Por: Leonardo Bezerra
Com poder para movimentar milhões de pessoas em todo o mundo, derrubar políticos, artistas, religiosos e autoridades. Esta é uma nova e surpreendente força no mundo. Está presente em todos os lugares. Desde a dona de casa que ao ver uma apresentadora na televisão promover maus tratos aos animais, dá um grito de alerta, até as ações bem planejadas, que envolvem veículos e até navios no sentido de libertar animais de seus cativeiros ou impedir matanças. Derruba tradições milenares como tourada, caça, rodeios, uso de carne na alimentação e faz tremer toda a indústria que de alguma forma usa animais com fins lucrativos. São os defensores dos animais, ou ativistas pelos direitos dos animais.
Em seus quadros há desde o protetor anônimo e isolado, que simplesmente não pode ver um animal abandonado ou em situação de risco, até organizações mundialmente conhecidas como a PETA,Greenpeace, Sea Shepherd, AnimaNaturalis, Igualdad Animal e muitas outras que tem o poder de movimentar milhares de pessoas num determinado momento.
Este início e crescimento do movimento em defesa dos animais em todo o mundo têm semelhanças marcantes com outros grandes movimentos do passado, com a diferença de que, devido aos meios de comunicação modernos, cresce de forma muito rápida e abrangente.
É um movimento do bem, onde a bondade, sensibilidade, amor, caridade, ética, justiça, direitos, são palavras chaves em todas as atividades e entre todos os defensores. Neste aspecto, lembra o cristianismo dos primeiros séculos. O grande inimigo era o poderio de Roma, a escravidão, a dominação dos povos. Naquela época ninguém sequer poderia sonhar que um movimento do bem, no caso o cristianismo, voltado para a bondade, o perdão, para Deus, poderia derrubar o império romano, mudando totalmente a forma de pensar e até mesmo fazendo da sede do império sua própria sede, isto tudo sem nenhuma guerra, apenas com palavras e ações. Neste sentido o movimento dos defensores tem alguma semelhança, é um movimento que conquista pela lógica e não pela força.
Pode-se fazer também um comparativo com a Revolução Francesa quando a população inteira já não agüentava mais viver na miséria diante do fausto da realeza dominante. No caso dos defensores a semelhança é que a indústria da carne, peles e produtos derivados de animais são a realeza atual, aparentemente intocável. Neste caso, só ações fortes, principalmente na mídia conscientizando as pessoas pode derrubar todo este poder das indústrias, algo mais ou menos como está acontecendo com o tabagismo. Se algum dia um político conseguir impor algo semelhante ao que acontece com as carteiras de cigarros, onde são mostrados os grandes males que o mesmo causa à saúde, e estampar isto nas embalagens dos produtos da indústria da carne, então sim, estaremos no inicio da derrubada total da milionária e intocável indústria da carne.
Esta força social tem muitos nomes e muitos aspectos, mas sempre com algo em comum; não aceitar mais a escravidão e a exploração dos animais. Conta hoje com uma ferramenta poderosa que as forças sociais do passado não contavam, é o poder da mídia eletrônica. O twitaço pode derrubar qualquer autoridade, pode levar um artista à falência e pode fazer tremer uma grife da moda. E é justamente isto o que tem acontecido.
Aqui no Brasil, recentemente, duas redes de televisão sentiram o gosto amargo do poder da mídia usada pelos defensores dos animais. No caso de um programa matinal da Globo, a apresentadora, uma ilustre desconhecida no mundo, de repente estava na boca e na vista de milhares de defensores pelo fato de ter cortado animais vivos em seu programa. O caso do programa A Fazenda, da Record, foi ainda mais chocante, ativistas se movimentaram e rapidamente conseguiram fazer com que um dos participantes fosse expulso do programa por confessar que agredia cabras. Contudo, parece que a Record não tirou nenhum proveito do referido caso, pois mais recentemente no programa da Ana Rickman, as participantes estrangularam uma galinha ao vivo para passar numa determinada prova. Na verdade só provaram que são pessoas insensíveis e cruéis enquanto que o programa provou que não tem nenhuma criatividade.
Estes fatos, que em outras épocas ficavam despercebidos, hoje não escapam dos defensores. Até uma palavra errada pode condenar um personagem, um político, ou seja, lá quem for. Para os defensores nem o Papa escapa. Um dos adereços usados é feito com lã de ovelha, o que o coloca na mira dos defensores.
Para quem depende do público, como políticos, artistas e outros que não podem viver sem pessoas, só resta uma atitude, agradar e não provocar o menor deslize no que se refere ao trato com os animais ou sua queda é inevitável. Aqueles mais espertos, rapidamente estão virando vegetarianos, veganos, defensores tudo para agradar seu público.
Por enquanto, essa força mundial, que são os defensores, é uma espécie de democracia, não existe uma centralização, ninguém é dono desse poder imenso que toma conta do mundo a cada dia que passa. É uma nova revolução, silenciosa, cuja arma é a mídia eletrônica, as palavras e as imagens. É o poder das mídias sociais, do Youtube, do e-mails, do Google e de milhares de gigantes que conseguem dar voz e voto aqueles que antes não tinham a menor chance de se comunicar e de expressar suas opiniões com o poder de elevar alguém ou derrubar.
Essa nova revolução vai chegar finalmente a um mundo de paz entre todas as criaturas. A humanidade se lembrará com horror, dos tempos em que usavam os animais como meros objetos e não como vidas. Do mesmo modo como recordamos hoje de um tempo em que houve escravidão de seres humanos, como se fossem também meros objetos.
fonte: jornal defesa dos animais
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