Elísio e Renata se entregaram ao amor pelos animais. E encontraram a alegria nessa missão
Desde menino, ao esbarrar com um animal na rua, o frio na espinha e o
nó na garganta desestabilizavam Elísio Frota. A vontade era de estender
as mãos para depositar um pote com água e comida próximo deles, mas os
mais velhos repreendiam o garoto. “Diziam para não colocar senão eles
ficavam vindo direito. Mas queria que eles ficassem vindo direto!”,
confessa o funcionário público, de 45 anos.As primeiras ações de Elísio em benefício da causa animal se restringiam à doação de uma ou duas notas de R$ 10 aos abrigos de animais. O passo seguinte foi mais ousado: passou a realizar resgates pessoalmente nas ruas e encaminhar os animais ao veterinário. Desde então, há cinco anos, já ultrapassou os cem cães e gatos resgatados.
A dedicação pela causa animal esbarrou, entretanto, na limitação financeira. Em um mês de resgaste, Elísio chegou a gastar R$ 1 mil. Um curso de técnico de Enfermagem em São Paulo resolveu boa parte dos problemas do funcionário público, que passou a depender do veterinário apenas para diagnósticos. Hoje, reduziu os custos mensais para R$ 150, gastos com ração e medicamentos.
O funcionário público é responsável por dar banhos e medicar as três cadelas que cria, Candy, Serena e Lilo – a única de raça -, além dos gatos que retirou da rua e hoje cuida à espera de adoção. Sobre os animais abandonados, Elísio diz que são mais humildes e carinhosos: “Toda pessoa que chegar e colocar a mão eles cheiram.”
Foi precisamente esse carinho dos animais em situação de rua, que levou a jornalista Renata Costa, 32, a superar uma depressão no trabalho há cinco anos. “Digo que cuidar de animais é um antidepressivo. Acho que a causa animal é a minha missão. Aliás, tenho certeza disso”, diz ela, que embora ainda não tenha filhos, já sabe que a educação vai passar pela conscientização dos cuidados com os animais.
Renata cria cinco gatos, tendo sido três os resgatados da rua. Ela é representante do movimento SOS Gatos de Fortaleza, além de ter criado o Blog da Gata Lili, que recebe 24 mil acessos por mês. O perfil da gata no Twiiter está entre os cinco perfis de gatos mais famosos do mundo. Lili foi resgatada há cinco anos por Renata e o marido.
Coordenado pela jornalista, o movimento SOS Gatos de Fortaleza foi criado após audiência pública na Assembleia Legislativa inicialmente para tratar da situação dos animais do Parque do Cocó. Após articulação com o poder público, além de organizações não governamentais, o grupo foi ampliado.
Com apoio de médicos veterinários da Universidade Estadual do Ceará (Uece), a organização já realizou um mutirão de castração com gatos do Parque da Criança, além de feira da adoção ontem, com os animais castrados no fim de semana anterior. (Juliana Diógenes)
Dicas
Como ajudar animais de rua ou evitar o abandono?
1. Evite presentear um animal a alguém sem prévio acordo com o adulto que será responsável por ele. Isso poderá provocar, indiretamente, o abandono;
2. Ao encontrar um animal em situação de abandono, é comum a sensação de solidão. Mas não desista: procure um veterinário ou um abrigo;
3. Se encontrar algum amigo, vizinho ou familiar interessado em adotar um animal, será sempre mais seguro encaminhá-lo para alguém de confiança. O boca a boca funciona nesses casos. Mas procure conversar com pessoas sensíveis à causa dos bichos;
4. Encaminhar um animal para um abrigo pode não ser a melhor solução. Geralmente, todos os abrigos encontram-se superlotados e as ONGs de proteção animal contam com poucos recursos e pouca gente para trabalhar, o que inviabiliza a chegada de novos animais. Tenha sensibilidade para pensar alternativas;
5. Em caso de presenciar um crime contra animais, denuncie. Você pode consultar os pontos da Lei de Crimes Ambientais, que detalham os tipos de crime e as punições.
Fonte: O Povo
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