Depois de um tiroteio entre policiais militares e traficantes de drogas na Rocinha, no Rio de Janeiro, o policiamento foi reforçado no bairro. Porém, esse reforço não implicou apenas uma virtual segurança para os moradores da comunidade: houve truculência policial na ocasião.
O episódio truculento foi especificamente um flagrante do fotógrafo Domingos Peixoto, do jornal O Globo. Na foto tirada por ele, um policial em patrulha lançou spray de pimenta em direção aos olhos de um cão que latia para os guardas, causando sofrimento no animal.
Esse episódio de crueldade desnecessária contra um animal não pode ser deixado para lá. Da polícia se espera originalmente a manutenção da paz e da segurança, e não a provocação gratuita de violência, seja contra pessoas, seja contra animais não humanos.
Denúncias contra o policial agressor podem ser prestadas à Corregedoria da PM do Rio de Janeiro.
Comandante do patrulhamento irá ouvir agente agressor
Segundo O Globo noticiou algumas horas depois da publicação da foto, o major Edson Santos, comandante do patrulhamento da Rocinha, anunciou que vai ouvir o PM que borrifou o spray de pimenta no cachorro. Ele pretende lhe perguntar se o animal realmente estava ameaçando mordê-lo ou aos outros guardas que estavam perto dele. O major acredita que o uso do spray, sendo uma arma “não letal”, pode ter tido o intento de “evitar machucar” o cão – o que claramente se contradiz com a realidade, uma vez que a imagem mostra o spray de pimenta indo em direção aos olhos do cão e essa substância é usada justamente para ferir os olhos da vítima.
A ANDA exige que a apuração desse caso de violência contra um animal não fique apenas nessa audiência, mas sim resulte em punição exemplar ao policial que o agrediu.
PM avalia se punirá o agente; soldado diz que spray não era tão ofensivo
O G1 noticiou hoje de manhã que o major Edson Santos finalizou um relatório sobre o caso e irá encaminhá-lo à Corregedoria da PM do Rio para que seja decidido se o policial será ou não punido.
O soldado agressor, cujo nome não vem sendo revelado pela mídia, por sua vez, afirmou que a cadela teria avançado em cima da equipe de policiais em que ele estava e o uso do spray seria para afastá-la. Afirmou-se que a cadela estava estressada desde que perdeu uma ninhada inteira de filhotes dois meses antes.
O major Edson disse também que a cadela está bem e que o spray “não causa maiores incômodos se aplicado como foi, em pequena quantidade e em local aberto”. Disse que o spray usado é em forma de espuma, que não se espalha no ambiente e fere “apenas” a pessoa ou animal situado no alvo.
Reitera-se aqui que esse caso não deve ficar apenas nas “justificativas”. Deve ser aplicada uma punição exemplar, e, caso possível, deve-ser incluir no treinamento dos policiais a defesa do respeito aos animais, de modo a não haver mais abusos desse tipo.
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