quarta-feira, 15 de agosto de 2012

Cadela comunitária é resgatada com 11 perfurações em Piracicaba (SP)


Caso será investigado pela DIG (Delegacia de Investigações Gerais). Foto: Gazeta de Piracicaba
A cachorra Mocinha, que estava desaparecida, foi encontrada com onze perfurações pelo corpo: oito na região torácica-lombar e três na coxa direita.
A denúncia anônima feita à Gazeta foi confirmada pela presidente da ONG Vira Lata Vira Vida, Miriam Miranda. Ela registrou Boletim de Ocorrência e o caso será investigado pela DIG (Delegacia de Investigações Gerais).
Segundo Miriam, Mocinha é um dos quatro cães comunitários que vivem na área comercial do Terras Piracicaba e região do Carrefour. “Eles são chipados, vacinados, castrados e cuidados pela comunidade”.
No último sábado de manhã, a tutora dos cães recebeu uma ligação informando que Mocinha estaria nas imediações do Carrefour, mas quando foi até lá não mais a encontrou. No começo da madrugada de domingo, aos 30 minutos, um dos guardas do hipermercado ligou dizendo que ela estava no estacionamento. Foi resgatada pela tutora e pela presidente da ONG, que a levou para casa dela.
No domingo de manhã, a médica veterinária Eliane de Carvalho, coordenadora do Centro de Zoonoses de Piracicaba, deu os primeiros socorros e identificou as 11 perfurações no corpo do animal, todos retilíneos e com cerca de dois a três centímetros. “Por sorte, não atingiram a artéria, já que foi próximo ao coração, e nem perfuraram o pulmão”, comenta a veterinária. O tratamento está sendo feito com analgésico, antibiótico e curativos diários. Ela se recupera bem.
Além de Mocinha, o cão Costelinha também sofreu agressões. Nele, foram cinco perfurações, com as mesmas características das identificadas na cadela. Segundo Miriam, ele também havia sumido e retornou ferido ao Terras Piracicaba, onde vive.Esta não foi a primeira agressão sofrida por Mocinha. No mês passado, ela apareceu com o maxilar fraturado, passou por cirurgia e ainda está em tratamento, com ajuda de várias pessoas, simpatizantes dos cães comunitários.
O Centro de Zoonoses elaborou o laudo e junto com as fotos das perfurações foram entregues, pela ONG Vira Lata Vira Vida, ao delegado da DIG, Wilson Lavorenti, que vai investigar o caso.
Violência
“A violência é absurda e assustadora”, comenta a presidente da ONG, Miriam Miranda. Em sua opinião, a convivência animal-ser humano está se tornando impossível. “A violência dos humanos está extrapolando os limites. Mocinha é calma, tranquila, é a síntese do cachorro dócil”, afirma. Miriam diz ainda que a cadela nunca atacou ninguém, nem animais.
A coordenadora do Centro de Zoonoses observa que a existência do cão comunitário está assegurada pela lei 12.916. O animal, cão ou gato, considerado comunitário tem o direito garantido de permanecer na via pública no bairro onde escolhe para viver.
Sua preocupação é que os maus-tratos sofridos por Mocinha e Costelinha respinguem no projeto Cães Comunitários, que mantém vários animais convivendo em diferentes bairros, sendo cuidados por pessoas que se interessam em protegê-los.
Fonte: RAC.com.br

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