quinta-feira, 14 de junho de 2012

Uma em cada quatro espécies de mamíferos corre risco de extinção


A natureza já foi a maior vilã da Terra e provocou, pelo menos, cinco extinções em massa. Foram grandes erupções vulcânicas, alterações violentas na atmosfera e até a queda de asteróides - um bombardeio cósmico que acabou com os dinossauros, há 60 milhões de anos.


Com a revolução industrial, há dois séculos, começou um novo ciclo de extinções. A diferença é que desta vez a catástrofe não é natural e o homem é o principal responsável.
Um grupo de biólogos da Universidade de Oxford concluiu que nos oceanos a situação é crítica. Segundo Alex Rogers, professor que lidera o grupo, a pesca em excesso e as mudanças climáticas são os maiores inimigos da vida marinha. "Se não fizermos nada nos próximos dez, 20 anos, ecossistemas inteiros podem se perder. Algumas espécies correm o risco de desaparecer completamente dos mares já nas próximas décadas", afirma.
Em terra firme a situação não é muito melhor. Um quarto das 487 espécies de mamíferos catalogadas corre risco de extinção, segundo a União Internacional para a Conservação da Natureza. Superpopulação humana, poluição, fogo, serra elétrica, caça são alguns dos motivos.
Alguns animais não tiveram chance alguma. O museu australiano guarda um tesouro raro: um tigre da Tasmania empalhado. Com listras de tigre e cara de cachorro, ele não era nem uma coisa nem outra. Era um marsupial, parente dos cangurus. Vivia numa ilha no sul da Austrália.
O último animal da espécie morreu em um zoológico, em 1936.
Hoje, os tigres verdadeiros aparecem no topo da lista dos animais mais ameaçados. Das nove subespécies, três desapareceram. Em todo o mundo, restam menos de 3.500 animais. O principal inimigo do tigre é a superstição. Alguns restaurantes na Ásia, por exemplo, cobram o equivalente a R$ 800 por uma sopa feita com pênis de tigre. Os clientes acreditam que a sopa pode restituir a virilidade.
A situação dos rinocerontes é muito parecida. Nos últimos dez anos, a matança aumentou dez vezes nos parques nacionais da África do Sul. Há 20 anos havia 70 mil rinocerontes negros no continente africano, hoje sobraram menos de três mil. A culpa é da medicina tradicional chinesa, que vende poções à base de chifre do animal como afrodisíaco.

Nem os animais empalhados escapam. No ano passado, no museu de uma cidade próxima a Londres, ladrões roubaram os chifres de dois rinocerontes que estavam em exposição. O que eles não sabiam é que os chifres que eles serraram eram falsos. A direção do museu tinha substituído os verdadeiros por réplicas feitas com resina. A mesma precaução foi tomada pela direção do Museu de História Natural de Londres. Esses rinocerontes também têm chifres feitos para enganar ladrão.
As presas que os elefantes têm para se defender, ironicamente, são sua maior ameaça. A proibição internacional do comércio de marfim fez aumentar o preço: a cotação do quilo saltou de US$ 200 para US$ 750 nos últimos anos. A China é a maior importadora mundial de marfim, material usado na produção de esculturas e de artesanato. É um mercado negro que mata 20 mil elefantes por ano.
As ameaças também não poupam os orangotangos. Há 20 anos havia 65 mil deles no leste da Ásia. Hoje não chegam a cinco mil e podem desaparecer até o fim desta década.
Brasil tem 82 espécies ameaçadas de extinção. Segundo a União Internacional para a Conservação da Natureza, o país só perde para o México e para a Índia. Se nada for feito, muitas espécies, em breve, só serão vistos em zoológicos. Ou pior: em museus, empalhados.


Um grupo de biólogos da Universidade de Oxford concluiu que nos oceanos a situação é crítica. Segundo Alex Rogers, professor que lidera o grupo, a pesca em excesso e as mudanças climáticas são os maiores inimigos da vida marinha. "Se não fizermos nada nos próximos dez, 20 anos, ecossistemas inteiros podem se perder. Algumas espécies correm o risco de desaparecer completamente dos mares já nas próximas décadas", afirma.
Em terra firme a situação não é muito melhor. Um quarto das 487 espécies de mamíferos catalogadas corre risco de extinção, segundo a União Internacional para a Conservação da Natureza. Superpopulação humana, poluição, fogo, serra elétrica, caça são alguns dos motivos.

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