Em três semanas, dois pacotes com aranhas e escorpiões foram remetido ao município de Passo Fundo
Leandro Becker
A Polícia Federal pedirá cooperação internacional para desvendar o tráfico de animais via Correios em Passo Fundo, no norte do Estado. Em três semanas, dois pacotes com aranhas e escorpiões foram remetidas da Europa ao município. A suspeita é que as encomendas movimentem um mercado clandestino mantido por compradores interessados em animais exóticos de estimação.
— O Brasil está mais em rota de exportador, mas nesse caso é o caminho inverso. Diante da reincidência, vamos instaurar um inquérito — revela Celso André Nenê Santos, delegado da Polícia Federal de Passo Fundo.
O episódio mais recente foi na segunda-feira, quando fiscais dos Correios encontraram um pacote remetido da Espanha com 14 aranhas — quatro já mortas — fechadas em embalagens individuais e divididas por sexo. No dia 19 de abril, oito escorpiões e três aranhas vindos da Alemanha também foram apreendidos na agência.
Segundo o Ibama, o destinatário das encomendas é um morador do bairro Petrópolis. Mas como ele se mudou para São Paulo em dezembro do ano passado, a suspeita é que o verdadeiro receptor esteja usando o nome do ex-vizinho ilegalmente. Caso isso se comprove, ele responderá por crime ambiental e falsificação ideológica.
— Na primeira vez, um homem de 27 anos disse que receberia a encomenda, mas disse desconhecer a procedência. Na segunda, ele sequer foi encontrado — revela Flabeano Castro, chefe do escritório do Ibama em Passo Fundo.
Apesar de não possuir estatísticas que demonstrem o avanço do tráfico de animais via Correios, o Ibama observa que a prática é usada por facilitar o envio de animais de pequeno porte e que não fazem ruídos. Por outro lado, observa que o reforço na fiscalização e as apreensões recentes tendem a inibir os contrabandistas.
Em 2010, 227 animais foram apreendidos nos 151 municípios da região de abrangência do Ibama em Passo Fundo. Em 2011, foram 81. Neste ano, são 40, sendo 25 transportados via Correios. Para o Ibama, a redução nos números é resultado da maior fiscalização, mas o envio postal indica uma nova alternativa para o tráfico.
O interesse pelo negócio clandestino está na oportunidade de lucro. Castro explica que os compradores pagam até R$ 25 por animal e os revendem por cerca de R$ 100. Para ele, a existência de espécies de sexos diferentes nos pacotes remetidos fortalece a suspeita que o objetivo fosse reprodução e venda de filhotes.
De acordo com o Ibama, o perfil comprador de animais exóticos ilegais costuma ser homem, jovem, morador de apartamento e que busca ter um animal discreto e silencioso. A negociação é feita principalmente pela internet. O acordo é facilitado pela proliferação de sites clandestinos e até por grupos formados nas redes sociais.
— As táticas de acobertamento, tanto do envio quanto do recebimento, denotam que não se trata de amadores — destaca Paulo Guilherme Carniel Wagner, responsável pelo núcleo de Fauna do Ibama no RS.
Rota rodoviária também preocupa
Outra preocupação do Ibama é a rota rodoviária de tráfico de animais no Norte gaúcho, principalmente pela rodovia Canoas-Iraí (BR-386), que atravessa o Estado. Segundo o escritório de Passo Fundo, que abrange 151 municípios, as apreensões são corriqueiras. Na maioria das vezes, o transporte irregular é feito por caminhões e ônibus.
A introdução de animais exóticos no país, sem autorização, é crime. Não há exceção no transporte via Correios, pois se caracteriza como maus tratos. A pena prevista é multa e de três meses a um ano de detenção. Os animais apreendidos são remetidos ao Centro de Triagem do Ibama em Porto Alegre para tratamento e reabilitação.
— O Brasil está mais em rota de exportador, mas nesse caso é o caminho inverso. Diante da reincidência, vamos instaurar um inquérito — revela Celso André Nenê Santos, delegado da Polícia Federal de Passo Fundo.
O episódio mais recente foi na segunda-feira, quando fiscais dos Correios encontraram um pacote remetido da Espanha com 14 aranhas — quatro já mortas — fechadas em embalagens individuais e divididas por sexo. No dia 19 de abril, oito escorpiões e três aranhas vindos da Alemanha também foram apreendidos na agência.
Segundo o Ibama, o destinatário das encomendas é um morador do bairro Petrópolis. Mas como ele se mudou para São Paulo em dezembro do ano passado, a suspeita é que o verdadeiro receptor esteja usando o nome do ex-vizinho ilegalmente. Caso isso se comprove, ele responderá por crime ambiental e falsificação ideológica.
— Na primeira vez, um homem de 27 anos disse que receberia a encomenda, mas disse desconhecer a procedência. Na segunda, ele sequer foi encontrado — revela Flabeano Castro, chefe do escritório do Ibama em Passo Fundo.
Apesar de não possuir estatísticas que demonstrem o avanço do tráfico de animais via Correios, o Ibama observa que a prática é usada por facilitar o envio de animais de pequeno porte e que não fazem ruídos. Por outro lado, observa que o reforço na fiscalização e as apreensões recentes tendem a inibir os contrabandistas.
Em 2010, 227 animais foram apreendidos nos 151 municípios da região de abrangência do Ibama em Passo Fundo. Em 2011, foram 81. Neste ano, são 40, sendo 25 transportados via Correios. Para o Ibama, a redução nos números é resultado da maior fiscalização, mas o envio postal indica uma nova alternativa para o tráfico.
O interesse pelo negócio clandestino está na oportunidade de lucro. Castro explica que os compradores pagam até R$ 25 por animal e os revendem por cerca de R$ 100. Para ele, a existência de espécies de sexos diferentes nos pacotes remetidos fortalece a suspeita que o objetivo fosse reprodução e venda de filhotes.
De acordo com o Ibama, o perfil comprador de animais exóticos ilegais costuma ser homem, jovem, morador de apartamento e que busca ter um animal discreto e silencioso. A negociação é feita principalmente pela internet. O acordo é facilitado pela proliferação de sites clandestinos e até por grupos formados nas redes sociais.
— As táticas de acobertamento, tanto do envio quanto do recebimento, denotam que não se trata de amadores — destaca Paulo Guilherme Carniel Wagner, responsável pelo núcleo de Fauna do Ibama no RS.
Rota rodoviária também preocupa
Outra preocupação do Ibama é a rota rodoviária de tráfico de animais no Norte gaúcho, principalmente pela rodovia Canoas-Iraí (BR-386), que atravessa o Estado. Segundo o escritório de Passo Fundo, que abrange 151 municípios, as apreensões são corriqueiras. Na maioria das vezes, o transporte irregular é feito por caminhões e ônibus.
A introdução de animais exóticos no país, sem autorização, é crime. Não há exceção no transporte via Correios, pois se caracteriza como maus tratos. A pena prevista é multa e de três meses a um ano de detenção. Os animais apreendidos são remetidos ao Centro de Triagem do Ibama em Porto Alegre para tratamento e reabilitação.
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