Um filhote de tamanduá-bandeira resgatado com queimaduras por todo o corpo, em um sítio de Taquaritinga, em junho, voltou para sua habitat. O animal ficou cinco meses internado na Faculdade de Ciências Veterinárias da Unesp, em Jaboticabal, e foi solto no início deste mês.
Veja fotos do animal resgatado
A fêmea foi encontrada pelo morador do sítio, bastante debilitada. Segundo Maristela Natalina Cabrera, moradora de Taquaritinga, que foi responsável por mobilizar o Corpo de Bombeiros no resgate do animal e se tornou “madrinha” dele, a sensação é de alívio e felicidade em ver o bichinho de volta à natureza. Ela participou da soltura do bichinho e mandou as fotos para o Você é a Notícia.
Tratamento
Quando foi resgatado, o tamanduá apresentava queimaduras graves, nas quatro patas, no nariz e na face. A extensão dos ferimentos comprometia a respiração e a visão (veja, ao lado, vídeo feito quando o animal foi resgatado).
Por meses, o animal passou por cuidados. “Cada curativo exigia anestesia geral para amenizar o sofrimento do animal e para segurança da equipe”, explica a professora do Departamento de Patologia da Unesp, Karin Werther.
Mas o maior desafio foi a alimentação, foi preciso fazer uma cirurgia para instalar uma sonda no esôfago. “O animal de vida livre não aceita a alimentação em forma de ‘papa’ oferecida em cativeiro. Nesses casos a nossa experiência nos mostrou que colocando uma sonda gástrica - procedimento cirúrgico com anestesia geral - conseguimos fazer a alimentação. Porém, algumas vezes o animal arrancou a sonda, sendo necessária a recolocação”, conta a veterinária.
Antes de voltar para a natureza, o tamanduá teve que passar por uma adaptação. “Como o animal chegou ainda filhote e a internação foi em recinto de 8 metros quadrados, foi necessário, após a resolução das feridas, uma adaptação em recinto de 500 metros quadrados para ter uma maior atividade física e para desenvolver a musculatura”, explica Karin.
Caso raro
O resgate e a soltura de um animal de volta à natureza é um caso raro. Na Unesp, isso ocorreu apenas uma vez antes, com um lobo guará.
Embora, o animal tenha conseguido voltar para o seu lugar, a preocupação não acaba. “Do ponto de vista de doenças, às vezes a soltura de um animal pode representar um risco para toda uma população existente no local. Muitas vezes, o habitat não existe mais, como no caso da colheita da cana e outras monoculturas, ou no local não existe alimento suficiente ou existe a presença de predadores, concorrentes pelo mesmo espaço e alimento. Além disso, o animal corre riscos de atropelamento nas rodovias e de novas queimadas na região”, diz a veterinária.
fonte:http://eptv.globo.com
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