Numa medida que mais parece uma operação de vingança, o governo francês quer contratar pescadores profissionais para exterminar cerca de 20 tubarões na costa da Ilha de Reunião, território francês no Oceano Índico. O pretexto dado é que querem compreender uma série de ataques recentes a surfistas.
Dois surfistas foram atacados por tubarões em menos de uma semana. Com isso, as autoridades municipais de Saint-Leu, perto do local do ataque mais recente, pediram ao governo federal que providenciasse a matança das populações de tubarões-tigre e tubarões-cabeça-chata, que teriam se multiplicado no último ano.
Para engrossar a situação, cerca de 300 moradores e surfistas protestaram em frente à principal delegacia de polícia da ilha para pedir que matem os tubarões. O governo francês aceitou, mas não pretende promover uma matança generalizada. Mas essa recusa parcial não foi em nome da preservação das espécies de tubarões, mas simplesmente porque, segundo o Terra, é preciso realizar estudos científicos sobre uma toxina que existe na carne dos tubarões, uma vez que os tubarões exterminados seriam comidos pela população.
A caça do tubarão-cabeça-chata e do tubarão-tigre é permitida em Reunião, mas pescadores têm evitado pescá-los por causa da toxina, e moradores dizem que esta é a razão que levou à proliferação dos animais.
Essa medida de assassinato se soma a uma providência que vem sendo tomada no litoral da região metropolitana do Recife (PE). Recentemente foram feitas expedições no mar de Jaboatão dos Guararapes para matar tubarões, com o pretexto de proteger as pessoas de ataques e da legalidade da matança de tubarões.
Esses dois casos são demonstrações de que a humanidade ainda precisa evoluir muito eticamente. Ainda estamos numa era de “caça às bruxas” no que tange a tentar remediar rompantes de ataques de animais carnívoros a pessoas, e com direito a turbas de pessoas exigindo nas ruas a morte dos animais. Ao invés de se tentar descobrir as causas ecológicas dessas ondas de ataques, que podem estar sendo motivadas por desequilíbrios ecológicos locais, recorre-se à medida mais fácil e também lucrativa, que é exterminar os animais, lhes negando o direito à vida. Afirma-se que os animais estão vindo atacas as pessoas, quando geralmente são as pessoas que estão atacando seus habitats.
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