sábado, 28 de junho de 2014

ATIVISTAS NÃO CONSEGUIRAM IMPEDIR QUE DEZ MIL CÃES FOSSEM COMIDOS NO FINAL DE SEMANA NA CHINA

Semana passada, a mídia internacional cobriu de forma intensa o Festival de Carne de Cachorroda China, que vem se tornando meio que uma tradição nas últimas duas décadas. Como o nome sugere – e para o desespero de quem considera cachorros amigos, não comida – dez mil cães são abatidos e servidos todo ano no festival que acontece na cidade de Yulin, província de Guangxi.
Estive em Yulin no sábado, enquanto os moradores mais uma vez brindavam com vinho de lichia e saboreavam tigelas de cachorro recém-assado, frito e cozido.
Amantes de animais de toda a China e do resto do mundo criticaram o apetite aparentemente sem limites de Yulin por carne de filhotes, e várias celebridades chinesas fizeram apelos na internet para que o festival fosse cancelado. No entanto, os moradores locais se negam a desistir de sua reunião anual. Quando falei com uma vendedora do mercado de carne Dong Kou no centro da cidade, ela disse que tinha perdido a conta dos cães vendidos na semana anterior, mas calculava que havia sido bem mais de cem por dia – os negócios nunca foram tão bem.
Shandai, do grupo de proteção dos animais Centro Voluntário Guangdong Shoushan, reconheceu que as estimativas prévias de dez mil cães sacrificados para o festival eram muito baixas, afirmando que o número correto deve ficar em torno de 40 mil (mais dez mil gatos, caso você não goste muito de cachorros).
Ao andar pela cidade, a presença de manifestantes parecia ter tido o efeito contrário do que eles esperavam. Os moradores que enchiam suas cestas com patas e rabos recém-cortados defendiam seus costumes sem remorso. Uma mulher no mercado chegou a declarar indignada: “Não estou forçando ninguém a comer cachorro, então eles não podem me forçar a parar!”.
“Mais pessoas estão comendo cachorro este ano”, reclamou Pian Shan Kong, ativista pelo direito dos animais de Guizhou e que observa o festival há três anos. “Como são pessoas de fora que vêm para protestar, os moradores são estimulados a resistir.” Kong estava mantendo quatro filhotes resgatados em seu hotel em Yulin – segundo ele, o vendedor dos cães ficou enraivecido quando percebeu que eles não estavam destinados ao prato do jantar e ameaçou cortar os quatro ao meio ali mesmo se Kong não pagasse a mais por cada um.
A amante de cachorros Yang Xiaoyun foi além e adquiriu 300 cães engaiolados, que depois tiveram que fazer uma viagem de 11 horas até sua cidade, Tianjin. Apesar das boas intenções, os 90.000 RMB (mais de 30.000 reais) gastos comprando os cães sem dúvida continuarão alimentando os vendedores de cães da região.
indústria de carne de cachorro na China não é totalmente regulamentada, e os ativistas afirmam que os cães, com frequência, são animais de estimação roubados ou de rua, o que apresenta riscos para os consumidores. Os vendedores, no entanto, insistem que os cães são “tu gou”, um tipo de cachorro criado em fazendas especialmente por sua carne, e que isso não é diferentes da criação comercial de outros animais considerados fofos, como ovelhas, para o abate.
No sábado, os ativistas pelos direitos dos animais tentaram realizar uma manifestação em frente ao prédio do governo de Yulin, que culminou em faixas e cartazes agarrados e rasgados. O que se seguiu foi uma troca de ofensas entre os moradores e os manifestantes, até que guardas de segurança foram chamados e dispersaram a multidão.
Enquanto o resto da China continua debatendo a moralidade da carne de cão, ficou claro que, para os moradores de Yulin, carinha de cachorro nenhuma vai impedir o banquete.
Como um morador apontou orgulhosamente: “Se você não está falando da Copa do Mundo, você está falando sobre o nosso festival – isso só pode ser bom para nossa reputação, temos a melhor carne de cachorro da China. No futuro, Yulin vai se tornar ainda mais famosa!”.
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Tradução: Marina Schnoor
Fonte: http://www.vice.com/pt_br

quarta-feira, 25 de junho de 2014

Tigre é mantido em beira de estrada nos EUA há anos para entretenimento humano


Foto: savetony.com
Foto: savetony.com
A polêmica em torno dos esforços para libertar Tony, um tigre mestiço de Siberiano e Tigre-de-bengala que é explorado como atração viva na beira de uma estrada em Grosse Tete, Louisiana, já ocorre há anos.
Apesar dos anos de militância em seu favor para que seja movido e das vitórias legais que deveriam tê-lo libertado, ele ainda está no local. Agora, a esperança de que o animal seja movido para um santuário aguarda o veto do governador a um projeto de lei; caso contrário, ele continuará lá. As informações são da Care2.
Os defensores de Tony têm argumentado continuamente que uma jaula na estrada, onde ele está constantemente rodeado por barulho e fumaça de óleo diesel, não é lugar para um tigre.
Tigres têm sido tratados como objetos no local desde 1988. O proprietário Michael Sandlin acumula uma lista longa de violações da Lei de Bem Estar Animal que vão desde o manuseio incorreto de tigres até a falha em prover cuidado veterinário e práticas de alimentação insalubre.
Os outros tigres que eram explorados por Sandlin foram removidos como resultado de suas contravenções, mas Tony foi deixado e está sozinho desde 2003.
Foto: Blog Free Tony the tiger
Foto: Blog Free Tony the tiger
Em 2006, o estado da Louisiana aprovou uma lei que coloca limites à “posse de felinos exóticos degrande porte”, após preocupações com casos como o de Tony, mas concedeu direito adquirido às pessoas que já os tutelavam. Como Sandlin não mora na propriedade onde está o caminhão, ele ficou inelegível à permissão. No entanto, o Louisiana Department of Wildlife and Fisheries (LDWF) gratificou-o posteriormente com uma permissão, após as autoridades de Iberville Parish abrirem uma emenda alterando uma lei local para permitir que ele mantivesse Tony.
Em 2010, o Animal Legal Defense Fund (ALDF) envolveu-se no caso e processou o LDWF por ter concedido ilegalmente a permissão para Sandlin, e ganhou a causa em 2011, quando um juiz considerou que Sandlin era realmente inelegível para uma permissão de acordo com as leis estaduais, e ordenou que o LDWF revogasse definitivamente a concessão.
A decisão foi acolhida pelo Tribunal de Apelações e, na sequência, a Suprema Corte recusou-se a ouvir uma apelação. Legalmente, Sandlin perdeu a batalha e Tony deveria ser removido mas, de alguma forma, ele conseguiu apoio suficiente de legisladores para que uma nova lei fosse introduzida e desfizesse toda a vitória em favor de Tony até então.
tony
Foto: savetony.com
A lei denominada “SB 250″ abre uma isenção específica para “certas pessoas” que tutelavam tigres antes de 2006. Segundo a ALDF, isentar “certas pessoas” (referindo-se ao tutor de Tony) não deve apenas remover as proteções legais desse animal mas também permitir que outros indivíduos como Sandlin sabotem o processo judicial. Além de manter Tony aprisionado, aprovar uma lei como essa significa enviar a perigosa mensagem de que se você não gosta de uma lei, você pode simplesmente contratar alguns lobistas para tentar reescrevê-la – nesse caso, trata-se da lei de proibição de tutela de tigres e outros felinos exóticos na Louisiana.
Infelizmente para Tony, a lei passou pelo congresso e foi enviada para o Governador Bobby Jindal para assinatura. Os defensores de Tony acreditam que o estado despendeu tempo e recursos suficientes para lidar com essa questão que deveria ter sido resolvida há anos atrás, e agora estão clamando por um veto.
Por favor assine a petição que apela para que o Governador Bobby Jindal não abra um perigoso precedente sobrescrevendo as decisões judiciais anteriores e permitindo que um indivíduo contorne as leis locais e estaduais sobre animais exóticos à custa da liberdade de Tony.
fonte: anda.jor

segunda-feira, 23 de junho de 2014

O mundo consumisse como os EUA?



por Daniel Schneider
Não daria nem para o começo: precisa-ríamos de 4,5 Terras para que o mundo não entrasse em colapso. Como só temos esta aqui, complica. Imagine: nos EUA existe praticamente um carro para cada adulto. São 231 milhões de veículos, ou 76 carros para cada 100 habitantes. O planeta todo tem 850 milhões de carros. Se tivesse a proporção dos EUA, seriam 5,12 bilhões, acompanhados da conta em aço, petróleo, eletricidade e tudo o mais que seria necessário para produzi-los. Um planeta assim consumiria todo o petróleo que pode haver no nosso pré-sal (150 bilhões de barris) em menos de um ano. E para alimentar os 6,7 bilhões de bocas do mundo com a mesma quantidade de carboidratos e proteína que os 307 milhões de americanos consomem? Dureza: faltaria solo no mundo. Uma alternativa seria turbinar a irrigação. Mas aí a água, que já está em falta, não daria conta: para fazer a carne de um hambúrguer, por exemplo, vão 11 mil litros d´água (contando o que o boi bebe e o que vai no cultivo de ração). O jeito seria dessalinizar água do mar. Mas fazer isso consome mais energia do que temos como produzir de forma sustentável hoje. Quer dizer: ou temos uma revolução tecnológica ou esqueça.


Vai faltar planeta
Com a tecnologia de hoje, um "mundo EUA" seria impossível

Derretimento global
Se o mundo não reduzir pela metade as emissões até 2050, estima-se, haverá um aumento de até 7 °C na temperatura média do planeta, com consequências catastróficas. No nosso “mundo EUA”, em vez de reduzir em 50%, as emissões totais saltariam imediatamente mais de 500%, 10 vezes mais do que o máximo que o planeta pode aguentar sem se transformar num forno.
Alternativa: Substituir todo o carvão e o petróleo por fontes que não emitam CO2.


Faça-se a luz

Para ficar tão iluminado quanto a terra de Obama, o mundo teria de quintuplicar a produção de eletricidade. O Brasil, por exemplo. Hoje consumimos o equivalente a 4 Itaipus. Para chegar ao patamar americano, precisaríamos de outras 23.
Alternativa: Como não há potencial hidrelétrico no mundo para dar conta disso, o jeito de obter tanta energia sem poluir nada seria com a fusão nuclear, que só libera vapor d’água e não usa urânio. A primeira usina assim sai do papel na próxima década, na França (se a crise deixar).


Fim do petróleo (mesmo)
Os americanos consomem 24,5 barris de petróleo por cabeça a cada ano (contra 4,5 barris na média mundial). Para produzir os 135 bilhões de barris a mais por ano, seria necessário produzir 338% mais do que hoje.
Alternativa: Usar o petróleo só como matéria-prima de tecidos e plásticos.


Quase 10 galinhas por habitante

Os americanos consomem 3 vezes mais carne que a média mundial. O único jeito de triplicar a produção seria fazer carne só a partir de animais confinados, cuja criação não ocupa muito espaço. Mesmo assim, o sistema digestivo dos bois produziria tantos gases-estufa quanto 150 milhões de carros.
Alternativa: Produzir carne em laboratório a partir da reprodução de células animais (e não de animais inteiros). As pesquisas já começaram.


E tome ferro
Teríamos que aumentar em 80% a extração de minério de ferro, a matéria-prima do aço. A produção em 200 foi de 1,6 bilhão de toneladas. Para tirar o 1,3 bilhão extra, o mundo precisaria de mais 4 mineradoras do tamanho da Vale, que é a maior produtora mundial de ferro. As reservas (230 bilhões de toneladas) aguentariam só mais um século.
Alternativa: Reciclagem.
Agroproblema
O planeta precisaria mais que duplicar a produção de alimentos, mas não há espaço disponível para isso.
Alternativa: Irrigar e fertilizar áreas hoje pouco produtivas (como Israel fez) e investir em engenharia genética, em busca de vegetais que cresçam melhor.
fonte: http://super.abril.com.br/

domingo, 22 de junho de 2014

Desesperados, ativistas chineses tentam salvar cães que seriam comidos em festival


Ativistas enfrentam dificuldade para salvar animais na China.
Fabio Chaves
Do Vista-se

Anualmente, acontece na cidade de Yulin, na China, um festival chamado Yulin Dog Eating Festival (Festival da Carne de Cachorro de Yulin). O evento ocorre há milhares de anos e é considerado uma tradição por alguns moradores. Ao contrário do que se possa imaginar, Yulin não é uma cidade pequena e isolada. São quase 7 milhões de habitantes.
O consumo de carne de cachorro não é proibido na China, por isso, ativistas pelos Direitos dos Animais chineses têm dificuldade de parar festivais como este. Por ano, cerca de 10.000 cães são assassinados para o festival.
Yulin Dog Eating Festival ocorre sempre em comemoração ao dia mais longo do ano. Em 2014, o festival deveria acontecer neste sábado (21), mas os moradores se reuniram para comer carne de cachorro alguns dias antes, por conta da pressão internacional e da presença da mídia estrangeira na cidade.
A única arma que os ativistas encontram é trazer a imprensa de outros países para cobrir o festival de forma negativa. Este tipo de pressão deu certo em outras cidades chinesas, que já baniram festivais semelhantes.
Desesperados por ver os cachorros sendo vendidos, mortos e comidos na rua, ativistas negociaram com os vendedores para comprar alguns cães. Muitos não tiveram a mesma sorte e foram assassinados.
As fotos que ilustram esta matéria são da Reusters, uma das mais respeitadas agências de notícias do mundo. A repercussão destas imagens em grandes veículos de comunicação do mundo inteiro podem mudar o destino dos cães de Yulin no próximo ano.
No Brasil, embora o consumo de carne de cachorro seja proibido, a maioria da população ignora que outros animais sofrem tanto quanto eles. De forma legalizada e até incentivada pelo governo, matamos 1 boi, 1 porco e 185 frangos por segundo. Sim, por segundo (entenda). Se você não concorda com isso, por favor, considere o veganismo: www.sejavegano.com.br.
fonte: http://vista-se.com.br/