sábado, 27 de abril de 2013

África do Sul movimenta comércio com caça e morte de leões



Por Natalia Cesana (da Redação)
Foto: Divulgação
Foto: Divulgação
O comércio é esse: captura-se um leão, de preferência jovem, para ser criado em um lugar protegido com cerca eletrificada. Quando chega a “reserva”, o animal é liberado na savana, onde ficará livre para ser abatido pelos caçadores que o reservaram on-line. Do momento da “libertação” até a morte, é difícil que passem mais de 96 horas. O leão tende a ficar na área onde foi solto, uma vez que não está com fome e não sente a necessidade de se deslocar para caçar. A presa é ele, e o caçador que o matar pagará pelo troféu, um animal de 200 quilos no auge da vitalidade, 10 mil dólares.
Estamos na África do Sul, onde os criadouros de leão estão passando por um verdadeiro crescimento. Mas o comércio não para em uma cabeça empalhada ou em um tapete feito com a pelagem. O leão ainda oferece mais ao criador graças ao comércio de carne (vendida na Ásia e nos Estados Unidos) e de ossos que, triturados, são largamente utilizados na medicina tradicional chinesa, que desde 2008 está substituindo gradualmente os ossos de tigre, que são mais protegidos, pelos de leão. Com eles é possível preparar o que chamam de poções milagrosas como o vinho tigre (o nome não mudou), que, acreditam, cura úlcera, cólica, reumatismo, dor de estômago e malária. Como se não bastasse, é indicado também como tônico e estimulante natural da virilidade. Não há provas científicas que corroborem esta qualidade, mas a demanda é forte e continua a aumentar.
Devido à necessidade de substituir os tigres por leões, existem na África do Sul cerca de 5 mil animais em criadouros, enquanto 2 mil vivem em reservas protegidas, como no Kruger Park. O problema é que o comércio não para na caça de animais de cativeiro, mas vem alimentando também a prática da caça de animais que vivem nas reservas.
Atualmente não há muito a ser feito, pois criar leões é perfeitamente legal. O rei da floresta é juridicamente equivalente a um bezerro ou a uma galinha; uma vez “maduro” é colocado no mercado à disposição de quem puder pagar 10 mil dólares para matá-lo.
Alguns caçadores, entretanto, não querem troféus para levar para casa. Neste caso, o criador recebe mais mil dólares por cabeça. Com a carne ele ganha US$ 160 pelo quilo, o que daria 5 mil dólares levando em consideração o peso médio de um leão. O hambúrguer de leão faz parte do menu de alguns restaurantes no Arizona e costeletas e costelas podem ser encontradas na Tailândia e no Vietnã.
Ao lado do negócio “legal”, obviamente existe uma forte prática da caça ilegal que coloca no mercado chifres de rinoceronte, vendidos a 60 mil dólares o quilo, e presas de elefante, cujo quilo vale 750 dólares.
No ano passado, em Camarões, caçadores armados com metralhadoras rondaram e mataram centenas de elefantes protegidos no interior do Parque Nacional Bouba N’Djida.
Ainda no ano passado uma petição on-line, que arrecadou 750 mil assinaturas, pedia que o presidente sul-africano Jacob Zuma proibisse a exportação de ossos de leão, bloqueando as licenças, que subiram de 60, em 2008, para mais de 600, em 2012.
As informações foram publicadas no jornal italiano La Stampa.
fonte: anda

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