BARRA MANSA
Cerca de 80 cães vivem no canil da Associação Protetora dos Animais (APA) atualmente. Sofrendo com doenças, sequelas de acidentes e abandono, os animais representam apenas uma pequena parte da população canina de rua da cidade, que aguarda o fechamento de uma parceria entre a APA e a prefeitura para ver melhorada sua condição de vida.
“Cremos que vamos fechar uma parceria com a prefeitura nos próximos três meses. Está tudo encaminhado. Já chegamos a um acordo”, contou a presidente da associação, Hênia Silva de Vasconcelos.
É possível que, através dessa parceria, a prefeitura consiga cumprir a lei municipal que determina a castração gratuita de cães e gatos de Barra Mansa, sancionadaem abril. Oobjetivo do texto, de autoria do vereador Marcelo Borges (PT), é impedir a procriação descontrolada dos animais e interromper o ciclo de abandono e maus tratos a que eles têm sido submetidos.
Segundo Hênia, com a parceria a APA espera realizar um trabalho nos moldes do que é feito em Resende. “Uma equipe vai até os bairros, identifica os animais e os leva para serem castrados. Isso é necessário para atender às comunidades mais carentes e ao próprio animal de rua, que não vai sozinho procurar o serviço. Se as pessoas tiverem que ligar para a prefeitura para fazer um agendamento e elas mesmas levarem o animal, não vai privilegiar quem precisa”, destacou a presidente.
Sem abrigo
Quando a população começa a se incomodar com a quantidade de cães na rua, esparramando lixo ou avançando nas pessoas, logo procura a prefeitura para solicitar a retirada dos animais. A Vigilância Ambiental da Secretaria de Saúde (SMS) informou, porém, que ainda não há recolhimento de animais de pequeno porte por parte da prefeitura. “E o recolhimento de animais de grande porte é realizado pela empresa Cirac – Proteção Animal, sediada na cidade de Porto Real. Os animais recolhidos são enviados imediatamente para sua sede”, informou o setor.
Para Hênia, as pessoas têm uma ideia equivocada da atuação da APA e acabam sobrecarregando a associação. “Todo dia recebemos ligação de pessoas que querem que a gente recolha animais, mas nós aqui priorizamos recolher filhotes, cães atropelados e cadelas de rua no cio. Nós aprendemos que abrigo não funciona. As pessoas acham que é depósito de bichos”, frisou.
Ocupando um terreno em contrato de comodato, apesar das dificuldades a associação busca atender aos chamados e trata dos animais com a ajuda de parceiros, voluntários e associados, com destaque para os veterinários.
De acordo com a presidente, os cães sob seus cuidados consomem cerca de 30 quilos de ração por dia. “São gastos de 60 a 70 sacos de 15 quilos por mês. Dá, aproximadamente, R$ 2,5 mil só de ração, fora medicamentos, vermífugos, atendimentos veterinários. Tem uma senhora que prefere se manter no anonimato e que doa 30 sacos por mês. Então, metade é garantida”, disse Hênia, acrescentando que associados juntos doam mensalmente R$ 500.
Recentemente, um surto de cinomose provocou a morte de muitos cachorros, o que exigiu mais investimento da associação. “Nós adquirimos 75 doses de vacina e os animais foram vacinados no dia 3 de maio”, contou a presidente.
Além de cuidar do animal vítima de maus tratos, a associação busca intermediar adoções. Uma oportunidade de adotar um dos cães da APA é conhecendo os filhotes na feirinha realizada aos sábados, das 9 às 13 horas, no Jardim das Preguiças. No local os interessados podem se informar sobre como conhecer outros cães já adultos que, apesar de bem tratados, foram abandonados e aguardam quem possa oferecer um lar. “Se ninguém vier, eles vão morrer aqui”, comentou a coordenadora da APA, Angelita Queiroz.
Segundo Angelita, as pessoas podem colaborar com a associação de várias formas, sem comprometer seu orçamento. “Às vezes a pessoa não pode doar um saco de ração, mas pode doar uma corrente ou coleira. Mesmo não usando aqui, a gente usa na feirinha. Nós precisamos também de vassoura, rodo, pano de chão e cloro, por exemplo, além de voluntários para trabalhar”, listou a coordenadora, que adotou quatro cães e mantém gatos em sua casa, um lar temporário que, com muito bom humor, ela chama de “orfagato”.
Aos interessados em ajudar, Hênia adverte que há entidades recebendo doações em nome da APA. “Já ouvi pessoas dizerem que doaram roupas para o bazar da APA, mas nós não temos bazar”, salientou a presidente, frisando a importância de se procurar diretamente a associação.
Atendendo à solicitação da própria entidade, o A VOZ DA CIDADE não divulgará o endereço da associação, que pode, porém, ser encontrada na feirinha.
fonte:avozdacidade.
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