sexta-feira, 15 de junho de 2012

Centros de resgate de vida selvagem sofrem com a superlotação de animais

Canadá

Foto: Reprodução/ John Rennison/ The Spec

Foto: Reprodução/ John Rennison/ The Spec
A ONG Niagara Wildlife Haven está tendo a temporada mais agitada dos últimos 32 anos, depois de um inverno ameno que trouxe mais e maiores ninhadas, diz a fundadora da ONG, Mary-Catharine Kuruziak, no Canadá.
Sua operação em Welland consiste em um dos 16 centros de reabilitação da vida selvagem no Ministério de Recursos Naturais do Distrito de Guelph, que inclui Hamilton e Niagara. As informações são do jornal The Spec.
Outro centro, a Urban Wildlife Care em Grimsby, está com filhotes “até o pescoço”, disse Cara Contardi.
Tal como seus colegas “reabilitadores”, Kuruziak e Contardi gastam incontáveis horas dedicando-se a tratar de animais da vida selvagem que estão feridos, doentes ou abandonados, de modo a possibilitarem a sua volta à saúde plena e à natureza.
Elas fazem isso porque amam os animais.
O Ministério de Recursos Naturais age como regulador dos centros de reabilitação mas não os financia, de modo que os operadores destes centros dependem de doações públicas e muitas vezes arcam pessoalmente com as suas despesas.
Kuruziak, que também é presidente da Rede de Educação e Reabilitação da Vida Selvagem de Ontario, cuida de cerca de 1.000 animais por ano, porque “há uma necessidade”.
Foto: Reprodução/ John Rennison/ The Spec
Ela disse que reabilitadores fazem todos os esforços para reunir um filhote de animal selvagem com os seus pais antes de levá-los para o abrigo, e também tentam se certificar se o filhote está realmente órfão ou ferido.
As pessoas devem, por exemplo, dar à mãe uma chance para recuperar e cuidar de sua cria – deixando uma janela de pelo menos 24 a 48 horas, diz ela.
Ela diz que eles também devem ter cuidado para não causar um problema que não existe. “Se eu recebesse um centavo para cada vez que alguém traz uma família de guaxinins órfãos só porque eles são tão bonitos…”.
Isso quando não acontece das pessoas contratarem alguém para se livrar da mãe, Kuruziak diz.
Em Grimsby, Contardi conduz o centro Urban Wildlife Care com os seus próprios recursos, pois as doações não são suficientes. Como na primavera do ano passado, o abrigo está cheio: Contardi teve de recusar 50 a 60 animais até o momento.
Este ano, aconteceu mais cedo por causa do inverno ameno.
“Isso parte meu coração, mas eu simplesmente não tenho condições”, disse ela.
O clamor público é imenso quando os centros de reabilitação não podem receber mais animais, diz Contardi. No entanto, as pessoas ficam chocadas ao saberem que os centros não recebem financiamento público.
“Não é barato”, diz Contardi. Por exemplo, uma medicação para tratar esquilos e gambás custa 200 dólares.
Kuruziak diz que um bebê guaxinim necessita de pelo menos quatro meses de cuidados antes que possa ser reintroduzido na natureza. “É um investimento a longo prazo”.
Os reabilitadores não têm tido sucesso em sua luta por financiamento do governo, por isso é tempo para o público “pisar fundo” para pressionar, diz Contardi, que recebe ligações de lugares tão distantes como Aurora, Oakville, Mississauga e Brantford.
Contardi ajuda a reabilitar a vida selvagem desde 1999, mas só foi autorizada a ter o seu próprio centro há quatro anos. Recentemente, ela solicitou estatuto de organização sem fins lucrativos e de caridade.
Foto: Reprodução/ John Rennison/ The Spec
“Eu trabalho em tempo integral para apoiar a reabilitação da vida selvagem, bem como para manter um teto sobre minha cabeça, porque eu adoro isso, porque eles (os animais) precisam ser ajudados”.
Seus primeiros esquilos deste ano vieram caídos de uma marquise de uma casa na montanha do Oeste. Os primeiros guaxinins foram encontrados dentro de equipamentos de construção que estavam parados durante o inverno, e uma marmota foi resgatada perto de uma estação de tratamento de águas em Hamilton, quando sua mãe foi morta na estrada.
“Eu trabalho em tempo integral para apoiar a reabilitação da vida selvagem, bem como manter um teto sobre minha cabeça, porque eu adoro isso, porque eles (os animais) precisam de ser ajudados.”
Na última temporada, Contardi cuidou de 150 animais selvagens. Nesta primavera, está cuidando de 120 desde o início de março (a temporada começa geralmente em meados de abril).
“Nós não estamos reclamando. É o que fazemos e é aquilo que amamos”.
O e-mail de Contardi, caso alguém tenha interesse em fazer um contato ou prestar ajuda, é cfragomeni@thespec.com .
fonte: anda


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