segunda-feira, 8 de outubro de 2012

Cachorro resgatado das ruas salva tutor duas vezes


Gaúcho e o seu herói Spike, que já salvou sua vida duas vezes (Foto: Ricardo Oliveira/ Diário SP`)

Foi em um dia frio que o comerciante Alcindo Alves Batista, o Gaúcho, encontrou, há quase 14 anos, um cachorrinho abandonado embaixo dos assentos de um ponto de ônibus que ficava em frente a sua antiga casa. Deu a ele casa, carinho e o nome de Spike. Gaúcho só não imaginava que o cão retribuiria o amor que recebeu salvando a vida dele duas vezes, em atos de coragem e extrema gratidão.
O comerciante de 58 anos ainda se lembra do primeiro encontro com aquele que anos mais tarde se tornaria seu herói. “Levei água e comida para ele. Estava tão fraquinho que não conseguia mastigar direito a comida.”
Spike logo conquistou o carinho dos três filhos e da mulher de Gaúcho e também a amizade dos outros quatros cães da casa. “Não demorou muito e ele já virou o dono do pedaço”, brinca o tutor.
O cão sempre foi um ótimo companheiro, mas há dois anos mostrou valentia para salvar o seu tutor. Gaúcho voltava de um passeio com Spike quando foi abordado por dois homens armados com faca. O cão, que estava sem coleira e passeava do outro lado da calçada, percebeu a violência e agiu com heroísmo.
“Os bandidos nem perceberam que o Spike estava por ali e me empurraram contra a parede. Foi aí que ele se armou e pulou em cima dos dois que saíram correndo”, conta Gaúcho, orgulhoso.
Não foi a primeira vez que Spike se revelou um herói. Em 2005, a casa de Gaúcho foi invadida por dois bandidos armados. Sem notar que Spike estava à espreita, os ladrões foram atacados e fugiram, desistindo de agredir e roubar a família.
Para o comerciante, a doçura e a bravura do cão caminham juntas. “Ele é um guardião. Nunca estranhou pessoas que não tivessem más intenções comigo ou com a minha família. É doce, mas sabe a hora de nos defender”, observa.
Apesar da idade, considerada avançada para um cachorro, Spike nunca ficou doente, mas Gaúcho se preocupa em perdê-lo e se emociona ao falar do cão: “Nenhum outro será como ele. Sei que vou perder um amigão em breve, mas nunca vou esquecê-lo. Ele mudou minha vida e eu mudei a dele.”
Fonte: Diário de S. Paulo

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