Depois das últimas notícias e comentários a respeito do número de cães abandonados em Arcos, o CCO ouviu a presidente da ONG SAARcos, Marilene Soraggi. Segundo Marilene, falta uma política voltada para as a proteção dos animais na cidade. “Se não saciamos a sede e a fome deles, ficarão desnutridos, desidratados, fracos e estarão sujeitos a doenças, pois ficarão com imunidade baixa e sem resistência para sobreviverem. É preciso preocupar com o abandono em nosso município, que a cada dia aumenta mais. Abandonar animais nas ruas é crime, Lei 9.605, art. 32, denunciem”, pede.
Ainda segundo Marilene, ela já procurou o Governo Municipal pedindo ajuda para essa causa, porém, não foi atendida. “Mostrei um projeto de castração para o poder público e não houve interesse nenhum. Precisa-se com urgência de um setor que atenda às necessidades dessas vidas”, ressalta.
A presidente da ONG acredita que falta interesse dos políticos pela causa animal. “Pensam só no alto salário que recebem no fim do mês. Com isto, fazem com que a superpopulação de cães aumente nas vias públicas, sofrendo pelo abandono e pela procriação desenfreada nos lotes vagos”, opina.
Castração em massa
Segundo Marilene, a solução para diminuir a população de cães nas ruas é a castração em massa. “Tenho um projeto em mãos de uma veterinária de São Paulo, que faz 40 castrações em um único dia, e imaginem se fizer num fim de semana? Mandei este projeto ao prefeito e nada foi feito”, informa.
Sobre a Leishmaniose
Marilene Soraggi também comenta sobre a questão da leishmaniose. Ele enfatiza que a preocupação deve ser maior com a proliferação do mosquito ‘palha’, transmissor da doença. “Quanto à leishmaniose, peço que não façam ligação somente com o cão e sim com o ser humano também. Enquanto ligarem doença com o cão, ele será abandonado nas ruas e aumentará mais ainda. Quem transmite a doença é o mosquito, e mesmo o cão tendo a doença, ele não transmite ao ser humano. Sem mosquito a transmissão não acontece”.
Ainda segundo Marilene, não existe lei que obrigue o tutor a deixar levar seu cão para ser exterminado. “Por isto eles mandam o tutor do cão assinar um termo, porque se a Justiça vier contra eles, o tutor já assinou concordando com o extermínio”, comenta.
A presidente da ONG diz também que tem informações de que o exame feito pelo setor de Zoonoses em Arcos não segue o método mais seguro de constatação da doença. “Tenho um vídeo, de um infectologista que testa esses exames feitos em Zoonoses, que não são seguros e que 89% desses cães que dão positivo são, na verdade, sadios; e os levam para o sacrifício. Sei de um caso em Belo Horizonte, em que a Zoonoses fez exames de quatro cães de um defensor dos animais, Franklin Oliveira, e todos deram positivo. O Franklin fez exames particulares, inclusive o de medula, e todos deram negativo. Não acredito em surto de leishmaniose em Arcos. Precisa-se evitar a leishmaniose”, afirma.
A defensora dos animais reforça ainda que a presença do mosquito nas residências está ligada ao desmatamento desenfreado. “Os mosquitos vivem nas matas, debaixo das folhas secas, e seu habitat está sendo destruído. Enfim, o culpado pelo aparecimento da doença é somente o ser humano e não os cães”.
Fonte: Jornal Correio Centro Oeste
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