terça-feira, 19 de julho de 2011

Boas notícias para alguns animais

Scientific American

por John Platt


P.Torres, cortesia de U.S. Fish and Wildlife Service

Papagaio-de-porto-rico

Baleias-francas retornam à Nova Zelândia
Pela primeira vez em mais de um século, as baleias-francas-austrais (Eubalaena australis) estão retornando aos seus locais ancestrais de procriação na costa continental da Nova Zelândia. Registros históricos indicam que 30 mil baleias-francas costumavam migrar para o continente vindas de distantes ilhas subantárticas para procriar todos os anos, mas essa concentração de animais os tornou alvos tentadores de caça, e toda a população foi exterminada.
“Usamos a impressão genética para confirmar que sete baleias estão migrando de ilhas subantárticas até o continente da Nova Zelândia”, conta Scott Baker, diretor-associado do Instituto de Mamíferos Marinhos da Oregon State University.
Jubarte albino retorna à Austrália
Outra boa notícia sobre baleias, o jubarte mais famoso do mundo – um albino chamado Migaloo – foi visto na costa de Queensland, Austrália. Trata-se apenas de uma das 13.500 baleias-jubarte (Megaptera novaeangliae), que migram para lá este ano, um número recorde. Migaloo foi observado pela primeira vez em 1991.
Problema com o hamster francês
A longa saga do hamster-comum da França e da Alsácia (Cricetus cricetus) prossegue. Como escrevi há quase dois anos, a União Europeia (UE) vem ameaçando a França com uma ação judicial e milhões de dólares em multas por não proteger esse animal endêmico, que quase desapareceu da Europa ocidental. Bem, a França ainda não fez nada para proteger o hamster, e agora a UE a ameaça novamente com multas. Claro que não há nenhuma palavra sobre quando a UE cobraria realmente as multas, e as autoridades francesas não fizeram nenhum comentário sobre o hamster ou sobre a imposição que obriga o país a rever suas políticas agrícolas.
Pelo menos esse é mais um pequeno passo para proteger esse animalzinho.
Perdido e reencontrado
Várias espécies “desaparecidas” anteriormente foram redescobertas nas últimas semanas. Um morcego-orelhudo-castanho (Plecotus auritus), fêmea e grávida, foi encontrado na Sicília; é a primeira vez que a espécie foi vista por lá em 40 anos. Uma espécie de mangal (Ceriops tagal) foi encontrada em uma ilha no estado indiano de Kerala, 150 anos após a última ter sido observada. Várias espécies de aves que se acreditavam extintas na região voltaram a trechos de floresta tropical aqui no Brasil, especialmente em algumas áreas onde a agricultura está em declínio. “As espécies ainda estão instáveis, mas elas não estão perdidas”, explica o ornitólogo Philip Stouffer da Louisiana State University.
O DNA do diabo-da-tasmânia
Cientistas da Pennsylvania State University e de outras instituições concluíram o sequenciamento do genoma de dois diabos-da-tasmânia (Sarcophilus harrisii), e esperam que a pesquisa possa ajudar a levar ao desenvolvimento de um método para proteger a espécie do mortal câncer contagioso conhecido como tumor facial do diabo-da-tasmânia. Os dois animais estudados eram portadores da doença, mas um deles, um macho chamado Cedric, tornou-se famoso pela resistência a duas cepas diferentes do vírus antes de morrer por uma terceira. Esses marsupiais já mostram diversidade genética muito baixa (confirmada por análise de alguns marcadores genéticos de 175 outros animais de toda a ilha), portanto espera-se que esta pesquisa possa ajudar as equipes de conservação a proteger também os animais que mostrem resistência a algumas cepas da doença. Mais de 70% dos animais morreram do tumor desde que foi observado pela primeira vez há pouco mais de dez anos.
Antes em contagem regressiva de extinção, “Brilho de esperança”: uma colônia de diabos-da-tasmânia mostra possível imunidade ao tumor facial mortal.
Sucesso na criação de papagaio raro
Para terminar, o seriamente ameaçado papagaio-de-porto-rico (Amazona vittata), também conhecido como iguaca, teve aumento populacional de cerca de 150 aves adultas, além de 80 filhotes nascidos em dois centros de reprodução de animais cativos. Um censo de 1975 registrou apenas 13 aves soltas na natureza, remanescentes dos cerca de 1 milhão de papagaios existentes na era pré-colonial.

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