A Injustiça acontece
O preconceito e intolerância com pit bulls é algo que ocorre em todo o mundo. O caso de Lennox, cão que foi condenado à eutanásia por ser considerado como “um perigo ao público”, apesar de ser dócil, gerou uma mobilização mundial.
No Brasil, porém, há casos parecidos, como o do pit bull Oliver, de Itajaí, condenado a viver em uma gaiola até que seja decidido se o animal será eutanasiado ou não. O cão avançou em um garoto após, segundo seu tutor, ter ficado nervoso com a entrada de um entregador em casa. O animal está sob observação no Canil Municipal de Itajaí. Se ficar comprovado que se trata de um cão agressivo, ele poderá ser sacrificado.
A família tenta compreender o que pode ter acontecido com o cão que passou de dócil a agressivo. Segundo um dos familiares da criança, o animal estava sendo treinado para atacar pessoas estranhas e cuidar da casa. Há duas semanas, o cão permanecia durante o dia em um canil e só era solto à noite, o que pode ter gerado estresse.
Marcelo Pontes, tio do menino e irmão de Andreo de Oliveira, tutor do cão, conta que o pit bull foi comprado quando ainda era filhote. Nos primeiros anos de vida o cão andava solto e era dócil, quase não saía no quintal e não costumava latir para estranhos, conta Pontes. Mas o temperamento foi mudando, depois que Oliver passou a ser treinado em casa, sem o acompanhamento de um profissional, para cuidar do imóvel, atacar e até matar, se fosse preciso, algum assaltante que entrasse no local.
O tio da vítima conta ainda, que para treinar o pitbull e deixá-lo mais agressivo com estranhos, fazia o cão puxar uma moto, bicicletas, pneus e, depois, ganhava gatos para perseguir. Aos poucos, Marcelo diz que Oliver passou a rosnar, latir e atacar os carteiros. Há dois meses, ele teria cumprido a tarefa de atacar um rapaz que entrou no quintal para assaltar a casa.
Os cães da raça pitbull, segundo especialistas, só se envolvem em tantas polêmicas preconceituosas e ataques por sua força e tamanho e que não há nada relacionado com seu temperamento.
Ele não seria nem mais bravo que os demais, nem mais manso, o problema é que não admite erros de criação, um pequeno deslize pode se tornar em uma tragédia. O especialista em psicologia canina há mais de 20 anos, Gustavo Fleury, explica que a resposta para os ataques pode estar em um músculo da mandíbula do animal que propicia uma mordida infalível, precisa e extremamente forte.
— Bem criado, um pit bull pode proteger a casa e ser muito dócil, mas para isso o tutor tem que saber que seu cão precisa de uma atenção, de adestramento e de muito espaço para correr e brincar — diz Gustavo.
Fonte: Diário Catarinense
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