Foto: RIA Novosti
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Durante séculos as peles foram um cartão de visita da Rússia e um dos principais itens de exportação. Hoje, a Rússia consome seis vezes mais peles do que produz.
Peles russas estão presentes principalmente no mercado doméstico, e a própria atitude em relação ao ouro suave começou a mudar. Cada vez mais se ouvem chamadas a abandonar roupas de peles por razões éticas. Mas os argumentos dos defensores dos animais são contrariados pelos partidários de peles naturais.
A indústria mundial de peles está vivendo um novo boom. Este ano, as semanas de moda em Paris, Milão e Nova York foram chamadas por alguns observadores de reino de peles. Cerca de dois terços dos costureiros incluíram produtos de peles em suas coleções. Um dos líderes da tendência é Jean-Paul Gaultier. Na década de 1990, quando a maioria das estrelas de cinema e show business consideravam bom tom anunciar publicamente a renúncia total aos produtos de pele, tal era impossível. Agora, porém, as prioridades estão mudando gradualmente, diz o presidente da União Russa de Peles Serguei Stolbov:
"Ultimamente, a moda ambiental está passando, eu estou falando de moda de vestimentos, etc. Está ganhando mais força o movimento de volta à natureza, como os hippies dos anos 60. Ou seja, materiais químicos não são bem-vindos. Além disso, é claro, na produção de peles naturais o ambiente não sofre, porque se as empresas de peles produzem elas, naturalmente, fazem-no em conformidade com todos os requisitos ambientais."
A mudança da atitude dos consumidores para com a pele é, em grande parte, o resultado das campanhas conduzidas por empresas na Europa e América para melhorar a imagem da indústria. Poucas pessoas sabem que entre 40 e 50 milhões de animais são mortos por suas peles cada ano. São dados da Federação Internacional para o comércio de peles (IFTF). Os principais fabricantes são a Finlândia, a Dinamarca, a China e o Canadá, onde as peles, juntamente com as florestas e a pesca, são um dos principais itens de exportação. A Rússia é responsável por apenas 3 milhões de peles. Se trata principalmente de doninhas, raposas-do-ártico e raposas europeias. O principal argumento do lobby de pele é a naturalidade e oambientalismo das peles em relação a substitutos sintéticos na produção dos quais se polui o meio ambiente. Os defensores dos direitos dos animais refutam completamente os argumentos sobre o ambientalismo da indústria de peles. Fala o assistente de campanhas da Associação espanhola de proteção de animais Libera, Rubén Pérez:
"As peles não são um produto ambiental, elas são tóxicas, porque em seu processamento devem ser usadas substâncias bastante nocivas, incluindo agentes cancerígenos que podem causar câncer mesmo em doses pequenas."
No entanto, os adversários das peles e os defensores dos direitos de animais estão muito mais indignados com o tratamento dos animais. Infelizmente, ao contrário do Ocidente, na Rússia ainda não existe lei que proíba a crueldade com os animais. A presidente do centro de defesa de animais Vita Irina Novozhilova diz que os produtores, em vez de melhorar as condições de vida de animais de pele, estão envolvidos em lavagem cerebral dos consumidores:
"As pessoas acreditam que tudo acontece bastante humanamente. Animais vivem em fazendas até que chega o tempo de serem mortos, e acredita-se que isso é feito com bastante humanidade. Quando eu começo falando do arsenal de métodos de abate, eles, naturalmente, ficam completamente chocados porque nisso são usados venenos, fraturações de vértebras cervicais, armas de fogo – uma massa de técnicas que não podem garantir uma morte humana."
Do ponto de vista dos verdes, a única solução é uma rejeição completa do uso de peles em favor de tecidos vegetais e sintéticos, que também são muito bons em conservar o calor. No entanto, tecidos artificiais se decompoem naturalmente no decurso de 500 a 1000 anos. Parece que, escolhendo roupa, cada pessoa só pode agir de acordo com suas próprias crenças.
fonte:portuguese
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