O projeto de lei do deputado federal Ricardo Trípoli (PSDB-SP), que obriga os fabricantes de cosméticos a identificar nos rótulos dos seus produtos informações sobre testes com animais, é uma das bandeiras levantadas pela ONG Pense Bicho. O presidente da ONG e integrante do Comupa (Conselho Municipal de Proteção Animal de Curitiba), Aurélio Munhoz, defende em um primeiro momento a aprovação do projeto, que tramita na casa há cinco anos, mas que por desinteresse dos parlamentares, ainda aguarda votação.
“Embora muitas empresas afirmem que já não utilizam mais animais para estudos, a falta de transparência é evidente, pois a maioria dessas embalagens não traz esta importante informação. Mas não podemos ficar restritos apenas a divulgação do uso de cobaias ou não em testes. Precisamos também definir as regras de transição que possibilitem, em um futuro próximo, abolir essas experiências com animais no país”, alerta o presidente da Pense Bicho.
Aurélio sugere ainda que um projeto semelhante ao do deputado federal seja apresentado na Assembleia Legislativa do Paraná, o que poderia ser feito por meio da criação de um “selo” informando se o fabricante realiza ou não testes com cobaias. O objetivo da proposta é evitar atos de crueldade contra cobaias, que são submetidos a todo tipo de torturas nos laboratórios, muitas vezes sem anestesia. Todo ano, estima-se que cerca de cem milhões de animais são sacrificados para a realização destes testes.
“A organização mundial Peta (People for the Ethical Treatment of Animals), já licencia sua logomarca ‘coelho sem crueldade’, e também divulga uma lista empresas que usam e que não usam testes animais. É um grande avanço na área e que são exemplos para todos. Mas, são ações realizadas fora do país, e nós precisamos mudar esse cenário no nosso Brasil também”, defende.
Aurélio ainda afirma que, em alguns países, como por exemplo, na União Europeia, a meta é acabar com esses testes até 2013. Já o Brasil está apenas começando a estudar novas alternativas sobre o assunto. Recentemente, um acordo entre a Anvisa e a Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), criou o primeiro centro de estudos na América do Sul destinado a desenvolver métodos alternativos para validação de pesquisas que não usam animais. O Bracvam (Centro Brasileiro de Validação de Métodos Alternativos) foi inspirado em um órgão similar que existe na Europa. Está na fase de credenciar laboratórios no Brasil aptos a realizar esses outros métodos.
“Nossa luta está apenas começando. Mas precisamos da ajuda de todos, entre eles um consumidor mais consciente, que precisa estar atento aos produtos que consome”, finaliza Munhoz.
Fonte: Bonde
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