Itália
Por Roberta Ragni, do portal Greenme.it
Tradução: Natalia Cesana (da Redação)
Por Roberta Ragni, do portal Greenme.it
Tradução: Natalia Cesana (da Redação)
Os beagles, famosos devido ao confinamento em Green Hill e pela liberdade conquistada após o fechamento do criadouro, são cães muito doces, bons, com um belo caráter, decididos e obstinados. Mas será que nunca ninguém se perguntou por que, entre os cães, esta é a raça mais explorada na experimentação animal? A Liga Antivivissecção (LAV) explica não só isso como divulga uma lista de quem, na Itália, se utiliza desses métodos cruéis e para que tipo de fim.
Primeiro, diz a LAV, a escolha dos beagles, assim como a de tantos outros animais explorados na vivissecção, não tem nenhuma base científica, tal como afinidade genética, anatômica ou fisiológica. Ela é feita por conveniência. Estes cães são, de fato, “perfeitos” para serem perfurados: o pelo curto facilita a entrada de injeções. A lei italiana limita fortemente esse tipo de prática, mas com autorizações específicas ainda existem muitas empresas que exploram os animais em testes toxicológicos, provas de medicamentos e na produção de equipamentos.
São muitos os estudos feitos nos beagles: testes de toxicidade para substâncias industriais, toxicidade de substâncias como fumo, álcool e drogas, transplante de órgãos e tecidos, testes bélicos e pesquisas de base em qualquer setor, incluindo testes relativos à privação materna, ereção produzida por meio de choques elétricos e testes com novos equipamentos dentários, realizados através de transplantes e extração dos dentes dos cães.
“Os experimentos sem anestesia são mais invasivos porque o cão está totalmente consciente durante toda a operação e a dor não é aliviada de modo algum”, explica a bióloga Michela Kuan, responsável nacional pelo setor de vivissecção da LAV. Ela lembra ainda que, além dos cães na Itália, são quase 900 mil animais mortos em nome desta falsa ciência em 600 laboratórios, “um número incrivelmente alto, se considerarmos a extensão geográfica de nosso país”, analisa.
Trata-se de uma estatística que, no entanto, é subestimada, visto que não inclui os invertebrados e os animais que já foram mortos. Também não há um limite de espécies que podem ser exploradas nos procedimentos. Cães, gatos, macacos, animais em vias de extinção e silvestres, todos podem terminar nas mesas dos laboratórios, mesmo que os animais mais lembrados continuam sendo os camundongos e os ratos, devido ao baixo custo e ao fácil manuseio. “Deste modo, a cada ano no mundo a impressionante cifra de 150 milhões de animais criados, explorados e mortos é atingida em nome de dados que não são transmissíveis aos seres humanos, alimentando uma pesquisa inútil e danosa”, conclui a bióloga.
A LAV divulga também a lista de quem explora cães da raça beagle, de acordo com dados obtidos do Ministério da Saúde e fornecidos à entidade depois de uma vitória no tribunal administrativo de Lazio. Os documentos demonstram que metade das empresas abaixo citadas faziam estudos no corpo desses animais sem a utilização de nenhum tipo de anestesia:
• Wyeth Lederle – Catania: estudos de toxicidade em animais de 1, 3, 6, 9 e 12 meses, sem anestesia.
• Sigma Tau – Pomezia (Roma): testes com novos fármacos via oral e parenteral referente às funções cardiovasulares, sem anestesia.
• Research Toxicology Center – Pomezia (Roma): segurança de medicamentos, produtos químicos, biocidas, aditivos alimentares e dispositivos médicos, sem anestesia.
• Recordati Indústria Química e Farmacêutica – Latina: moléculas farmacológicas ativas nas disfunções urogenitais e cardiovasculares
• Università degli Studi di Milano: atividades injetáveis de moxidectina, sem anestesia.
• Università degli Studi di Bari: avaliar a inocuidade e eficácia do coronavírus canino
• Ditta Abiogen Pharma – Pisa: toxicidade de dose repetida em 1 mês, tratamento de enfisema pulmonar, antioxidante, ansiolíticos, antidepressivos, sem anestesia.
• Istituto Ricerche P.Angeletti – Pomezia (Roma): análise de absorção, distribuição, metabolismo e excreção de compostos pré-clínicos, sem anestesia
• Università di Bari: testes clínicos de campo em relação à eficácia do imidacloprid e permetrina, compostos utilizados em inseticidas.
fonte:anda
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