planeta, eles caçam animais de grande porte, e isso requer espaço. Então, na luta por espaço, “os ânimos estão se exaltando” de ambos os lados.
Moradores da Caxemira atiram pedras nos ursos para afastá-los quando eles vêm comer as frutas, mas isso os deixa enfurecidos e os leva a reagir contra as pessoas.
Este mês, uma multidão enfurecida em Shopian, distrito da Caxemira, ateou fogo em um urso amedrontado que se refugiou em uma árvore. Um vídeo mostra as pessoas amarrando um pano em chamas a uma vara, segurando-a no alto e cutucando o urso. O animal, desesperado, tentou subir até a parte mais alta da árvore, até não ter mais para onde ir. Mais tarde ele pode ser observado em chamas. As autoridades ordenaram a abertura de um inquérito para investigar o ato de crueldade.
Em resposta ao aumento no número de casos, Natarajan anunciou um novo plano nacional para os ursos, que inclui orientações aos moradores das áreas mais afetadas sobre como lidar com a presença dos ursos, permitindo-lhes uma passagem segura fora das vilas e campos. Os moradores receberão formação pelo “Private Response Teams” (Grupo de Responsabilidade Privada, em tradução livre) para lidarem com a ameaça dos ursos.
A Índia é o lar de quatro das oito espécies de ursos conhecidas no mundo, apenas a China tem tamanha diversidade. O bicho-preguiça, o urso asiático negro, o urso marrom do Himalaia e o urso da Malásia são espécies encontradas em território indiano. Diferente de outras espécies vulneráveis, os ursos podem ser encontrados em 26 dos 28 estados indianos, o que lhes dá uma presença nacional.
A tradição indiana dos “ursos dançarinos” predominou por séculos, desde o tempo dos imperadores Mughal. Mas graças aos esforços de especialistas da vida selvagem e de amantes dos animais, o último “urso dançarino” foi resgatado em 2009.
fonte: anda

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