segunda-feira, 19 de novembro de 2012

Militares britânicos disparam sobre porcos para treinar médicos


O ministério da Defesa britânico defendeu ontem, 18 de novembro, a sua prática de disparar sobre porcos e entregar os animais feridos à cirurgiões militares, para que treinem o tratamento de ferimentos de guerra comuns.
A porta-voz da Associação Real para a Prevenção de Crueldade em Animais, Klare Kennett, disse que os exercícios de treino, que se realizam duas vezes por ano na Dinamarca, são “horríveis e chocantes”. ”Os porcos são animais inteligentes e a maioria das pessoas sentiria-se aterrada com isto, especialmente quando existe uma alternativa que não envolve fazer mal a animais”, sublinhou.
O ministério britânico indicou que o treino dá aos cirurgiões “experiência incalculável” e “ajuda a salvar vidas nas operações”.
Os animais são fortemente anestesiados antes de serem atingidos por tiros à queima-roupa. A pratica é “para danificar órgãos sem matar os animais”, que depois são operados antes de serem mortos de forma humana, frisou o ministério.
“Este treino fornece uma experiência inestimável, expondo as nossas equipas cirúrgicas aos desafios específicos colocados pelos ferimentos dos modernos conflitos armados”, afirmou um assessor britânico.
“Tal treino tem ajudado a salvar vidas em operações e, ao participar dos exercícios dinamarqueses, minimizamos o número total de animais usados”, acrescentou.
Os defensores dos direitos dos animais argumentam que aparelhos simuladores de vida humana são mais eficientes para treino médico do que animais vivos. Mas os cursos, que tinham sido suspensos em 1998, foram retomados depois de um estudo encomendado pelo Governo ter concluído que não existia “uma alternativa igualmente eficaz”.

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