sábado, 6 de outubro de 2012

Mais de 2 mil animais ainda são explorados em circos


Por Carlo Grande, Jornal La Stampa
Tradução: Natalia Cesana (da Redação)

Girafa que fugiu de circo acabou morrendo em decorrência do estresse (Foto: Reprodução/La Stampa)
Girafas não vivem, normalmente, em Ímola. Nem elefantes em Parma ou crocodilos em Veneza. Mesmo assim, existem centenas de animais subjugados em circos, jardins zoológicos e zoo safáris italianos. São milhares de animais prisioneiros pelo mundo, dentro de estruturas comerciais, nascidos para divertir crianças e famílias, para extrair sorrisos a qualquer euro.
Segundo um dossiê produzido pela Liga Antivivissecção (LAV) em 2010, o número de circos que trabalham com animais, incluso mostras itinerantes da mais variada fauna e circos aquáticos, gira em torna de 100. Os animais seriam mais de 2 mil (mais de 400 equinos, entre cavalos, pôneis e burros e zebras; 80 bovinos; 140 camelos e dromedários; 9 girafas; 60 lhamas; 6 rinocerontes; mais de 20 hipopótamos; mais de 50 elefantes; uma dezena de ursos; 8 macacos; 160 tigres; 60 leões e outros felinos; 40 avestruzes e emas; 35 aves entre papagaios, abutres e aves de rapina; mais de 100 cães; cerca de 20 mamíferos marinhos; 60 pinguins; 400 répteis; 250 serpentes; 50 crocodilos e jacarés; mais de 200 peixes e um número enorme de piranhas).
O “divertimento” que oferecem pode ser uma emoção para poucos – em certos casos, e isso acontece com muitas crianças, olhares de tristeza, um amargo na boca. Ver espécies silvestres em cativeiro não é natural. Por mais que desfrutem de espaço e cuidados, não é esse o habitat destes animais, o lugar onde podem viver felizes.
É possível ver camelos bebendo Coca-Cola, elefantes sentados em minúsculos banquinhos, macacos vestidos como crianças, tigres que vão compulsivamente para frente e para trás, atordoados de dor. Para não falar dos golfinhos explorados como palhaços nos parques aquáticos. Quantos são os circos na Itália e quantos são os animais? Difícil quantificar, pois a estrutura varia ao longo dos anos.
É verdade que algumas espécies da África ou Ásia são vítimas de caçadores (como elefantes e rinocerontes) e que alguns circos acabam servindo como conservadores da biodiversidade. Mas é verdade também que caçadores alimentam o tráfico internacional de espécies protegidas.
Como condenar animais se eles tentam fugir? As girafas, com seu pescoço longo 5 metros, língua azul e casco de vaca, são animais muito sensíveis, como demonstra a pobre fugitiva de Ímola, morta em decorrência de um infarto causado pelo estresse provocado pelos humanos.
A primeira girafa a chegar, na época moderna, à Europa se chamava Zarafa. Há dois séculos ela atravessou a França a pé, chegou em Paris e viveu 18 anos sozinha, longe do lago africano em que nasceu. Zarafa, que era doce, tímida e silenciosa, sofreu muito. Tinha um coração enorme para ter conseguido atravessar a França, assim como a girafa de Ímola, que teve o seu partido.
O importante a recordar é que zoosafaris e circos podem até parecer bonitos, mas avestruzes, tigres, macacos e camelos em jaulas ou fechados em um recinto é uma cena muito triste.
fonte:anda

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