quarta-feira, 27 de junho de 2012

Gata que teve olhos arrancados é adotada por tutora de 15 animais


nternada há cinco dias no Hospital Veterinário São Francisco, em Brasília, a expectativa é que até o final da semana que vem a gata Yasmin já esteja no novo lar (Foto: Salvando Vidas Protetoras Independentes,/ Divulgação)
A história de uma gata de 3 meses que teve os olhos arrancados por um garoto de 11 anos na cidade de Valparaíso de Goiás, na divisa com o Distrito Federal, na última sexta-feira, comoveu a professora Káthia Regina Vieira, 48. Ela, que é defensora dos animais e mora em uma casa no bairro Grande Colorado, em Sobradinho, com outros 13 gatos e dois cachorros, entrou em contato com o grupo de que atendeu o animal para encaminhar a adoção.
A gata Themis, como foi batizada, foi encontrada em um condomínio por uma moradora que a levou até o grupo Salvando Vidas Protetoras Independentes. “Essa mulher nos contou que o menino arrancou os olhos da gata com um lápis ou uma caneta. Ela a pegou na rua e nos trouxe mas, desde então, desapareceu”, explica a coordenadora do grupo, Suzane Faria.
A nova tutora da gata Themis adiantou que uma das primeiras coisas que vai fazer quando receber a guarda do animal é mudar o nome. “Eu já tenho outra gata que se chama Themis e por isso ela vai se chamar Yasmin”, explica Káthia. Ela tem experiência com “animais especiais”, pois há seis anos adotou outra gata, chamada Juju, que foi achada em um bueiro com problemas em uma pata. “Ela precisou fazer toda uma readaptação, inclusive faz eletro-acupuntura há seis anos e hoje já consegue sentir a patinha”.
Miguel é outro gato recentemente adotado por ela. O animal foi atingido por um tijolo durante uma briga e perdeu os movimentos da parte inferior do corpo. “Com os problemas, a família que era tutora dele resolveu soltá-lo na rua”, conta a professora. No final do ano passado, Miguel foi morar na casa de Káthia depois de passar por uma cirurgia e hoje, após muitas sessões de fisioterapia e de eletro-acupuntura, já está melhor. “Me disseram que ele nem voltaria a andar, mas há um mês o Miguel começou a ficar em pé!”, afirma.
Káthia explica que viveu a infância em uma chácara e por isso gosta muito do convívio com os animais. Ela diz que ficou “horrorizada” quando foi visitar a gata agora chamada Yasmin no hospital veterinário. “Aqui em casa ela vai ter contato com outros gatos com problemas e também com animais normais”, explica.
A professora diz que não entende quem acha que a eutanásia é a solução para quando o animal sofre algum acidente grave. “Solução para quem? Só se for para o tutor, que não vai ter trabalho, mas não para o animal”, critica.
Mudanças em casa
Apesar de ter experiência no trato com animais com problemas, essa é a primeira vez que a professora Káthia vai se responsabilizar por um animal cego. Por isso, ela já começou a fazer mudanças em casa para receber a nova moradora. “Tirei todos os fios do chão para ela não se enroscar. Outro cuidado é não mudar os móveis de lugar, para que ela se acostume com o ambiente”, explica.
“Quem gosta de bicho, gosta de bicho se ele tem raça, se ele não tem, se tem uma pata a menos ou a mais… Quem gosta, gosta de qualquer jeito”, defende a professora. “Não é menos vida porque não tem um olho, porque não tem uma pata. A dignidade da vida é a vida, é viver”, completa.
Internada há cinco dias no Hospital Veterinário São Francisco, em Brasília, a gata Yasmin não corre risco de vida e, apesar de nunca mais poder enxergar, recebe tratamento com antibióticos e a expectativa é que até o final da semana que vem já esteja no novo lar.
Fonte: Terra

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