Por Robson Fernando de Souza (da Redação)
Um urso foi executado pelo “crime” de estar procurando comida e refúgio, por policiais da Península de Kamchatka, no extremo leste da Rússia, nesta última segunda. O animal rondava uma área densamente povoada, onde a petroleira Esso mantém uma filial.
Sentindo-se provavelmente assustado, o urso amedrontrava a população. Acreditou-se que ele ameaçava a segurança das pessoas. A polícia de Kamchatka tem autorização legal para matar estes animais, desde que se acredite que constituem “ameaça real” para a segurança da população. É frequente a contratação de caçadores profissionais para este fim.
Uma senhora contou que, ao sair de casa no final de semana, avistou o animal bem perto da sua residência e, ao vê-la, ele ameaçou persegui-la, mas ela consegiu entrar em casa a tempo e se proteger do animal cujo peso aproximado é de 700 quilos. Este foi o segundo caso este ano de urso abatido pela polícia na Península de Kamtchatka. O primeiro animal foi morto no dia 12 de maio, depois de atacar e matar um pescador.
Mata-se animais com o pretexto de que eles “ameaçam a segurança” da população, quando na verdade é o ser humano que está não só ameaçando como atacando, o tempo todo, a integridade e a vida desses animais. Desmatamento, caça, avanço das cidades sobre os habitats dos animais selvagens, tudo isso ameaça não só a integridade física dos ursos, mas também a própria existência local desses animais.
E a matança de ursos com o pretexto da segurança humana também vem contribuindo para essa ameaça, além de claramente ser sustentada por um pensamento dicotômico “nós X os outros”, que inibe que as pessoas descubram como harmonizar o ambiente urbano com o ambiente selvagem e, consequentemente, acabar com as mortes dos dois lados. Afinal, para os especistas, só um dos lados deve prevalecer e esse lado é “obviamente” o humano. É esse pensamento que inclusive ameaça, a longo prazo, a própria integridade da espécie humana.
Com informações do Diário da Rússia
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fonte: anda
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