Heitor tem 1 ano e 9 meses. Lupe, seu amigo felpudo, tem 5 anos. A convivência entre os dois tem trazido só benefícios. Segundo a família, até a coordenação motora de Heitor é estimulada
Brincar de correr, de jogar bolinha, de dar carinho. A amizade dos animais com as crianças é empurrãozinho para o desenvolvimento saudável dos pequenos, desde que haja acompanhamento dos pais e cuidados básicos com a saúde do animal
Heitor tem 1 ano e 9 meses e ainda está conhecendo o mundo e aprendendo a falar. Na língua de Heitor, as palavras perderam as primeiras letras e ganharam graça. Pé virou “é”, vovó, “ó”. E no mundo de Heitor, as brincadeiras são compartilhadas com Lupe, o “upe”. É imitando o chamado da mãe, a administradora Keylane Rodrigues, 25, que o menino se comunica com o poodle de cinco anos. O amigo parece entender o chamado. Está sempre perto do menino, dividindo os brinquedos, as corridas, a alegria.
Heitor e Lupe são exemplos da boa convivência entre as crianças e os animais. Com Lupe, o menino corre, joga a bolinha, brinca, atiça a afetividade, o respeito, a solidariedade. Porque biscoito recebido é biscoito repartido com o amigo peludo. “Ele está desenvolvendo a linguagem, a dicção, o carinho, está aprendendo a dividir”, enumera Keylane.
A convivência das crianças com os animais é empurrãozinho especial para o desenvolvimento na infância. Porque se o bichinho corre, a criança vai querer correr atrás; se pede carinho, o amigo não vai deixar de ofertar. “O contato da criança com animais de estimação desenvolve o lúdico. E ato de brincadeira pra estimular o desenvolvimento é muito bom. Tudo que é lúdico é benéfico”, defende a pediatra do Hospital Infantil Albert Sabin (Hias) Regina Lúcia Portela Diniz.
Além do desenvolvimento cognitivo e psicológico, o movimentar-se é estimulado na convivência. Keylane Rodrigues percebe isso no filho Heitor. “Até jogar a bolinha para o Lupe está mexendo com a coordenação motora dele”, avalia.
Convivência com cuidado
Para que a convivência seja apenas benéfica, Lupe é regularmente banhado e tosado, além de ser vacinado conforme orientações do veterinário. “Os brinquedos do Heitor que ele pega são todos lavados e escaldados”, conta Keylane. E são essas medidas de higiene e prevenção as formas de não transformar a convivência em preocupação. Especialistas ouvidos pelo O POVO indicam que, com acompanhamento dos pais, do pediatra e do veterinário, a relação só tende a ser positiva.
O animal sempre é visto pela criança como um amigo muito fiel. Isso é muito bom porque ele retribui a todos os carinhos que a criança vai dar. E a criança se torna mais segura”, indica a psicóloga infantil Rosane Maneira.
Na convivência, aprende-se a ceder, a respeitar, a esperar. “Ao conviver com um ser vivo que exprime comportamentos variados como alegria, raiva e medo, é demonstrado que a criança não detém todo o poder sobre aquela relação, e que é necessário desenvolver habilidades para que ela seja construída diariamente com harmonia”, defende o médico pediatra Ricardo Othon Sidou, professor da Universidade Federal do Ceará (UFC). “Além disso, o estímulo motor oferecido, por exemplo, com um cachorro, ao brincar, correr e explorar o ambiente doméstico aguça a vontade da criança, direcionando sua motricidade para a aquisição de novas e mais elaboradas capacidades”, considera o médico.
“A criança acostumada a conviver com animais é menos agressiva, mais afetuosa, mais dócil e com respeito”, enumera a também pediatra Regina Lúcia Portela.
Ainda comemorando o Dia das Crianças, o Ciência & Saúde de hoje conta histórias de amizades entre uns seres que estão conhecendo um mundo e outros que têm um mundo inteiro de farejo, quatro patas, bolinhas e brincadeiras para apresentar. Cães, gatos, peixes, cavalos são amigos queridos de muitas crianças. E fazem a diferença no desenvolvimento delas.
fonte:.opovo
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