terça-feira, 4 de dezembro de 2012

Caso Dalva ainda aguarda julgamento



Por Fatima Chuecco (da Redação)

Foto: Divulgação

O maior caso de matança de animais da história, que envolve Dalva Lima da Silva e um número imensurável de cães e gatos, ainda não tem julgamento marcado. O laudo toxicológico apontou que os 37 animais encontrados em sacos de lixo na casa dela, na Vila Mariana (SP), na noite de 12 de janeiro deste ano, foram a óbito devido a uma alta dosagem de anestésicos injetados diretamente no coração.
Todos os animais, na maioria filhotes, tinham uma perfuração no peito, com exceção de uma cachorrinha que apresentava 18 furos na região peitoral, indicando que houve dificuldade em localizar o coração causando um sofrimento terrível ao bicho. O processo contra Dalva já passou pelo DPPC – Departamento de Polícia de Proteção da Cidadania, pelo Departamento de Inquéritos Policiais (DIPO 3) e pelo Forum da Barra Funda que mandou de volta para o DPPC. No Forum informam que agora o processo se encontra em trâmite.
Dalva responderá por crime contra a fauna com o agravante de morte dos animais. Sua filha Alice Queiroz, de 22 anos, que residia na parte inferior da casa, não foi indiciada por insuficiência de provas. Dalva e as duas filhas (uma menor de idade) deixaram o local logo após o ocorrido. Há suspeitas de que Dalva se mudou para o Paraná, mas segundo o delegado do caso Celso Damasceno, da Divisão de Investigações Contra o de Meio Ambiente do DPPC, isso é irrelevante porque o contato com ela é todo feito por meio do advogado.
Dezenas de gatos e cachorros foram encontrados mortos dentro de sacos de lixo na zona sul de SP (Foto: Reprodução/ Folha)
“Durante o interrogatório, Dalva confessou que já vinha matando animais há algum tempo para impedir que sofressem nas ruas, mas nem por isso ela pode ser enquadrada como reincidente, pois, nunca foi processada antes. E, mesmo na ocasião do dia 12, todos os animais foram mortos de uma só vez, então também não implica em reincidência”, comenta Damasceno.
Trocando em miúdos, se Dalva matasse um ou 50 animais na mesma noite ou ainda milhares ao longo dos anos, isso não interferiria em seu julgamento segundo a lei brasileira. E o fato dela própria admitir que matou inúmeros animais saudáveis, muitos já castrados, vacinados e prontos para adoção, também não agrava a situação, segundo o delegado. “A esperança é que o Caso Dalva sirva de referência para que a lei de maus-tratos a animais seja mudada com urgência. Atualmente não há, por exemplo, lei em vigor proibindo uma pessoa como Dalva de ter novos animais mesmo com a evidência de que ela representa um perigo para eles”, comenta.
Perguntas sem respostas
Dalva não tinha problemas com dinheiro. Podia pagar escola particular para duas filhas e tinha casa própria. É viúva de um médico que a deixou numa boa situação financeira. Aparentemente, não há motivação comercial para os crimes e nem faltava dinheiro para ração e custos veterinários. Mas Dalva alegou que estava tendo dificuldade de encontrar adotantes e que não podia manter os animais, então por qual razão continuava recebendo-os? E por que simplesmente não os soltava em qualquer lugar para que tivessem a chance de serem adotados? Qual sua real motivação para matar?
Foto: Divulgação
A Santa Casa de Misericórdia, com ajuda do CCZ e de protetores, entregou cerca de 300 gatos na casa de Dalva alguns anos atrás, cujo paradeiro ela nunca soube informar. Na ocasião do crime algumas pessoas foram ao DPPC para contar que entregaram animais a ela ou relatar o que sabiam, mas de janeiro para cá mais ninguém apareceu ou entregou provas. Por que as pessoas que resgataram esses animais, castraram, vacinaram e queriam um lar para eles não se uniram para denunciar uma mulher que é, provavelmente, a maior matadora de animais de todos os tempos?
Na parte superior na casa de Dalva se localizava o ponto mais macabro da história. Um quartinho sem janelas, parecido com um porão. A faxineira da casa contou que era proibida de entrar nesse recinto, mas nas raras ocasiões em que esteve lá para a faxina, viu sangue, fezes e urina. Na noite da vistoria o quartinho tinha móveis velhos, jornais e gaiolas. A filha mais velha nada ouvia? Será que esses animais confinados e aguardando a morte não choravam, miavam, latiam e suplicavam por socorro? Por qual razão Alice não ajudava esses animais?
Saiba mais
Veja matéria com outras indagações sobre o caso, inclusive, propostas por leitores da ANDA em:
Exame toxicológico confirma que alta dosagem de anestésicos levou 37 animais saudáveis à morte
Leia também a matéria que foi curtida por mais de 1800 pessoas e teve mais de 70 comentários sobre o Caso Dalva e Brenda Spencer – uma garota que começou matando animais na infância e aos 16 matou dois adultos e feriu sete crianças com arma de fogo:
fonte: anda

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