A causa animal ganha cada vez mais força no mundo e no Brasil. Prova
disso é que, no último domingo, 66 veículos e um carro de som partiram
do Masp (Av. Paulista) e pegaram a estrada rumo a São Roque (no Interior
de SP) para protestar em frente ao Instituto Royal, que pratica
vivissecção em beagles, além de outros animais. A passeata ao redor da
principal praça da cidade contou com cerca de 300 pessoas munidas de
muitas bandeiras, faixas e, claro, indignadas.
Cartazes no portão do Instituto Royal, em São Roque (SP). Foto: Fátima Chuecco
“O resultado pode ser considerado excelente por se tratar de um protesto intermunicipal que percorreu 58 km sem qualquer incidente. Foi uma manifestação pacífica que pretendemos repetir em outros estabelecimentos que vivem às custas do sofrimento animal. Estamos visando a alteração das leis para impedir que mais vidas sejam escravizadas e sacrificadas em vão”, comentou Luiz Fernando Sobreiro, da ONG O Planeta Pede Socorro e um dos organizadores do comboio.
George Guimarães, nutricionista vegano e fundador do grupo Veddas, presente à manifestação, disse que ficou impressionado com a adesão: “O fato de tantos veículos se locomoverem de uma cidade à outra para um protesto mostra uma significativa evolução na consciência das pessoas com relação aos direitos dos animais. Para combatermos a vivissecção é preciso pressão social e boicote às empresas que testam em animais”.
Manifestação na frente do Instituto Royal. Foto: Fátima Chuecco
O principal argumento dos manifestantes é que os testes aplicados nos beagles já possuem métodos substitutivos e de maior eficiência, porém, de custo mais elevado. Na matéria publicada na Anda em 16 de agosto, o biólogo Sergio Greif aponta alguns dos testes alternativos para constatar o nível de toxicidade oral, irritação ocular e dérmica, todos, em geral, feitos em beagles e que provocam sintomas como dor, náuseas e convulsões.
A matéria motivou uma reportagem da Folha de São Paulo que esteve no Instituto Royal na última sexta-feira. A repórter narra que, embora os filhotes de beagles estivessem mantidos em local arejado e limpo, muitos tremiam, estavam assustados e obesos. O Instituto declarou à Folha que não só mantém os beagles para testes como também está com diversas fêmeas destinadas à reprodução para abastecer outros centros de pesquisas com esses cães. “Os animais não podem ser instrumento de laboratório e os testes com os mesmos não servem para melhorar a saúde humana. Servem apenas para proteger as indústrias de processos por parte dos consumidores”, declarou Guimarães
Manifestação na Praça da República, em São Roque (SP). Foto: Fátima Chuecco
Ativistas e Simpatizantes
A causa animal está tomando um rumo no Brasil muito semelhante ao de movimentos da Europa e Estados Unidos. O perfil dos manifestantes é bastante eclético reunindo protetores de animais, estudantes e profissionais de diversas áreas que simpatizam com a causa. A exemplo da manifestação Crueldade Nunca Mais que reuniu em janeiro quase 10 mil pessoas na Av. Paulista, o comboio deste domingo tinha também pessoas de várias idades e inclusive crianças acompanhadas pelos pais.
Inusitadamente, a manifestação ganhou ainda um participante de puro sangue canino: um vira-lata que vive na praça central de São Roque e que, entusiasmado, acompanhou a passeata inteirinha e teve carona até à porta do Instituto Royal, onde continuou fazendo festa. Um comportamento bem semelhante ao do Loukanikos, cão de rua que tem acompanhado os manifestantes da Grécia nos últimos dois anos ficando sempre na linha de frente.
Cachorro que acompanhou o protesto. Foto: Fátima Chuecco
Mas ao chegar na estrada que leva até o Instituto Royal os manifestantes tiveram uma surpresa: havia um bloqueio da polícia local. Após algumas argumentações o grupo convenceu os policiais da natureza pacífica do protesto e pôde caminhar até os portões do Royal onde três seguranças estavam a postos. Um carro de passeio também ajudava a trancar a entrada. Todos ergueram as faixas e cartazes, gritaram palavras de ordem, vaiaram a empresa e colaram cartazes nos portões prometendo voltar. Ninguém do Instituto apareceu ou quis se pronunciar.
É bom saber
No início de agosto a Anvisa aprovou proposta para instituir uma cooperação com o Centro Brasileiro de Validação de Métodos Alternativos (Bracvam) – primeiro centro da América Latina a validar pesquisas sem a utilização de animais e ligado ao Instituto Nacional de Controle de Qualidade em Saúde (INCQS-Fiocruz). Isso pode ser um avanço do mercado, uma esperança para os protetores de animais e, especialmente, uma medida economicamente inteligente para o Brasil. Desde 2004 a União Européia rejeita artigos de beleza testados em cobaias e, a partir de 2013, pretende proibir a venda de produtos com testes de toxicidade em animais. Tudo indica que se o Brasil quiser manter seus negócios no Exterior terá que se adequar aos novos tempos e à ética no desenvolvimento de cosméticos.
Fonte: anda
Cartazes no portão do Instituto Royal, em São Roque (SP). Foto: Fátima Chuecco
“O resultado pode ser considerado excelente por se tratar de um protesto intermunicipal que percorreu 58 km sem qualquer incidente. Foi uma manifestação pacífica que pretendemos repetir em outros estabelecimentos que vivem às custas do sofrimento animal. Estamos visando a alteração das leis para impedir que mais vidas sejam escravizadas e sacrificadas em vão”, comentou Luiz Fernando Sobreiro, da ONG O Planeta Pede Socorro e um dos organizadores do comboio.
George Guimarães, nutricionista vegano e fundador do grupo Veddas, presente à manifestação, disse que ficou impressionado com a adesão: “O fato de tantos veículos se locomoverem de uma cidade à outra para um protesto mostra uma significativa evolução na consciência das pessoas com relação aos direitos dos animais. Para combatermos a vivissecção é preciso pressão social e boicote às empresas que testam em animais”.
Manifestação na frente do Instituto Royal. Foto: Fátima Chuecco
O principal argumento dos manifestantes é que os testes aplicados nos beagles já possuem métodos substitutivos e de maior eficiência, porém, de custo mais elevado. Na matéria publicada na Anda em 16 de agosto, o biólogo Sergio Greif aponta alguns dos testes alternativos para constatar o nível de toxicidade oral, irritação ocular e dérmica, todos, em geral, feitos em beagles e que provocam sintomas como dor, náuseas e convulsões.
A matéria motivou uma reportagem da Folha de São Paulo que esteve no Instituto Royal na última sexta-feira. A repórter narra que, embora os filhotes de beagles estivessem mantidos em local arejado e limpo, muitos tremiam, estavam assustados e obesos. O Instituto declarou à Folha que não só mantém os beagles para testes como também está com diversas fêmeas destinadas à reprodução para abastecer outros centros de pesquisas com esses cães. “Os animais não podem ser instrumento de laboratório e os testes com os mesmos não servem para melhorar a saúde humana. Servem apenas para proteger as indústrias de processos por parte dos consumidores”, declarou Guimarães
Manifestação na Praça da República, em São Roque (SP). Foto: Fátima Chuecco
Ativistas e Simpatizantes
A causa animal está tomando um rumo no Brasil muito semelhante ao de movimentos da Europa e Estados Unidos. O perfil dos manifestantes é bastante eclético reunindo protetores de animais, estudantes e profissionais de diversas áreas que simpatizam com a causa. A exemplo da manifestação Crueldade Nunca Mais que reuniu em janeiro quase 10 mil pessoas na Av. Paulista, o comboio deste domingo tinha também pessoas de várias idades e inclusive crianças acompanhadas pelos pais.
Inusitadamente, a manifestação ganhou ainda um participante de puro sangue canino: um vira-lata que vive na praça central de São Roque e que, entusiasmado, acompanhou a passeata inteirinha e teve carona até à porta do Instituto Royal, onde continuou fazendo festa. Um comportamento bem semelhante ao do Loukanikos, cão de rua que tem acompanhado os manifestantes da Grécia nos últimos dois anos ficando sempre na linha de frente.
Cachorro que acompanhou o protesto. Foto: Fátima Chuecco
Mas ao chegar na estrada que leva até o Instituto Royal os manifestantes tiveram uma surpresa: havia um bloqueio da polícia local. Após algumas argumentações o grupo convenceu os policiais da natureza pacífica do protesto e pôde caminhar até os portões do Royal onde três seguranças estavam a postos. Um carro de passeio também ajudava a trancar a entrada. Todos ergueram as faixas e cartazes, gritaram palavras de ordem, vaiaram a empresa e colaram cartazes nos portões prometendo voltar. Ninguém do Instituto apareceu ou quis se pronunciar.
É bom saber
No início de agosto a Anvisa aprovou proposta para instituir uma cooperação com o Centro Brasileiro de Validação de Métodos Alternativos (Bracvam) – primeiro centro da América Latina a validar pesquisas sem a utilização de animais e ligado ao Instituto Nacional de Controle de Qualidade em Saúde (INCQS-Fiocruz). Isso pode ser um avanço do mercado, uma esperança para os protetores de animais e, especialmente, uma medida economicamente inteligente para o Brasil. Desde 2004 a União Européia rejeita artigos de beleza testados em cobaias e, a partir de 2013, pretende proibir a venda de produtos com testes de toxicidade em animais. Tudo indica que se o Brasil quiser manter seus negócios no Exterior terá que se adequar aos novos tempos e à ética no desenvolvimento de cosméticos.
Fonte: anda
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