Quando nenhuma vacina, tratamento, cirurgia, fisioterapia ou medicamento funciona para melhorar a qualidade e prolongar a vida do animal, é comum optar-se pela eutanásia. No dia 17 de maio, foi publicado no Diário Oficial da União uma resolução do Conselho Federal de Medicina Veterinária (CFMV) que traz novas regras para regulamentar esse procedimento e torná-lo mais ético. Pelo texto, a eutanásia só pode ser feita com técnicas aceitáveis e cientificamente comprovadas, na tentativa de reduzir o sofrimento dos bichos.
Em quase todos os casos, a orientação é que o profissional aplique a anestesia geral antes de matar o animal. E isso só deve ser feito se ele estiver comprometido de forma irreversível, se os custos do tratamento forem incompatíveis, se ele fizer parte de alguma pesquisa científica previamente aprovada ou se representar risco à saúde pública ou ao meio ambiente.
Segundo a veterinária especializada em anestesiologia Juliana Nadaleto, muitas pessoas optam pela morte do animal porque não querem um bicho doente em casa, não desejam ter trabalho extra, não podem gastar ou até porque não gostaram daquela raça ou exemplar.
“O procedimento correto da eutanásia é anestesiar profundamente o animal e aplicar uma medicação que pare o coração, sem causar dor. Muitas clínicas usam cloreto de potássio, que é mais barato e autorizado inclusive pelo CFMV, mas essa substância faz o bicho agonizar e estrebuchar”, explica Juliana.
Como os donos geralmente não acompanham o processo – apenas assinam um termo de responsabilidade –, fica difícil saber qual foi o método utilizado pela clínica. Uma eutanásia custa, em média, R$ 350, e os médicos que cobram menos, segundo a veterinária, provavelmente usam produtos de qualidade inferior.
Depois de morto, o animal pode ser cremado pela família, em serviços como o Pet Memorial, ou deixado em uma câmara refrigerada na clínica veterinária. Na cidade de São Paulo, as empresas de coleta de lixo recolhem semanalmente os bichos – considerados resíduos sólidos de saúde –, encaminha-os para uma usina de incineração e crema todos. Depois disso, as cinzas são levadas para um aterro sanitário, já que enterrá-los diretamente pode contaminar o solo.
De acordo com a lei paulistana 13.478, de 2002, a responsabilidade de destinação final de um animal morto é do proprietário, que pode levá-lo até uma clínica e, de lá, o corpo ser coletado pelas concessionárias Loga e Ecourbis – que também passam por hospitais e farmácias.
Segundo a assessoria da Prefeitura, há uma opção gratuita de descarte para os moradores, que podem levar o animal morto, devidamente embrulhado, aos transbordos Ponte Pequena e Santo Amaro, localizados nas regiões central e sul da cidade, respectivamente.
Nas vias públicas, quem recolhe os animais mortos são as empresas que prestam serviços de limpeza urbana. O descarte de animais mortos e outros resíduos sólidos em ruas e avenidas é passível de multa que varia entre R$ 500 e R$ 13 mil, dependendo da quantidade e do peso. Além disso, o ato pode ser caracterizado como crime ambiental.
fonte:g1.globo
Nenhum comentário:
Postar um comentário
verdade na expressão