Existem boas evidências científicas que demonstram que as pesquisas com animais possuem um alto grau de imprecisão para o desenvolvimento de medicamentos e como um produto irá afetar humanos, colocando a saúde humana e animal em risco.
Conheça a verdade por trás dos testes em animais.
A evidência científica contra os testes em animais
Imagens e vídeos de
gatos com eletrodos presos em suas cabeças, ou de
macacos com crânios abertos, envoltos de dor e terror, são suficientes para perturbar momentaneamente a maioria de nós. Mas nós tentamos afastar essas imagens de nossas mentes porque uma parte da comunidade científica e do governo nos diz que tais experiências são feitas para o nosso próprio bem. Eles insistem em afirmar que sem tais experiências não teremos curas para as doenças do mundo, e que aqueles que se opõem aos testes com animais são “extremistas” e “contra o progresso da ciência”.
No entanto, apesar do suposto rigor dos testes em animais, 2 milhões de americanos ficam gravemente doentes por conta de efeitos colaterais de medicamentos todos os anos. Para piorar a estatística, cerca de
100 mil americanos morrem anualmente por culpa de reações de medicamentos que tiveram seus efeitos verificados em outras espécies. [1] Essas estatísticas excedem o número de mortes de todas as drogas ilícitas juntas, custando aos cofres públicos mais de 136 bilhões de dólares. [2] Na Inglaterra, cerca de 70 mil mortes ocorrem a cada ano deste mesmo problema, sendo a terceira causa mais comum de morte no país (depois de ataque cardíaco e acidente vascular cerebral). [3]
A companhia farmacêutica Ciba-Geigy estima que apenas 5% de todos os produtos químicos verificados como seguros e eficazes em testes com animais chegam ao mercado. [4] Mesmo assim, durante 1976 e 1985 o FDA aprovou 209 novos compostos dos quais 102 foram retirados do mercado ou tiveram rótulos alterados por conta de efeitos colaterais graves e imprevisíveis, incluindo ataques cardíacos, insuficiência renal ou hepática, e AVC.
Pesquisadores podem colocar suas carreiras em risco ao admitir publicamente que os modelos baseados em animais são imprecisos. Embora alguns tenham a coragem de fazê-lo. Dois desses pesquisadores são Dr. Ray Greek, um anestesista americano, e sua esposa Jean Swingle Greek, veterinária. Ambos são ex-vivissectores que conhecem amplamente a literatura médica e científica.
Diferenças entre as espécies tornam o modelo animal como um jogo de azar – a taxa de predição é baixíssima.
Com dados da própria ciência, eles lançaram o livro “Vacas Sagradas e Gansas dos Ovos de Ouro: O Custo Humano da Experimentação Animal” (Sacred Cows and Golden Geese: The Human Cost of Animal Experimentation), que revela os perigos da pesquisa animal para a saúde humana.
Ineficácia das pesquisas com animais
Se você abrir um rato, cão, porco e um ser humano, você vai encontrar semelhanças e diferenças anatômicas. Mas são justamente as diferenças que possuem um forte impacto quando trata-se do metabolismo de uma certa substância. Por exemplo, ratos não têm vesícula biliar.
Dr. Ray explica na obra que muitas drogas são excretadas via biliar, afetando a meia-vida de uma droga.
“As drogas ligam-se ao plasma dos ratos de maneira muito menos eficiente. Além disso, eles são animais noturnos. Seu intestino está em um local diferente. Sua pele possui diferentes propriedades de absorção do que a dos seres humanos. Qualquer uma dessas discrepâncias irá alterar o metabolismo de drogas”, afirma Jean Greek.
Essas diferenças são apenas superficiais. Medicamentos agem em nível microscópio, iniciando ou interrompendo reações químicas que não podem ser vistas a olho nu.
“Somos diferentes em nível celular e molecular, que é onde as doenças ocorrem”, explicam os autores. “As células dos chimpanzés são muito semelhantes às humanas, mas a organização celular é muito diferente.”
Mesmo aqueles que defendem o modelo animal admitem sua baixa taxa de predição.
Dr. Ralph Heywood, diretor do Centro de Pesquisa de Huntington, nos Estados Unidos, afirmou: “O melhor palpite para a correlação de reações adversas, através de dados de toxicidade animal, está situado entre 5 e 25 por cento”. [6]
Dr. Herbert Hensel, diretor do Instituto de Fisiologia da Universidade de Marburg, vai mais além: “De acordo com as estatísticas biomédicas não é possível transferir dados de estudos com animais para humanos. Não existe nenhuma previsibilidade científica em tais testes. É pior do que jogar cara ou coroa.” [7]
E isso é admitido por uma das obras mais respeitáveis sobre experimentação animal: “A confiança nos resultados de ensaios em animais pode ser perigosamente enganosa para a nossa saúde e custar dezenas de milhares de vidas humanas.” [8]
Um bom exemplo é a talidomida. Grávidas que tomaram essa droga deram à luz a crianças com deformidades chocantes. Os testes em animais foram incapazes de prever isso. O primeiro caso de efeitos colaterais ocorreu em 1956, mas em 1957 a droga foi liberada mesmo assim. [9]
Imprecisão dos testes toxicológicos
O mais famoso deles é o
DL50 (Dose Letal 50), onde os animais são forçados a inalar ou ingerir produtos químicos até que 50% sucumbam à morte. Tal dosagem é então designada como DL50.
Sua ineficácia é evidente quando consideramos as diversas variáveis, como idade, peso e sexo dos animais, para não mencionar as condições ambientais em que o teste ocorre. Tais variáveis tornam os resultados inválidos mesmo para animais não-humanos – o que dirá para nossa espécie.
O teste DL50 fazia parte de quase todas as diretrizes regulamentares para a avaliação da segurança de produtos químicos em todo mundo há cerca de 10 anos atrás. No EUA, embora o FDA tenha passado a aceitar testes in vitro, ainda é permitido por lei o DL50.
Em novembro de 2000, a Organização para Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE), que reúne 29 países membros, concordou em buscar alternativas ao teste DL50. [16] Porém, alternativas que passaram a ser usadas tratam-se apenas de um refinamento do método que ainda utiliza animais.
Nos Estados Unidos, os métodos desenvolvidos pela Agência de Proteção Ambiental (EPA) ainda envolvem extensos testes em animais, para a determinação se uma substância é “segura” para crianças.
Ironicamente, testes em animais podem impedir que medicamentos eficazes cheguem ao mercado.
O que não funciona para animais é eficaz para humanos
Assim como os testes em animais permitem que drogas perigosas cheguem ao mercado,
a saúde humana também fica comprometida pois drogas que poderiam ser benéficas para a nossa espécie não passam em experimentos com animais.
Nós apenas devemos olhar em nossas prateleiras. Hoje, cerca de 29 bilhões de aspirinas são vendidas todos os anos somente nos EUA, mas tal droga causa defeitos congênitos em camundongos e ratos, além de ser tóxica para gatos. [17] O analgésico ibuprofeno causa insuficiência renal em cães, mesmo em baixas doses. Outros medicamentos ficaram indisponíveis inicialmente para as pessoas por conta de efeitos adversos em animais. São eles:
- Corticosteroides: causam câncer em alguns roedores, apesar de serem utilizados com segurança por humanos há anos;
- Depo-Provera: contraceptivo impedido de ser lançado em 1973, nos EUA, pois causou câncer em cães e macacos.
- FK506: este medicamento quase ficou engavetado depois que pesquisadores constataram que ele era tóxico para cães.
- Furosemida: camundongos, ratos e hamsters sofreram danos no fígado a partir desse diurético, que atualmente é prescrito para o tratamento de hipertensão arterial e doenças no coração.
- Isoniazida: este medicamento, comumente usado para tratar a tuberculose, causou câncer nas outras espéceis.
- Penicilina: a liberação da penicilina foi adiada quando seu descobridor, Alexander Fleming, constatou que ela era tóxica para porquinhos-da-índia.
- Prilosec: o lançamento deste medicamento gastrointestinal foi adiado por 12 anos por conta de efeitos colaterais graves em animais.
- Estreptomicina: este antibiótico causou defeitos congênitos e malformação de membros em prole de ratos.
A derrota da guerra contra o câncer
De acordo com o Dr. Ray e Jean Greek, 40% da população receberá um diagnóstico de câncer em algum momento de suas vidas. É a única doença que a maioria de nós provavelmente irá se deparar, seja pessoalmente ou através de amigos ou familiares.
Dinheiro investido em pesquisa animal contra o câncer é uma perda inegável de recursos.
Apesar dos bilhões gastos em “pesquisas contra o câncer”, as mortalidades estão aumentando. Por exemplo, de 1973 a 1992 subiram 6,3% nos EUA.
Na obra do Dr. Greek ele revela que apesar de milhares de substâncias tenham funcionado em animais, a cura do câncer ainda está distante.
“Em muitos casos, [a experimentação animal] tem levado a maiores perdas e introduzido novos perigos”, afirma.
Existem mais de 200 formas diferentes de câncer humano. Algumas delas existem em animais, embora exista diferenças nas causas, nos efeitos, no tratamento e prognóstico. Um histiocitoma é fatal para humanos, mas benigno em cães, assim como todos os tipos de câncer possuem efeitos específicos.
Na década de 1950 os primeiros agentes cancerígenos foram constatados com observação em humanos:
“A ligação entre radiação e câncer foi relatada em estudos clínicos. Em 1956, os médicos britânicos advertiram efeitos cancerígenos de raio-x durante a gravidez, resultando em câncer infantil. Mas nenhuma quantidade em outros animais necessariamente produz o mesmo efeito. Nestes casos, a incapacidade de validar a carcinogenicidade em animais faz com que agentes cancerígenos sejam tidos como inofensivos durante muito tempo.”
O amianto é outro exemplo. A ligação entre câncer e amianto foi feita em 1907, porém apenas depois que os cientistas conseguiram induzir a doença nos animais – o que levou mais de 30 anos – a evidência foi vista como irrefutável.
Dr. Ray e Jean Greek apontam que, entre 1970 e 1985, os pesquisadores submeterem de 300 a 400 milhões de animais para verificar possíveis efeitos contra o câncer de mais de meio milhão de compostos. Com base nesses experimentos com animais, apenas 80 compostos passaram para a fase clínica. Deles, 24 provaram ser eficazes, e, destes, somente 12 passaram a ter um importante papel na quimioterapia. Mas todos esses 12 compostos eram variações químicas de agentes quimioterápicos conhecidos anteriormente; ou seja, o uso de tais medicamentos para o combate ao câncer já era previsto por suas estruturas químicas. [18] Em outras palavras, durante décadas, bilhões de dólares foram investidos em procedimentos dolorosos, cruéis e bárbaros, para os quais não houve a mínima capacidade preditiva.
Mesmo o ex-diretor do Instituto Nacional do Câncer dos EUA (NCI)
admitiu a falha do modelo animal. Em
Los Angeles Times em 6 de maio de 1998, Dr. Richard Klausner afirmou:
“A história da cura do câncer na ciência tem sido uma história de cura dos ratos. Conseguimos curar por décadas câncer em ratos – e isso simplesmente não funciona em humanos.”
Insistir na experimentação animal é negligenciar o valor da saúde humana e animal.
Na década de 1990, nos EUA, os cientistas propuseram engenharia genética para induzir câncer da nossa espécie em ratos. Porém, os tumores induzidos não responderam à quimioterapia, porque a maneira como o câncer se desenvolve nos animais é diferente da nossa espécie.
Dr. Greek levanta a questão de quantos fármacos anti-cancerígenos, que poderiam ser bem sucedidos em humanos, não foram desenvolvidos por conta da pesquisa animal. De acordo com ele, todos os tratamentos de sucesso para humanos não vieram da experimentação animal.
Portanto, da próxima vez que você pensar em doar seu dinheiro para pesquisas em animais contra o câncer, lembre-se das palavras do Dr. Irwin Bross, ex-diretor do Roswell Park Memorial Institute para Pesquisa do Câncer, em 1981:
“Ao mesmo tempo que os testes em animais têm atrasado e impedido avanço na guerra contra o câncer, eles nunca produziram um único avanço significativo, quer na prevenção ou no tratamento de câncer humano.”
Pesquisas continuam, apesar das evidências contrárias
Se até mesmo os defensores do
lobby da experimentação animal admitem que tais testes são imprecisos e produzem poucos dados confiáveis, por qual motivo eles continuam?
Dr. Ray Greek afirma que a busca de títulos e dinheiro são a principal razão da pesquisa animal continuar acontecendo.
Dr. Werner Hartinger, um cirurgião alemão, afirmou em 1989: “Há, de fato, apenas duas categorias de médicos e cientistas que não se opõem à vivissecção: aqueles que não sabem o suficiente sobre o assunto e aqueles que fazem dinheiro com isso.”
Este último grupo, em particular, de acordo com Ray e Jean Greek, é a principal razão: “Os cientistas, assim como nós, são materialistas e oportunistas. Eles também lutam para sobreviver e se destacar em um mundo competitivo”, argumentam.
Dr. Irwin Bross concorda. Em 1986, ele fez uma afirmação sobre as pesquisas em animais contra o câncer:
“Eles [os cientistas] podem afirmar que amam a verdade dos fatos, mas quanto se trata da verdade dos dólares, eles amam os dólares em primeiro lugar.”
Para obter subsídios para uma pesquisa e manter-se empregado, você precisa pagar seus impostos em dia. E a maneira mais fácil e rápida para um pesquisador obter o seu dinheiro é com testes em animais.
“O interessante sobre ratos é que você pode ir para sua casa na sexta à noite e ter a certeza de que eles estarão nas suas gaiolas quando você voltar na segunda-feira. Por outro lado, a pesquisa clínica com humanos pode ser complicada, pois os médicos não têm controle sobre os pacientes. Seres humanos podem até ser desonestos sobre seus estilos de vida. Você pode viciar macacos com crack ou heroína tranquilamente no seu laboratório. Mas se você quer estudar os efeitos das drogas em humanos, você terá que interagir com pessoas em situações potencialmente desagradáveis”, argumentam Ray e Jean Greek..
O tempo também é relevante: “Ratos podem ser gerados em semanas. Enquanto um experimentador da área clínica pode publicar um único artigo, um experimentador animal pode publicar pelo menos cinco, no mesmo período de tempo”.
São os
títulos e números que importam, ao contrário do valor da pesquisa, para aqueles que desejam subir na sua carreira científica. A aceitação do
status quo também é um fator chave.
A pressão sobre estudantes jovens médicos de publicar pesquisas rapidamente, faz com que eles entrem no beco sem saída da experimentação animal. A maior parte das revistas científicas são editadas por pesquisadores que utilizam animais. Isso significa que os vivissectores têm grandes possibilidades de exporem seus trabalhos, enquanto os pesquisadores contra tais práticas não encontram revistas para publicação – apesar de haver um número estimado de 100 mil revistas científicas impressas hoje. Muitas dessas revistas dependem do financiamento de empresas farmacêuticas que fazem testes em animais.
As pesquisas com animais são feitas com o seu dinheiro de impostos, porém o lobby da experimentação animal impede que tais informações sejam divulgadas ao público.
A grande mídia também contribui para manter o trabalho dos antivivisseccionistas longe dos olhos do público. Repórteres e editores logo percebem que para manterem seus empregos eles devem ter um bom contato com institutos de pesquisa que fazem parte do lobby da pesquisa animal. Por conta disso, eles não expõem ao público essa máquina de fazer dinheiro. Dinheiro que, por sinal, é seu.
O governo americano gasta cerca de 10 bilhões de dólares de impostos para pesquisa médica com animais, mas apenas um terço do financiamento do NIH (Instituto Nacional de Saúde) vai para pesquisas com humanos. [19] Portanto, não é difícil entender o motivo dos estudos com animais serem os preferidos pelos pesquisadores com ambições de carreira e hipotecas a pagar.
A
indústria da experimentação animal fatura cerca de 1 trilhão de dólares por ano no mundo inteiro. Incluindo empresas que lucram com a venda de gaiolas, bisturis, equipamentos e agulhas, para não mencionar a venda em si de animais.
Cedar River Laboratórios, por exemplo, vende gatos por $225 cada, com menos de 16 semanas de idade.
As empresas farmacêuticas também se beneficiam dos testes. A experimentação animal é a maneira mais rápida para um novo medicamento entrar no mercado legalmente.
O Jornal da Associação Médica Americana relatou que 43% dos mais de 2 mil pesquisadores das 50 principais universidades afiliadas receberam dinheiro da indústria farmacêutica, por conta da pesquisa animal. [20]
Até mesmo instituições de caridade não são isentas do laço com fins lucrativos. Muitas delas – tais como Instituto Americano para Pesquisa do Câncer (AICR), Associação Americana de Diabetes e Associação Americana do Coração, Fundação Britânica do Coração (BHF), no Reino Unido – recebem fundos para realização de pesquisa animal.
A Fundação Britânica do Coração recebeu 56 milhões de libras em 1998, gastando, deste valor, 34 milhões de libras em pesquisa animal, contra apenas 5,1 milhões para a realização de programas educacionais. Em uma das pesquisas, cães tiveram veias cortadas, de modo que a pressão sanguínea mudasse rapidamente nas artérias do pescoço. Os pesquisadores concluíram que abaixarmos ou levantarmos rapidamente pode nos causar tonturas e fatiga. [21]
Os testes em animais também oferecem às empresas farmacêuticas um álibi de proteção para eventuais processos de pessoas que tenham sido prejudicadas por seus medicamentos. Na Europa, por exemplo, a lei exige que testes em animais ocorram para identificação de carcinogenicidade para medicamentos acabados. Mas, explica Wendy Higgins, diretor da União Britânica para a Abolição da Vivissecção, não há exigência para o desenvolvimento de medicamentos, que é onde existem mais testes.
A situação nos Estados Unidos é similar. De acordo com Dr. Ray Greek: “A maioria das empresas farmacêuticas fazem testes que o governo exige, assim elas podem ir ao tribunal alegarem que a segurança das drogas depende dos testes em animais.”
Ironicamente, as empresas podem alegar que os testes em animais não são confiáveis para humanos. De qualquer maneira, é extremamente difícil para as vítimas tomares medidas legais contra tais corporações.
Avanços científicos não dependem da experimentação animal.
Métodos que não usam animais
Avanços reais na medicina sempre surgem a partir do modelo humano, segundo Ray e Jean Greek. A morfina, um potente analgésico, é extraída de flores de papoula. O quinino, usado para tratar malária, vem de cinchona. A aspirina foi prescrita pela primeira vez por Hipócrates, na forma de casca de salgueiro. Nenhum destes elementos dependeram da experimentação animal para existir.
Os estudos clínicos de pacientes e observação humana levaram ao sucesso do tratamento de leucemia infantil e de doenças da tiroide. Nossas terapias atuais de
HIV e AIDS, assim como drogas para o coração, também têm sido desenvolvidas clinicamente.
Estudos in vitro também revolucionam a investigação médica. A tecnologia celular de preservação de tecidos está tão avançada que é possível ter um resultado muito mais preciso, sobre o nível microscópico das doenças.
Autópsias e estudos epidemiológicos são áreas-chave de investigação científica. Estudos epidemiológicos, por exemplo, descobriram a ligação entre a deficiência de ácido fólico e espinha bífida (uma malformação congênita, caracterizada por um fechamento incompleto do tubo neural). Estes mesmos estudos também mostraram a relação de causalidade entre tabagismo e câncer, doenças cardíacas e colesterol, pó de carvão e pulmão negro, entre outras doenças.
Foi a epidemiologia que comprovou a ligação entre tabagismo e doença pulmonar, apesar da indústria do tabaco ter argumento por anos que este não era o caso, uma vez que modelos baseados em animais não demonstram tal ligação.
Experimentos de indução do câncer em animais, através da aspiração do tabaco, não obtiveram sucesso. A indústria do cigarro argumentou que essa era a prova de que cigarro não causa câncer, chegando a pagar médicos na década de 1950 para fazer propagandas afirmando essa inverdade.
Estudos de câncer de mama têm avançado de modelos computadorizados, onde pesquisadores podem simular sistemas orgânicos eletronicamente.
A
Dr. Hadwen Trust é uma instituição do Reino Unido que financia pesquisas substitutivas. Uma delas substitui a necessidade de experimentos invasivos em gatos, o que levou a uma revolução na compreensão do funcionamento do cérebro humano. A instituição também financiou um modelo pioneiro computadorizado tridimensional da arcaria dentária humana.
Preocupações éticas, morais e científicas
Além da preocupação ética, aspectos técnicos deixam claro que precisamos abandonar as pesquisas com animais.
Uma pesquisa realizada em 1998 pela Public Citizens Health Research Group (PCHRG), nos Estados Unidos, entrevistou 19 médicos oficiais do FDA, que afirmaram que 27 novas drogas aprovadas pela agência nos últimos três anos não deveriam ter sido liberadas.
“O Dr. Sidney Wolfe, diretor do Congresso, disse que os padrões estão caindo porque a agência tem estado sob pressão para aprovar medicamentos mais rapidamente. Dos 172 funcionários entrevistados, 8 disseram que havia 14 casos nos últimos três anos em que tiveram que permanecer em silêncio no comitê pois isso reduziria a possibilidade de aprovação de uma droga.” [22] [23]
Assim, ao contrário da propagando apresentada por alguns médicos e pesquisadores, a experimentação animal não salva vidas humanas. E, de acordo com as evidências, ela faz justamente o oposto.
Segurança em risco
A lista a seguir foi elaborada por Ray e Jean Greek, revelando alguns exemplos de drogas farmacêuticas que foram consideradas seguras após extensos testes em animais, mas acabaram causando
graves efeitos colaterais em humanos.
Ao tomar um medicamento, de fato, você está sendo cobaia da indústria farmacêutica.
- Amrinona: a utilização deste medicamento para o tratamento de insuficiência cardíaca levou cerca de 20% dos pacientes a desenvolver trombocitopenia (falta de células necessárias para a coagulação do sangue), apesar de vários estudos com camundongos, ratos, hamsters, porquinhos-da-índia, cães e primatas. Alguns desses pacientes morreram.
- Pílulas anticoncepcionais: algumas são conhecidas por causar coágulos sanguíneos, apesar do efeito ser o oposto com testes em cães.
- Cloranfenicol: este antibiótico causa anemia e coloca a vida de humanos em risco. Ele é um exemplo de droga cujos efeitos variam de espécie para espécie: gatos e cavalos morrem com ele, cães não sofrem fortes efeitos, e vacas o toleram. Ele pode ser tão tóxico para humanos que seu uso foi proibido em animais usados para a alimentação.
- Clioquinol: droga antidiarréica que passou em testes com ratos, gatos, cães e coelhos. Porém, foi retirada do mercado em 1982, depois de causar paralisia e cegueira em humanos.
- Diethylstilbestrol: projetado para evitar aborto, mas faz exatamente o oposto, aumentando a taxa de abortos espontâneos e nascimentos prematuros. Ele havia se mostrado seguro em animais.
- Eraldin: essa droga para tratamento cardíaco foi retirada de circulação em 1975, depois de causar sérios efeitos colaterais em um número estimado de 7 mil vítimas, 23 das quais faleceram. Ela foi testada por 6 anos em camundongos, ratos, cães e macacos, e quando introduzida ao mercado alegou-se “rigor particularmente notável com nível de toxicidade bem avaliado em animais, para a satisfação das autoridades”. [10] Mesmo depois que a droga foi retirada, os cientistas não coseguiram reproduzir os efeitos adversos nos animais.
- Floxin: este antibiótico passou em testes em animais, porém causou convulsões e psicose em humanos.
- Isuprel: medicamento usado para tratar asma que passou nos testes em animais, porém revelou-se devastadoramente tóxico para humanos. Só na Grã-Betanha, 3.500 asmáticos morreram depois usar a medicação.
- Manoplax: remédio cardíaco retirado do mercado em 1993, após a análise de pacientes que demonstraram que ele aumentava o risco de hospitalização e morte, apesar de ser testado com sucesso em ratos, camundongos, coelhos, gatos e porquinhos-da-índia.
- Methysergide: droga usada para tratar enxaqueca que levou a graves lesões no corações e nos rins, embora os cientistas não conseguissem reproduzir tais efeitos nos animais.
- Opren: este remédio para reumatismo e artrite matou 61 pessoas e causou cerca de 3.500 reações adversas. Retirado em 1982, a droga havia sido testada em macacos e em outros animais durante 9 anos.
- Fenilpropanolamina (PPA): essa droga, encontrada em muitos remédios para gripe e resfriado comum, foi proibida pelo FDA depois de causar entre 200 e 500 derrames em jovens mulheres.
- Primacor: este medicamento para o coração funcionou bem em ratos, mas aumentou mortes em humanos em 30%.
- Ritodrine: prescrito para evitar parto prematuro, causou edema pulmonar em humanos.
- Suprofen: medicamento para artrite retirado do mercado depois que pacientes sofreram intoxicação renal. Antes de seu lançamento, pesquisadores disseram que ele possuía um “excelente perfil de segurança para qualquer espécie.” [11]
- Tamoxifen: droga usada para tratar e prevenir câncer de mama em mulheres causou tumores no fígado em ratos, mas isso não foi constatado em camundongos e hamsters. [12] O medicamento mostrou-se inofensivo para fetos em desenvolvimento de coelhos e macacos, mas pode causar anomalias ósseas em fetos humanos. Um dos efeitos colaterais é náuseas, o que não foi previsto nos testes em animais, ainda que em doses elevadas em cães – a espécie considerada mais preditiva de vômitos em humanos [14] Além disso, a droga pode causar câncer no útero, coágulos no sangue, perda de memória e lesões oculares. [15]
- Zomax: esse medicamento para atrite matou 14 pessoas, sendo proibido de circulação nos Estados Unidos.
Katrina Fox é jornalista e escritora.
Referências
[1] Journal of the American Medical Association (JAMA), Abril, 1998; 279:1200.
[2] JAMA 1997; 277:301-6; e PharmacoEconomics 1994; 5:482-504.
[3] Nature Medicine 2000; 6:502-503.
[4] Medical World News 1965; 6:168.
[5] GAO/PEMD-90-15 FDA Drug Review: Postapproval Risks 1976-1985.
[6] Lumley, C.E. e S.R. Walker (eds), Animal Toxicity Studies: Their Relevance for Man, Quay Publishing, 1989; Clinical Pharmacology & Therapeutics 1962; 3:665-672.
[7] In the supplement to the Neue Juristische Wochenschrift (New Legal Weekly), in Zeitschrif für Rechtspolitik, edição 2, 1975.
[8] Svendsen, Per, “Laboratory Animal Anaesthesia”, in Handbook of Laboratory Animal Science (P. Svendsen and J. Hau, editors), CRC Press, vol. 1, p. 4.
[9] Teratology 1988; 28:221-226.
[10] Nature, 1 de abril, 1982, pp. 387-90.
[11] Spriet-Pourra, C. & M. Auriche, Drug Withdrawal; Sale, PJB Publications (Scrip Report), 1988, segunda edição.
[12] Lancet 1992; 340:1145-1147.
[13] International Agency for Research on Cancer (IARC), Monographs on Evaluation of Carcinogenic Risk of Chemicals to Humans, 1996, pp. 253-635.
[14] Weatherall, M., Safety Testing of New Drugs: Laboratory Predictions and Clinical Performance, Academic Press, 1984, pp. 157-158.
[15] See Breast Cancer Action website,
http://www.bcaction.org; também no livro de Christiane Northrup’s, Women’s Bodies, Women’s Wisdom, Piatkus, Reino Unido, 1998.
[17] Lancet 1962; 599-600.
[18] PPO, Updates of Cancer, 10 de outubro, 1989.
[19] Clinical Research 1991; 39:145-156.
[20] JAMA 1998; 279:995.
[21] Britishheartlessfoundation.com (afiliada ao site da People for the Ethical Treatment of Animals), 2000.
[22] Reuters News Service, 3 de dezembro, 1998.
[23] Reuters Health, “FDA Reviewers Say Drug Approval Standards Too Low”, 3 de dezembro, 1998,
http://www.reuters.com.
fonte: https://oholocaustoanimal.wordpress.com/2014/08/14/nas-entranhas-da-pesquisa-animal-a-verdade-exposta/