Gravações, feitas por funcionários da limpeza que participavam da matança, são de 2008. Por telefone, eles recebiam as orientações de uma professora.
A polícia do Rio Grande do Sul investiga uma denúncia de extermínio de cães em uma das principais universidades do estado. A reportagem é de Giovani Grizotti e Rosane Marchetti.
Imagens gravadas no hospital veterinário da Universidade Luterana do Brasil (Ulbra), em Canoas, mostram animais sendo sacrificados com injeções. Nem os filhotes são poupados.
As gravações, feitas por funcionários da limpeza que participavam da matança, são de 2008. Por telefone, eles recebiam as orientações de uma professora.
Estudante: “Ô, professora, eu peguei o Faísca”.
Professora: “Tá, e ninguém viu?”.
Estudante: “Não, ninguém viu”.
Professora: “Tá, só certifica que ele tenha morrido bem”.
Estudante: “Eu vou fazer do jeito que a senhora falou aquele dia, na caixa torácica. Daí é mais fácil, né?”.
Professora: “Ah, tá”.
O repórter Giovani Grizotti localizou o funcionário João Cláudio Arce da Silva, que gravou a conversa. Ele confirmou que matava os animais.
“Era pela madrugada. Nós ‘tinha’ a chave do hospital”, conta o ex-funcionário da Ulbra.
Segundo ele, as ordens partiam da professora Carla Koeche, que era vice-diretora do hospital veterinário. Ela nega.
“Nenhum desses sacrifícios, dessas eutanásias foram realizados com alguma deliberação, com alguma autorização de algum diretor, de alguma chefia de dentro do hospital veterinário”, afirma a médica veterinária.
Além de João Cláudio e Carla, a polícia indiciou a diretora do curso de veterinária na época, Norma Rodrigues, e outro professor da faculdade, Carlos Petrucci. Todos negam participação no caso. Um funcionário da limpeza, Eneias Winck, também foi indiciado.
Segundo a polícia, os cinco vão responder pelo crime de formação de quadrilha. Por maus tratos, eles não podem mais ser julgados, porque o crime, cometido em 2008, prescreveu. Os motivos da matança ainda não foram esclarecidos.
"Aparentemente injustificadamente, ou seja, animais saudáveis, que em função do grande número, em função do barulho que causavam, enfim, era determinado o sacrifício dos mesmos”, indica uma delegada.
A Ulbra diz que ao saber dos casos este ano, denunciou os crimes ao Ministério Público e ao Conselho de Veterinária.
“A palavra que pode ser dita é repugnância. E essa repugnância então ensejou essas duas denúncias para verificar se a autoria e os fatos são verídicos e dar os encaminhamentos penais devidos a cada um dos que cabem receber a punição pelo que fizeram”, afirma o assessor jurídico da Ulbra, Jonas Dietrich.
Nenhum dos suspeitos trabalha mais na Ulbra. A polícia ainda não sabe quantos animais foram mortos.
fonte: g1.globo.
fonte: g1.globo.
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