Caçadores furtivos zimbabueanos, zambianos, chineses e moçambicanos são acusados de lançar um produto químico no rio Mphanhame, para envenenar elefantes e leões visando extrair os troféus, denunciou à Lusa Paulo Evants, responsável pela reserva Safaris de Moçambique.
A reserva, localizada na chamada "garganta" do rio Zambeze, na província de Tete, na fronteira como Zimbabué e Zâmbia, é rica em espécies florestais e animais, mas é também considerada um dos locais que produz os melhores troféus de caça do continente africano.
Falando à Lusa, Paulo Evants disse que cerca de 200 carcaças de animais, incluindo elefantes sem os respectivos dentes de marfim, foram encontrados mortos ao longo do rio Mphanhame, na província de Tete, no centro de Moçambique.
O operador da Safaris de Moçambique, que funciona na localidade de Chitete, posto administrativo de Chinthopo, em Tete, denunciou a presença de homens armados nas imediações das margens daquele curso de água, à procura de pontas de marfim, dentes, unhas e pele de leão.
"A nossa actividade está muito afectada" devido à matança de animais por caçadores furtivos, disse à Lusa o chefe da área técnica e de segurança da reserva Safaris de Moçambique.
Na edição de hoje, o jornal Notícias de Maputo cita uma fonte do empreendimento que afirma estar preocupada com a situação, pois os caçadores furtivos usam um produto químico conhecido por Synad para o envenenamento de animais tais como elefantes e leões para posterior extracção dos respectivos troféus.
"O problema está a ganhar grandes contornos, pois, além de matarem os animais, que são a principal causa da nossa presença aqui em Chitete, está já a afectar a saúde pública", disse a fonte, admitindo a hipótese de "algumas mortes de pessoas nas comunidades estarem aliadas ao consumo de água envenenada, uma vez que na zona não existem fontes suficientes de abastecimento de água potável".
Recentemente, Paulo Evants denunciou à Lusa que centenas de animais selvagens, nomeadamente elefantes da reserva Safaris de Moçambique, em Tete, centro, estavam a deslocar-se para o Zimbabué, devido à ameaça de caçadores furtivos, que colocam "a fauna em Tete em grande risco".
De acordo com estimativas dos proprietários do empreendimento, existem na reserva cerca de 100 mil ímpalas, 15 mil búfalos, oito mil elefantes, além de zebras, leões e leopardos, que têm sido alvo de caçadores furtivos.
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