Uma cientista russa está treinando raposas para se comportarem como cães. Irina Mukhamedshina, 22, as adestra de modo que vivam como cachorros, domesticados, obedientes a ela e demandantes de atenção afetiva humana.
Diz ela que conseguiu usar a fome constante, incitadora do instinto selvagem das raposas, em favor do adestramento, premiando-as com comida quando elas lhe obedeciam. Em seguida, começou a lhes ensinar comandos de voz, tal como se faz com cães.
O adestramento de raposas por Mukhamedshina foi inspirado num experimento realizado há cerca de 50 anos e liderado pelo biólogo Dmitry Belyaev. Eles haviam resgatado 130 raposas de uma “fur farm” e induziram a reprodução dos mais dóceis. Em pouco tempo, haviam dado à luz uma geração de raposas domesticáveis, numa recriação do modo de como lobos cinzentos haviam evoluído aos cães domésticos de hoje. E as raposas de Mukhamedshina são descendentes dessas primeiras crias domesticadas.
Mukhamedshina afirma que não há maus-tratos no adestramento, nem captura raposas selvagens, adestrando ao invés raposas já domesticadas. Porém, há a questão ética de essa domesticação e adestramento de raposas não ser necessária nem para esses animais, nem para os humanos. Idealmente elas deveriam ser livres, e não reproduzidas para serem servas afetivas dos seres humanos.
Essa domesticação de raposas abre um precedente preocupante, já que pode haver outros experimentos no futuro que domestiquem, por via de seleção genética, mais animais selvagens e exploradores acabem tirando proveito dessa domesticação para tornar mais espécies animais dependentes do ser humano e, assim, fazer delas um alvo fácil para seus indivíduos serem tratados como mercadorias e escravos afetivos dos seus compradores.
fonte: anda
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