(da Redação)
A cidade de Nova Bréscia, no Rio Grande do Sul, sedia o 1º Encontro de Churrasqueiros, que durante oito dias servirá churrasco na Praça da Matriz. O encontro, começou neste domingo e segue até a semana que vem. O evento é uma parceria entre a prefeitura e a Associação Comercial e Industrial de Nova Bréscia (Aci-NB). As informações são do Zero Hora.
O município se inscreveu no Guinness Book, livro dos recordes, pelo churrasco mais longo do mundo. Por isso pretendem assar carne durante 24 horas, por 8 dias consecutivos, de acordo com o secretário de administração, Juarez Giovanaz: “Fizemos o cadastro e estamos mandando informações. Não se tem registro de um churrasco que tenha durado tanto tempo”.
A prefeitura, que, em tese, deveria contribuir para a educação da população, apoia um encontro que durante 192 horas irá utilizar 5 toneladas de carne. De acordo com o presidente da Aci-NB, Mauro Zambiasi, a ideia é repetir o evento nos próximos anos, que em seu primeiro dia registrou o público de três mil pessoas. Até o próximo domingo, a estimativa é que 20 mil pessoas tenham comparecido.
A busca por este recorde nefasto, de churrascada mais longa, ajuda a perpetuar a naturalidade diante do extermínio de animais para o consumo humano, além de contribuir para a devastação dos recursos naturais do planeta. Só no Brasil há 205 milhões de bois, além de 4 bilhões de frangos e 40 milhões de porcos serem mortos anualmente vítimas da cruel indústria da pecuária, segundo dados apresentados no documentário A Engrenagem.
O custo ambiental da produção de carne é imenso. Mais de 90% da área desmatada da Amazônia é utilizada para o pasto e plantação de grãos que servem de alimentos para a indústria pecuária. Um bife de 200g precisa de aproximadamente 3 mil litros de água para chegar às prateleiras do supermercado e mais da metade mundial da produção de grãos é consumida pelos animais em forma de ração. Com os cereais utilizados para produzir 225g de carne bovina é possível alimentar 40 pessoas.
A pecuária tem impacto sobre a biodiversidade, destrói o solo, polui os rios, e é responsável por 18% de emissão dos gases do efeito estufa. Relatórios da ONU apontam que é necessário reduzir o consumo de produtos de origem animal para reduzir o impacto no meio ambiente.
Uma pesquisa realizada na Universidade de Harvard indica que o consumo diário de carne processada – mesmo que pequeno – pode aumentar em 20% o risco de morte prematura. Este tipo de alimentação amplia a possibilidade de desenvolver doenças cardiovasculares, câncer, diabetes, alergias, obesidade e outros problemas de saúde. Uma dieta vegetariana pode reduzir até 35% do colesterol no sangue, 50% do risco de desenvolver diabetes e diminuir 31% do número de mortes por infarto.
No sistema intensivo, os animais fazem parte de uma linha de produção em massa e são tratados como mercadorias. Aves são criadas aglomeradas em galpões enormes a mal podem andar, além de receberem hormônios para crescerem mais rápido e renderem maior quantidade de carne. Os porcos são obrigados a viver na sujeira, amontoados e são castrados sem anestesia, e as fêmeas, exploradas para a reprodução, passam longos períodos em baias tão pequenas que não conseguem nem virar o corpo. Os bois têm seus chifres cortados e são marcados com ferro quente, o que causa muita dor e sofrimento. Animais para o consumo passam sua vida confinados e são violentamente mortos para que, assim, os humanos possam fazer seus churrascos.
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