Por Helena Geraldes
A caça comercial à baleia está proibida desde 1986 para permitir a recuperação das populações destes cetáceos (Foto: Stringer/Reuters)
Uma semana depois de a Coreia do Sul ter anunciado aintenção de começar a caçar baleias para fins científicos, Seul diz-se disposta a abandonar a ideia se os cientistas encontrarem uma forma de estudar os cetáceos na natureza, sem os matar.
“Poderemos não caçar baleias para as nossas pesquisas científicas se existir um outro método para atingir o nosso fim”, disse aos jornalistas Kang Joon-Suk, alto-responsável do Ministério da Alimentação, Agricultura, Floresta e das Pescas.
O mesmo responsável tinha anunciado, na quarta-feira passada na 64.ª reunião anual da Comissão Baleeira Internacional (CBI), na Cidade do Panamá, que Seul pretendia começar a caça científica à baleia-anã (Balaenoptera acutorostrata) nas suas águas. Seul alegou uma longa tradição cultural da caça à baleia e a necessidade de avaliar as populações destes animais.
A revelação causou indignação entre os países tradicionalmente contra a caça à baleia, especialmente os Estados Unidos e Nova Zelândia.
A caça comercial à baleia está proibida desde 1986, por uma moratória da CBI, para permitir a recuperação das populações destes cetáceos, ainda que alguns países tenham permissão para uma caça aborígene de subsistência – como acontece no Alasca e Sibéria, por exemplo. Mas hoje só o Japão utiliza a situação de excepção prevista, para fins científicos. E, ao contrário do que acontece para a caça aborígene, esta excepção não precisa de aprovação da CBI.
Kang Joon-Suk disse que a Coreia do Sul vai consultar peritos nacionais e internacionais antes de apresentar um programa detalhado da caça à baleia ao comité científico da CBI, que se irá reunir em Seul em maio de 2013. “Respeitaremos as recomendações do comité para tomarmos a nossa decisão”, acrescentou.
Atualmente, a Coreia do Sul autoriza a venda da carne das baleias apanhadas ‘acidentalmente’ nas redes de pesca. Mas o número anormalmente elevado de baleias capturadas “por engano” faz os defensores dos animais desconfiarem de que pode haver animais caçados deliberadamente.
Fonte: Ecosfera
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