Trinta e quatro cães que estavam abrigados no Centro de Controle de Zoonoses (CCZ) de Araraquara (SP) foram transferidos para um canil particular por decisão das secretarias de Meio Ambiente e Saúde. A medida foi tomada após novas denúncias de maus-tratos no CCZ, reveladas por voluntárias de Organizações Não-Governamentais (ONG) da cidade.
Segundo o secretário de Meio Ambiente, José dos Reis Santos Filho, a partir de agora, os animais que chegarem ao CCZ, passarão por uma triagem que analisará o quadro clínico deles.
Os cães doentes permanecerão no Centro de Zoonoses e os demais serão levados para o canil particular. A separação, de acordo com o secretário, será feita para evitar que os animais sadios sejam contaminados e que haja um quadro de superlotação.
“O canil funcionará como um local intermediário. Os animais serão colocados em quarentena para que possam receber o atendimento necessário. Tão logo estejam recuperados, eles serão levados para o abrigo, onde serão disponibilizados para adoção”, afirma Reis.
O secretário informou ainda que apenas os cães que tiverem doenças graves como a raiva, serão eutanasiados. “A raiva é uma enfermidade sem retorno. Ela pode provocar doenças não só em outros animais como em humanos também. Neste caso, constatada a doença que deve ser diagnosticada por uma equipe de veterinários, o animal será sacrificado, perante cumprimento das diretrizes do Ministério da Saúde”.
A Prefeitura estima que as despesas com o aluguel do canil custem cerca de R$ 2 mil por mês ao Governo. “Os animais estão sendo acompanhados por veterinários e cuidadores. O local é amplo e possui condições de dar conforto aos cães”, afirma Reis.
Na manhã desta terça-feira (26), membros das secretarias de Saúde e do Meio Ambiente estiveram reunidos com o prefeito Marcelo Barbieri (PMDB) para esclarecer as medidas adotadas para solucionar o problema no CCZ de Araraquara.
Petição
Uma petição pública organizada pelas ONGs de defesa dos animais de Araraquara na internet colheu, até a tarde desta terça-feira (26), mais de 8 mil assinaturas para exigir a troca do gestor do Centro de Zoonoses.
Uma petição pública organizada pelas ONGs de defesa dos animais de Araraquara na internet colheu, até a tarde desta terça-feira (26), mais de 8 mil assinaturas para exigir a troca do gestor do Centro de Zoonoses.
De acordo com Betty Roedel Peixoto, do grupo SOS Melhor Amigo, e uma das organizadoras da petição, o abaixo-assinado será entregue ao prefeito Marcelo Barbieri nesta quarta-feira (27).
“Queremos o afastamento imediato do gestor do CCZ, que permite a crueldade com animais no local”, afirma Peixoto. “E queremos também poder ajudar na escolha da pessoa que cuidará do local, para sabermos que ela se preocupa mesmo com os animais”.
O secretário de Meio Ambiente negou as informações de que as férias trabalhistas do atual gestor seriam antecipadas em razão da pressão pelo seu afastamento. “Ele continua no cargo até que sejam adotadas outras medidas”.
O abaixo-assinado pede ainda o livre acesso de representantes de ONGs no local onde estão os animais. “Queremos saber como esses cães estão para poder ajudar”, diz.
Entenda o caso
A nova polêmica envolvendo o Centro de Controle de Zoonoses de Araraquara veio à tona na semana passada. A denúncia foi feita por voluntárias de associações protetoras, que afirmaram que ao menos cinco cães morreram de frio no local em razão das baixas temperaturas registradas, já que os animais estavam nas baias com piso de cerâmica e molhados por causa das chuvas.
A nova polêmica envolvendo o Centro de Controle de Zoonoses de Araraquara veio à tona na semana passada. A denúncia foi feita por voluntárias de associações protetoras, que afirmaram que ao menos cinco cães morreram de frio no local em razão das baixas temperaturas registradas, já que os animais estavam nas baias com piso de cerâmica e molhados por causa das chuvas.
Sensibilizadas, as integrantes se uniram e doaram 21 camas altas e com cobertor, para abrigar os animais. Mas na tarde de quinta-feira, ao chegarem ao CCZ, elas encontraram as camas empilhadas e os animais, molhados de chuva, dormindo no chão frio novamente. As voluntárias ainda encontraram animais em situação de risco devido à saúde debilitada.
Em março, o CCZ foi alvo de críticas quando um cachorro chamado Gabriel foi sacrificado no local, comprovando a prática de eutanásia de animais no local. À época, a veterinária repsonsável foi afastada do cargo.
Intervenção
Os registros de abandono foram entregues ao Ministério Público, que agendou uma audiência para esta quarta-feira (27), onde serão apontadas as adequações que devem ser feitas pela Prefeitura no CCZ.
Os registros de abandono foram entregues ao Ministério Público, que agendou uma audiência para esta quarta-feira (27), onde serão apontadas as adequações que devem ser feitas pela Prefeitura no CCZ.
Fonte: G1
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