A preocupação com a exploração do trabalho chegou até às colmeias —
pelo menos para um vegano. É que os adeptos a este estilo de vida não
consomem mel e nem pólen. Eles acreditam que as abelhas são feridas no
processo de extração.
Conhecida pela ausência de consumo de qualquer alimento de origem animal, a prática vegan (termo com origem no idioma inglês. A pronúncia correta é vigan) ultrapassa a escolha alimentar do próprio cardápio: é um estilo de vida. O veganismo é contrário a qualquer tipo de exploração animal, seja na comida, no vestuário, nos cosméticos ou nos produtos de limpeza. Vegano não compra bichos domésticos e não usa produtos testados em animais. Sapatos e roupas de couro, nem pensar.
Diferente do vegetarianismo, o veganismo é uma corrente mais radical das restrições alimentares. Apesar do comportamento restritivo, os veganos não acham difícil manter este tipo de vida, especialmente pela facilidade do acesso à informação nos dias de hoje.
Em relação às limitações alimentares, especialistas recomendam que independentemente da dieta — seja vegana, vegetariana ou onívora (alimentação sem restrição) —, se ela for mal planejada pode se tornar prejudicial à saúde. “Não comemos nem o mel e nem o pólen, porque as formas da extração podem matar ou mutilar as abelhas”, explicou a gastrônoma Mariah Burnier, de 24 anos, que há um ano adotou o estilo de vida vegano, ao lado do noivo, o também gastrônomo Argus Castilho, de 24 anos. Ela contou que o casal, em razão de um trabalho temporário foram obrigados a ficar dois meses sem comer carne. “Depois deste período, estávamos com vontade de comer carne, mas passamos muito mal depois de consumi-la. Como tínhamos conhecimento da vida vegana, resolvemos optar por este estilo de vida. Me sinto muito melhor com a nova alimentação. Meu cabelo parou de cair e também estou dormindo bem melhor”, afirmou. No cardápio do casal, por exemplo, aparecem tubérculos com bife de tofu, crepe de espinafre, batata suíça com brócolis e queijo vegetal, arroz de forno com manga e palmito. Doces também estão no menu, mas como são difíceis de serem encontrados prontos, os dois preferem fazê-los. Além da alimentação, o casal evita consumir produtos que são testados em animais. “Sabemos que é impossível ser 100% vegano no mundo em que vivemos, mas é possível evitar alguns produtos e adotar algumas atitudes na maioria das vezes. É só buscar por informações e práticas alternativas”, disse Mariah.
A advogada Veridiana Selmi, de 32 anos, vegana há 4 anos, por exemplo, disse que não existem no mercado absorventes e papéis higiênicos que sejam veganos, porque os produtos são testados em animais, como preconiza a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa). “Mas, no caso dos absorventes, a alternativa é usar o coletor menstrual. Sempre buscamos por alternativas”, comentou.
No dia a dia, por exemplo, o vegano também enfrenta dificuldades práticas. Com raras opções de restaurantes, lanchonetes e padarias veganas, quem escolhe este estilo de vida tem que se organizar cotidianamente. “Quando não dá tempo de fazer comida, por exemplo, sempre levo um lanche ou uma barra de cereais na bolsa, porque, infelizmente, a maioria dos lugares em Campinas não tem opções veganas”, disse a corretora de imóveis Cristina Videla, de 37 anos, que é vegana desde 2009.
Causa animal
A nutricionista Ana Ceregatti, de 43 anos, especialista em vegetarianismo, afirmou que 70% das pessoas que procuram atendimento em seu consultório querem informações sobre o vegetarianismo. “Ou para transformar a sua alimentação em vegetariana ou para fazer a transição do vegetarianismo para o veganismo”. Ainda de acordo com ela, 90% destas pessoas deixam de comer carne por causa dos animais. Foi o caso da corretora de imóveis Cristina. “O motivo para eu me tornar vegana foi saber o quanto os animais sofrem com a exploração de produção, principalmente por saber que o meu corpo não tem necessidade de ingerir alimentos de origem animal”, afirmou. Para Cristina, a adoção da dieta vegana só lhe trouxe benefícios. Ela emagreceu 5,4 quilos e disse sentir-se rejuvenescida. “A minha disposição física também aumentou, além de saber da isenção de problemas de intestino preso. Mas o principal é a consciência tranquila, de ter comido algo que não teve crueldade e nem sofrimento de um ser senciente”.
A preocupação com os animais se estende aos bichos domésticos. Vegan que é vegan não os compra, porque acredita que os animais não são propriedades. Havendo chances ou condições de criar um animal, o vegano opta sempre pela adoção. “Sabemos que existem o problema de abandono, por isso a opção pela adoção. Mas somos contrários ao comércio de animais, seleção de raças e gaiolas ou aquários”, informou a culinarista e vegana há 5 anos, Renata Octaviani Martins, de 33 anos. Aliás, as suas duas cachorras consomem comida vegana. “É uma alimentação própria para cães, porque ainda não existe ração vegetariana no Brasil”, explicou.
Sobre alimentação vegan de animais, existem inúmeros sites informativos sobre o tema. A Internet é a principal fonte de informação para os veganos. Eles afirmam que muitas comunidades veganas nas redes sociais cumprem os papéis dos atendimentos ao consumidor de diversas empresas.
Fonte: Correio Popular
Conhecida pela ausência de consumo de qualquer alimento de origem animal, a prática vegan (termo com origem no idioma inglês. A pronúncia correta é vigan) ultrapassa a escolha alimentar do próprio cardápio: é um estilo de vida. O veganismo é contrário a qualquer tipo de exploração animal, seja na comida, no vestuário, nos cosméticos ou nos produtos de limpeza. Vegano não compra bichos domésticos e não usa produtos testados em animais. Sapatos e roupas de couro, nem pensar.
Diferente do vegetarianismo, o veganismo é uma corrente mais radical das restrições alimentares. Apesar do comportamento restritivo, os veganos não acham difícil manter este tipo de vida, especialmente pela facilidade do acesso à informação nos dias de hoje.
Em relação às limitações alimentares, especialistas recomendam que independentemente da dieta — seja vegana, vegetariana ou onívora (alimentação sem restrição) —, se ela for mal planejada pode se tornar prejudicial à saúde. “Não comemos nem o mel e nem o pólen, porque as formas da extração podem matar ou mutilar as abelhas”, explicou a gastrônoma Mariah Burnier, de 24 anos, que há um ano adotou o estilo de vida vegano, ao lado do noivo, o também gastrônomo Argus Castilho, de 24 anos. Ela contou que o casal, em razão de um trabalho temporário foram obrigados a ficar dois meses sem comer carne. “Depois deste período, estávamos com vontade de comer carne, mas passamos muito mal depois de consumi-la. Como tínhamos conhecimento da vida vegana, resolvemos optar por este estilo de vida. Me sinto muito melhor com a nova alimentação. Meu cabelo parou de cair e também estou dormindo bem melhor”, afirmou. No cardápio do casal, por exemplo, aparecem tubérculos com bife de tofu, crepe de espinafre, batata suíça com brócolis e queijo vegetal, arroz de forno com manga e palmito. Doces também estão no menu, mas como são difíceis de serem encontrados prontos, os dois preferem fazê-los. Além da alimentação, o casal evita consumir produtos que são testados em animais. “Sabemos que é impossível ser 100% vegano no mundo em que vivemos, mas é possível evitar alguns produtos e adotar algumas atitudes na maioria das vezes. É só buscar por informações e práticas alternativas”, disse Mariah.
A advogada Veridiana Selmi, de 32 anos, vegana há 4 anos, por exemplo, disse que não existem no mercado absorventes e papéis higiênicos que sejam veganos, porque os produtos são testados em animais, como preconiza a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa). “Mas, no caso dos absorventes, a alternativa é usar o coletor menstrual. Sempre buscamos por alternativas”, comentou.
No dia a dia, por exemplo, o vegano também enfrenta dificuldades práticas. Com raras opções de restaurantes, lanchonetes e padarias veganas, quem escolhe este estilo de vida tem que se organizar cotidianamente. “Quando não dá tempo de fazer comida, por exemplo, sempre levo um lanche ou uma barra de cereais na bolsa, porque, infelizmente, a maioria dos lugares em Campinas não tem opções veganas”, disse a corretora de imóveis Cristina Videla, de 37 anos, que é vegana desde 2009.
Causa animal
A nutricionista Ana Ceregatti, de 43 anos, especialista em vegetarianismo, afirmou que 70% das pessoas que procuram atendimento em seu consultório querem informações sobre o vegetarianismo. “Ou para transformar a sua alimentação em vegetariana ou para fazer a transição do vegetarianismo para o veganismo”. Ainda de acordo com ela, 90% destas pessoas deixam de comer carne por causa dos animais. Foi o caso da corretora de imóveis Cristina. “O motivo para eu me tornar vegana foi saber o quanto os animais sofrem com a exploração de produção, principalmente por saber que o meu corpo não tem necessidade de ingerir alimentos de origem animal”, afirmou. Para Cristina, a adoção da dieta vegana só lhe trouxe benefícios. Ela emagreceu 5,4 quilos e disse sentir-se rejuvenescida. “A minha disposição física também aumentou, além de saber da isenção de problemas de intestino preso. Mas o principal é a consciência tranquila, de ter comido algo que não teve crueldade e nem sofrimento de um ser senciente”.
A preocupação com os animais se estende aos bichos domésticos. Vegan que é vegan não os compra, porque acredita que os animais não são propriedades. Havendo chances ou condições de criar um animal, o vegano opta sempre pela adoção. “Sabemos que existem o problema de abandono, por isso a opção pela adoção. Mas somos contrários ao comércio de animais, seleção de raças e gaiolas ou aquários”, informou a culinarista e vegana há 5 anos, Renata Octaviani Martins, de 33 anos. Aliás, as suas duas cachorras consomem comida vegana. “É uma alimentação própria para cães, porque ainda não existe ração vegetariana no Brasil”, explicou.
Sobre alimentação vegan de animais, existem inúmeros sites informativos sobre o tema. A Internet é a principal fonte de informação para os veganos. Eles afirmam que muitas comunidades veganas nas redes sociais cumprem os papéis dos atendimentos ao consumidor de diversas empresas.
Fonte: Correio Popular
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