As ONGs vão acionar a Justiça para tentar retirar do dono a guarda dos animais, além de responsabilizá-lo criminalmente
Após ficar sem comida e água durante dias, um cão foi encontrado morto no quintal de uma casa de um condomínio em Piatã. Outros dois cachorros também foram achados completamente desidratados e desnutridos. Os animais teriam sido deixados ali pelo proprietário do imóvel, que, segundo vizinhos, não mora no local.
O choro insistente e o mau cheiro insuportável chamaram a atenção da vizinhança na manhã de segunda-feira. A Associação Brasileira de Proteção dos Animais (ABPA-BA) e outras ONGs foram acionadas. No final da tarde do mesmo dia, voluntários foram autorizados pelo síndico a entrar no condomínio Vila Tropical, na avenida Orlando Gomes.
Após arrombarem o cadeado do portão, realizaram o resgate do corpo e dos dois cachorros sobreviventes. “Uma cena chocante”, resumiu a presidente da ABPA-BA, Patruska Barreiro.
Os vizinhos acreditam que os animais ficaram sozinhos no quintal da casa por pelo menos 15 dias. Os dois que conseguiram sobreviver teriam se alimentado com as vísceras do que morreu. O proprietário do imóvel, o escrivão da Polícia Civil Paulo César Ferreira, não atendeu às ligações.
Neve e Furacão, como os dois sobreviventes foram batizados, foram levados para a clínica Vida Animal, em Amaralina. Apesar das costelas expostas, Neve, uma fêmea, tem tudo para se recuperar. Já Furacão, macho, está em estado de caquexia, ou seja, em desnutrição profunda. Quase conseguia ficar de pé. “Além disso, tem lesões importantes nos cotovelos”, disse o veterinário Augusto Angelim, que atendeu os dois.
As ONGs vão acionar a Justiça para tentar retirar do dono a guarda dos animais, além de responsabilizá-lo criminalmente. O escrivão deve responder por crime de maus-tratos. A pena prevista é 3 meses a um ano de prisão, além de multa. Mas a pena pode aumentar de 1/3 a 1/6 em caso de morte do animal.
Apesar de realizada sem autorização judicial, a ação de resgate dos cachorros foi justificada pela necessidade imediata de prestar socorro. “Nesse caso, o princípio da vida está acima do princípio de propriedade”, disse o advogado das ONGs, Carlos Ricci.
fonte:.correio24horas
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