Muitas vezes a exploração animal, com maus tratos incluídos, vem imbuída na cultura local, o que desafia os defensores dos animais a elaborar estratégias intrincadas para lidar com o problema. É o caso da “Porcofolia”, evento anual que explora porcos para diversão humana no município de Barra dos Coqueiros/SE.
O evento foi mostrado com muito festejo no programa Domingo Espetacular, da Record, no último domingo, curiosamente na mesma edição em que uma reportagem falava de um cão que tinha sido vítima de maus tratos e resgatado por uma ONG. Fez-se ali uma literal apologia a todos os maus tratos que envolvem os leitões e porcos explorados na festa.
É claramente perceptível que a “Porcofolia” visa estritamente a diversão dos humanos. Não há qualquer interesse por parte dos suínos em participar daquilo, com o agravante destes sequer terem o poder de aceitar ou recusar serem separados de suas mães e desfilarem com fantasias ou serem capturados num lamaçal.
Chama a atenção que o leitão “protagonista” da reportagem, escolhido pela repórter Renata Alves e chamado por ela de “Babe”, foi bruscamente tomado de sua mãe pelo roceiro que é seu “dono”. Minutos depois, após o porquinho ter sido banhado e vestido, o roceiro fala que ele não poderá mais voltar para o chiqueiro pois será rejeitado pela mãe, deserdando-o, fazendo pouco caso disso e rindo, para a risada também da repórter.
No desfile, é possível ver que diversos animais não querem estar ali, submetidos ao estresse causado pela barulheira da multidão e pelo som amplificado da fala do locutor. Em seguida, tem andamento a atividade mais cruel da “Porcofolia”, o “pega-porco”, em que duplas de homem e mulher correm atrás de um porco num lamaçal e o agarram e carregam de forma rude e dolorosa. A própria repórter pode ser vista puxando as patas traseiras de um dos porcos capturados quando ela participa da gincana.
No vídeo, que dura 13min35s, foram registrados abaixo os instantes que mais chamam a atenção
0:02 – A apresentadora Fabiana Scaranzi fala que “bicho bem tratado mesmo é o porco, pelo menos em Sergipe”, contradizendo a realidade que será vista nos minutos seguintes.
2:48 – O roceiro tira o porquinho “Babe” do curral onde estava com a mãe.
3:07 – O porquinho demonstra claramente estar incomodado e nervoso por ter sido separado e agarrado pelo roceiro que é seu “dono”. A repórter Renata Alves cai na risada. A mãe do leitão aparece em seguida balindo, possivelmente incomodada por o filhote ter sido tomado dela.
3:32 – O leitão está incomodado por estar sendo segurado pela repórter e se solta.
4:15 – O porquinho está sendo segurado com uma coleira e corrente pela repórter.
8:25 – O roceiro “dono” do porquinho diz que “Babe” não vai mais entrar no chiqueiro, e responde que a mãe vai rejeitá-lo dali em diante. Com a repórter dando risadas.
8:32 – O roceiro demonstra desprezo dizendo que o porquinho “não é seu filho”, falando “cai fora” – deixando a entender que podem fazer o que quiser com o animal que ele não se importa mais – e dando risada.
9:07 – Botam batom no focinho de uma leitoa.
10:05 – A leitoa “Dora” demonstra claro nervosismo ao estar sendo segurada pela menina, o que é tratado com naturalidade por todas ali.
10:31 – Os leitões “desfilam”, sendo incitados a andar ou puxados por coleira, submetidos ao estresse de estar diante de uma multidão e do alto volume do locutor, que fala por um amplificador.
10:38 – Uma leitoa não quer “desfilar”. O locutor ainda fala “Ela não quer, mas ela vai”. Acaba sendo carregada por uma menina ao longo da “passarela”.
11:03 – “Babe” “desfila” sendo puxado por uma coleira e incitado a andar.
11:47 – A “brincadeira” mais cruel: o “pega-porco”, em que cada casal ou dupla corre atrás de um porco, que está na lama, e o pega brusca e violentamente, carregando-o asperamente para estresse do animal.
11:58 – Um homem captura um porco segurando-o pelas patas dianteiras e quase balançando-o.
12:38 – É a vez da repórter participar da “brincadeira”, com seu parceiro pegando o porco com rudeza. Aos 12:41 a repórter pode ser vista puxando as patas traseiras do animal.
2:48 – O roceiro tira o porquinho “Babe” do curral onde estava com a mãe.
3:07 – O porquinho demonstra claramente estar incomodado e nervoso por ter sido separado e agarrado pelo roceiro que é seu “dono”. A repórter Renata Alves cai na risada. A mãe do leitão aparece em seguida balindo, possivelmente incomodada por o filhote ter sido tomado dela.
3:32 – O leitão está incomodado por estar sendo segurado pela repórter e se solta.
4:15 – O porquinho está sendo segurado com uma coleira e corrente pela repórter.
8:25 – O roceiro “dono” do porquinho diz que “Babe” não vai mais entrar no chiqueiro, e responde que a mãe vai rejeitá-lo dali em diante. Com a repórter dando risadas.
8:32 – O roceiro demonstra desprezo dizendo que o porquinho “não é seu filho”, falando “cai fora” – deixando a entender que podem fazer o que quiser com o animal que ele não se importa mais – e dando risada.
9:07 – Botam batom no focinho de uma leitoa.
10:05 – A leitoa “Dora” demonstra claro nervosismo ao estar sendo segurada pela menina, o que é tratado com naturalidade por todas ali.
10:31 – Os leitões “desfilam”, sendo incitados a andar ou puxados por coleira, submetidos ao estresse de estar diante de uma multidão e do alto volume do locutor, que fala por um amplificador.
10:38 – Uma leitoa não quer “desfilar”. O locutor ainda fala “Ela não quer, mas ela vai”. Acaba sendo carregada por uma menina ao longo da “passarela”.
11:03 – “Babe” “desfila” sendo puxado por uma coleira e incitado a andar.
11:47 – A “brincadeira” mais cruel: o “pega-porco”, em que cada casal ou dupla corre atrás de um porco, que está na lama, e o pega brusca e violentamente, carregando-o asperamente para estresse do animal.
11:58 – Um homem captura um porco segurando-o pelas patas dianteiras e quase balançando-o.
12:38 – É a vez da repórter participar da “brincadeira”, com seu parceiro pegando o porco com rudeza. Aos 12:41 a repórter pode ser vista puxando as patas traseiras do animal.
Protestos podem ser enviados à Rede Record, mandando-se no Twitter menções aos perfiis@tvrecord e @Do_Espetacular e enviando mensagens de repúdio ao fale-conosco do Domingo Espetacular.
Quanto à “Porcofolia” em si, reitera-se que é um gigantesco desafio para os defensores dos Direitos Animais peitar a cultura que legitima a exploração animal. Não é fácil convencer às pessoas que participam desse tipo de atividade não só que aquilo é eticamente errado e viola os interesses dos porcos explorados, mas também que os animais não humanos possuem interesses próprios que devem ser respeitados, como o de estarem física e psicologicamente íntegros.
Deve-se pensar em estratégias de educação informal que levem os Direitos Animais a localidades onde atividades exploratórias como a “Porcofolia”, a “Corrida das Galinhas” e a Farra do Boi são práticas culturais tradicionais, de modo que se eduque os locais a perceberem que tradição e cultura não estão acima do direito à vida e à integridade e, também, que atividades que exploram animais podem ser substituídas por costumes que não ofendam a vontade de nenhum ser senciente nem se aproveitem da incapacidade dos animais não humanos de aceitar ou recusar participação em atividades.
fonte: anda
Nenhum comentário:
Postar um comentário
verdade na expressão