terça-feira, 22 de novembro de 2011

WSPA critica UE pelo fracasso na tentativa de conter o transporte de animais por longas distâncias



Cavalos ficam nervosos durante a preparação para o transporte em caminhões.Sem qualquer previsão de revisarem as práticas atuais, o regulamento europeu que trata do transporte de animais no continente continua inócuo no que se refere à melhoria das condições de milhões de animais transportados a cada ano em longas viagens por todo o continente europeu. Esta foi a conclusão chegada após a aguardada apresentação do relatório de avaliação das leis que regulam o transporte de animais na Europa, feita pelo comissário da União Europeia John Dalli, no dia 9/11.
A WSPA, ao lado de outras ONGs de bem-estar animal, faz um apelo aos cidadãos europeus para que exijam de seus governantes o fim do sofrimento imputado a estes animais, que são transportados vivos por longas distâncias para atividades de engorda ou de abate.
O Diretor de Campanhas da WSPA, Dr. Lesley Lambert, afirma: “Foi a primeira vez que o atual regulamento passou por uma revisão, o que poderia significar uma oportunidade ímpar para melhorarmos as condições de milhões de animais transportados por longas distâncias. No entanto, a Comissão Europeia recomendou que não fosse feita qualquer emenda ao regulamento, ressalvando apenas a necessidade de aprimoramentos na implementação e na harmonização das leis. A imposição de um limite de oito horas para o transporte dos animais na Europa é crucial para que possamos protegê-los contra maus tratos, já que vários problemas de bem-estar animal são decorrentes deste tipo de transporte de longa distância”.

Péssimas condições

A cada ano, milhões de animais são transportados por enormes extensões ao longo do continente europeu, quase sempre em terríveis condições. O regulamento aprovado em janeiro de 2005 pela União Europeia é ainda usado para reger as condições de transporte dos animais no continente, estabelecendo diferentes períodos de tempo de deslocamento, de acordo com o tipo de animal. 
No caso de ovelhas e cabras, o regulamento permite até 29 horas de transporte, com uma hora de descanso, enquanto, no caso dos porcos, são previstas 24 horas de deslocamento. Com efeito, o transporte de animais por vários dias consecutivos é aceitável desde que o transportador obedeça a certas exigências referentes ao descanso, à alimentação e a hidratação dos animais. É comum, por exemplo, o transporte de animais do norte da Europa para o sudeste da Turquia, o que desagrada tanto a WSPA quanto outras organizações de bem-estar animal, considerando-se a enorme distância percorrida.
Além disso, o cumprimento das atuais leis tem sido bastante falho. Investigações vêm continuamente revelando as terríveis condições deste tipo de prática na União Europeia, com casos de superpopulação de animais que, ao serem transportados, são pisoteados até a morte por outros animais. Aqueles que sobrevivem sofrem sérios ferimentos, como perfurações por chifres, além de se desidratarem sem água suficiente e sob temperaturas extremas, padecendo em condições de estresse e total exaustão.

Unidos pelo fim do sofrimento animal no transporte por longas distâncias

“Muitos cidadãos europeus não mais toleram o nível de sofrimento a que estes animais são submetidos. Tais animais deveriam ser abatidos em conformidade com as práticas humanitárias estabelecidas e, de preferência, em lugar bem próximo àquele em que são criados”, disse o Dr. Lambert, que conclui: “Por isso, a WSPA, juntamente com outras organizações de bem-estar animal, apela aos cidadãos da UE para que unam suas vozes às outras 850 mil que já vêm exigindo o limite máximo de oito horas para o transporte de animais, apoiando a campanha 8 Horas para todo o continente europeu.”
Juntando seus esforços com os de outras organizações e indivíduos, a WSPA espera que a coleta de um milhão de assinaturas de cidadãos europeus venha a sensibilizar os políticos da União Europeia quanto à necessidade de uma revisão no atual – e inaceitável – regulamento.
.wspabrasil.org

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